Agora na Honda, Lorenzo fala em descrença da Ducati e revela: “Vi a possibilidade da aposentadoria”

Jorge Lorenzo afirmou que os engenheiros da Ducati não acreditavam em suas indicações e pedidos. O #99 contou que chegou a ver a possibilidade de aposentadoria antes de acertar com a Honda

A passagem pela Ducati não saiu como esperado por Jorge Lorenzo. O #99 sentiu a descrença dos profissionais do time de Borgo Panigale e chegou até mesmo a vislumbrar a possibilidade de pendurar o capacete antes de acertar com a Honda.
 
Em entrevista à emissora britânica BT Sport, Jorge contou que, antes da vitória no GP da Itália, estava deprimido e chegou até a cogitar a possibilidade de aposentadoria.
 
“Eu estava um pouco deprimido, porque eu, de fato, vi a possibilidade da aposentadoria”, disse Jorge. “Eu sempre pensei que parar fosse libertador, mas foi diferente quando me vi perto de fazer isso”, seguiu.
Jorge Lorenzo se sentiu desacreditado na Ducati (Foto: Reprodução)
Ainda, Jorge considerou que correr com a SIC seria uma boa alternativa, mas não era o que ele buscava. O piloto de Palma de Maiorca, no entanto, não escondeu a tristeza para desconfiança que viu na Ducati. 
 
“Estar em um time satélite da Yamaha seria uma boa opção, mas não era o que eu queria. No esporte, seu valor é medido pelos seus resultados mais recentes e, assim, estava terrível naquele momento”, reconheceu. “Eu estava trabalhando e treinando como nunca antes, mas os resultados não vinham. Eu sabia que estava perto de vencer, mas as pessoas não acreditavam. Eu sabia, sabia o que faltava, mas, naquele momento, o time provavelmente não acreditava em mim”, comentou.
 
Piloto da Honda a partir de 1 de janeiro, Lorenzo destacou a dificuldade de, mais uma vez, mudar de moto, mas considerou que as trocas o deixaram mais completo. 
 
“Em curto prazo, trocar de time provavelmente é pior, porque você tem de recomeçar com a nova moto. Por outro lado, isso me dá a chance de renovar minha motivação”, explicou. É como sempre escrever com a mão direita e aí você ter de usar a esquerda… agora eu posso usar as duas mãos”, brincou.
 
“A vida é feita de desafios e você tem de aprender e melhorar. Na Yamaha, eu alcancei o sonho de ser campeão mundial e, para recuperar a motivação, decidi ir para a Ducati, mas foi mais difícil do que eu esperava”, admitiu. “A primeira vez que testei a moto foi um choque, tive de mudar meu estilo de pilotagem e não foi fácil continuar acreditando em mim. Eu continuei trabalhando e fui capaz de vencer”, recordou.
 
Por fim, Lorenzo falou sobre o caso do tanque de combustível, mas considerou que a peça não foi um ‘milagre’ da Ducati, mas fruto de um longo processo.
 
“Eles falaram bastante sobre aquele tanque, como se fosse algo mágico, mas foi só a última parte de um longo processo”, apontou. “Eu achei a moto nervosa, não virava, então a Ducati começou a fazer mais chassis para melhorar a entrega e, em 2017, eu comecei a melhorar. Mas, em 2018, a moto mudou e o tanque, mais baixo, não me apoiava mais durante a freada. Eu disse isso imediatamente aos engenheiros, mas ou eles não entenderam ou não acreditaram em mim, e levou muito tempo para mudar isso. Eu já era rápido, mas com essa última peça, eu pude ser mais consistente”, concluiu.
 
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