Aprilia vê MotoGP “um pouco cara demais” e põe situação da KTM como alerta

Diretor-executivo da Aprilia, Massimo Rivola destacou que considera que a MotoGP não tem o retorno que merece e torceu para que o Liberty Media possa dar o mesmo ‘toque mágico’ que deu na Fórmula 1

Jorge Martín e Marco Bezzecchi mostram a nova RS-GP (Vídeo: Aprilia)

Diretor-executivo da Aprilia, Massimo Rivola avaliou que a MotoGP é “um pouco cara demais”. O dirigente considerou que algumas coisas precisam ser revistas via regulamento, mas avaliou que o Mundial de Motovelocidade tampouco recebe o retorno que merece.

Questionado sobre a viabilidade financeira da MotoGP, Rivola respondeu: “Quanto tempo eu tenho para responder? É uma das minhas discussões sem fim com Carmelo [Ezpeleta, diretor-executivo da Dorna] e o ambiente da MotoGP”.

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“Ainda acredito que o nosso ambiente, nosso negócio, é um pouco caro demais. E acho que não precisamos de tanto assim para fazer um bom show. E nós temos aeronaves em duas rodas”, frisou. “Em minha opinião, algumas coisas podem ser geridas um pouco melhor, reguladas um pouco melhor. Mas quando você faz uma regra, você precisa estar em uma posição de controlar a regra, entendo isso”, seguiu.

Rivola comentou, também, sobre a situação da KTM. A marca austríaca vive um processo de insolvência e acumula uma dívida estimada em € 796 milhões (cerca de R$ 4,9 bilhões). Segundo a imprensa local, são cerca de 1630 credores, sendo quase 180 bancos.

Massimo Rivola (centro) disse não acreditar na saída da KTM da MotoGP (Foto: Aprilia)

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O CEO da Aprilia se mostrou confiante na permanência da KTM no campeonato, mas avaliou que a situação tem de servir de alerta para a MotoGP.

Vale destacar, porém, que a crise da casa de Mattighofen é da fábrica em si e não atrelada ao esporte. Em uma audiência com credores na Corte Regional de Ried, na Áustria, a Alpenlandischer Kreditorenverband (AKV), uma organização independente de proteção ao crédito, divulgou um extenso relatório sobre a primeira audiência do processo de insolvência da KTM AG, que reúne KTM AG, KTM Forschungs & Entwicklungs GmbH e KTM Components, que indica que as causas da crise ainda serão mais profundamente analisadas, mas, citando especialistas externos, aponta que ainda que o mercado esteja em crescimento, os custos de produção elevados na Áustria afetam a competitividade da KTM. Além disso, em 2023, após o pico causado pela pandemia de Covid-19, houve queda de demanda.

“O aviso que temos da situação da KTM não deveria encarado com ‘ah, é azar’. Acho que deveríamos fazer alguma coisa e espero que no próximo contrato de cinco anos, a gente discuta outra vez”, defendeu Rivola.

O dirigente considerou que a MotoGP não tem o retorno que merece. Massimo torceu para que o acordo de compra da Dorna pelo Liberty Media, que ainda depende de aprovação da União Europeia, permita que o grupo norte-americano dê o mesmo “toque mágico” que deu na Fórmula 1.

“Não acho que vamos perder a KTM. E acho que o campeonato precisa da KTM. É hora de entregarmos boas notícias para a MotoGP, pois acho que nós fornecemos o melhor show”, defendeu. “E acho que não estamos tendo retorno daquilo que entregamos. Então ficaria muito satisfeito em ver o Liberty envolvido, pois os americanos, geralmente, são muito bons em marketing interno, levando em conta o que fizeram com a F1”, observou.

“Parece que eles têm um toque mágico e nós precisamos desse toque mágico na MotoGP, pois é um lindo esporte e os pilotos são meio que super-heróis. E nós precisamos mostrar ao mundo o que eles são”, encerrou.

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