Chuva, pista seca, teste de pneus e salvada: MotoGP vive sexta agitada na Austrália

A MotoGP viveu um dia e tanto nesta sexta-feira (25) em Phillip Island. A classe rainha começou o dia lidando com a chuva, mas voltou às treinos na parte da tarde com o sol brilhando no céu e a pista seca. Não fosse o bastante, os pilotos ainda encararam um incomum teste de pneus, e Marc Márquez ainda aproveitou para fazer uma daquelas salvadas

A MotoGP teve um dia e tanto nesta sexta-feira (25) em Phillip Island. Além de lidar com dois extremos em termos de condição climática, a classe rainha ainda atendeu um pedido da Michelin e realizou um incomum teste de pneus. E, se tudo isso não fosse o bastante, Marc Márquez ainda aproveitou para fazer uma daquelas salvadas ― e pouco depois de um entrevero com Jorge Lorenzo.
 
Região de clima temperado ― com quatro estações bem definidas ―, Phillip Island amanheceu com chuva e frio. Assim, os pilotos entraram numa pista encharcada para o primeiro treino do dia, com Maverick Viñales sendo encarregado de estabelecer em 1min38s957 a melhor marca de uma sessão realizada com temperaturas de 14°C.
 
De tarde, porém, a situação mudou. O sol apareceu ― ainda que com muitas nuvens ainda se fazendo presente ―, elevou a temperatura para 18°C e secou o asfalto, permitindo uma considerável queda nos tempos.
Maverick Viñales (Foto: Yamaha)
No combinado das duas atividades, prevalecem, claro, os tempos da tarde. E, assim, Viñales leva a melhor com 1min28s824, 0s496 melhor que Andrea Dovizioso, o segundo colocado. Melhor Honda, Cal Crutchlow ficou com o terceiro posto. 
 
No primeiro dia em Phillip Island, um traçado onde a Honda acumula o maior número de vitórias na era da MotoGP, que começou em 2002, ― oito triunfos da montadora da asa dourada, contra cinco da Yamaha e quatro da Ducati ―, o equilíbrio se fez presente, com cinco das seis fábricas representadas no top-10, com exceção da KTM, que fez seu melhor resultado com Pol Espargaró, apenas em 17º. No total, foram três Yamaha, duas Honda, três Ducati, uma Suzuki e uma Aprilia na composição da lista dos dez melhores.
 
Líder das duas atividades do dia, Viñales, que venceu na terra dos irmãos Hemsworth no ano passado para encerrar um longo jejum da Yamaha, mostrou ter algo a mais que a concorrência. Mas ainda resta tempo o bastante para os demais encostarem no #12.

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“Na verdade, eu me senti realmente bem. Nesta pista, eu sempre encontro tempos de volta aceitáveis”, disse Viñales. “Estou feliz, encontrei a moto realmente boa e fiquei na pista rodando e rodando, também no molhado, pois aqui é sempre muito difícil na chuva, você tem de aquecer bem os pneus, então você tem de continuar rodando. Estou bem feliz com o resultado de hoje”, insistiu.
 
Perguntado se acredita que pode dominar o fim de semana, Viñales respondeu: “Acho que é muito cedo. Nós ditamos o ritmo hoje, mas precisamos continuar trabalhando”.
 
“A corrida é uma história completamente diferente. Vamos ver no domingo”, comentou. “Mas eu me senti bem, me senti bem com o acerto da moto, e isso é o mais importante”, frisou.
 
0s496 mais lento que Maverick, Andrea Dovizioso celebrou o segundo tempo na tabela e se mostrou satisfeito com o primeiro dia de trabalhos.
 
“Estou bem feliz por estar em segundo. Nós estamos muito próximos até a oitava colocação, então não é muito importante, mas foi importante fazer um bom tempo de volta para estar no top-10, pois talvez chova amanhã”, considerou Andrea. “Estou bem feliz por ser capaz de fazer aquele tempo de volta na última volta”, seguiu. 
 
“Eu sempre sofro nesta pista, é muito difícil para mim, infelizmente, curtir pilotar a moto aqui, mas, no fim, o feeling foi bem bom, nós usamos dois pneus para estar no top-10 e o tempo de volta foi bom”, apontou. “O feeling não é nada especial, a aderência é bem baixa, como sempre aqui nas curvas para a esquerda, pois você tem de manter o ângulo na maior parte da volta, mas não foi tão ruim. Nós estamos no grupo. Não somos os mais rápidos, mas foi importante ficar em uma boa posição”, completou.
 
Campeão antecipado, Marc Márquez ficou apenas com o sexto tempo, mas muito também por ter encontrado Jorge Lorenzo mais lento pelo caminho.
Marc Márquez (Foto: Divulgação/MotoGP)
“Estou contente com como foi o dia, porque as sensações no molhado foram boas”, relatou Marc. “Para ser sincero, Viñales está um passo à frente dos demais. Para me aproximar, tenho de entender melhor o pneu traseiro. Eu esperava estar mais longe de Yamaha e Suzuki”, contou.
 
“A sexta posição não é para ficar contente, mas tampouco é real, porque, na última parcial, eu perdi muito tempo. Eu vinha rápido, pois era minha única volta rápida com o pneu macio”, explicou. “Ele [Lorenzo] estava lento no meio do traçado e tivemos um pequeno contato que arrancou a asa dele”, lembrou.
 
Protagonista das últimas etapas da MotoGP, Fabio Quartararo teve um dia um pouco menos glorioso. Nos minutos finais do TL1, o #20 sofreu uma queda na Siberia, uma de suas mais fortes na classe rainha. Examinado no centro médico, o piloto da SIC foi liberado pelos médicos, mas acabou fora do TL2 por causa dos analgésicos que tomou para lidar com a dor na perna esquerda.
 
Assim, Fabio ficou apenas com o último tempo, já que não conseguiu melhorar o 1min40s575 registrado na chuva. 
 
“Não tenho muita experiência com a pista molhada, mas estava indo bastante bem”, comentou Fabio. “Cometi um erro, ainda que dê mais para dizer que foi um aprendizado de como temos de gerir os mapas na água. A pista estava secando e a aderência não era muito alta. Como eu disse, é experiência”, seguiu.
 
Questionado se estará na pista para o TL3 na manhã de sábado, Quartararo lembrou que terá de ser avaliado pelos médicos.
 
“Estou com muita dor no pé, temos de ir centro médico para examinar tudo”, contou. “É uma pena não poder rodar esta tarde no TL2 por causa dos anti-inflamatórios, mas, ao mesmo tempo, estou muito contente por não ter quebrado nada. Tudo me dói, mas tive sorte”, reconheceu.
 
A sexta-feira, porém, foi incomum por um outro motivo: um teste de pneus. Atendendo a um pedido da Michelin, a fornecedora única dos calçados da categoria, a MotoGP realizou uma sessão extra de 20 minutos, na sequência do TL2, onde os pilotos tinham de completar, no mínimo, 11 voltas consecutivas, usando o pneu traseiro que a montadora francesa está desenvolvendo para 2020. Os competidores podiam escolher entre os calçados macios e médios.
 
Nessa sessão de 20 minutos, Márquez não só registrou a melhor marca ― 1min29s254 ―, mas também fez uma das suas: o #93 chegou a 70° de inclinação após perder o controle da RC213V, mas conseguiu evitar o tombo. É Marc em estado puro. 
 
“Não sei como fiz, mas cheguei aos 70°, recorde de inclinação”, comentou. “Eu já estava a ponto e soltar a moto, mas, no fim, decidi acelerar e ver o que acontecia”, relatou.
 
E tudo isso só no primeiro dia no traçado de Phillip Island.
 

O GP da Austrália de MotoGP está marcado para o domingo, às 1h (de Brasília). Acompanhe aqui a cobertura do GRANDE PRÊMIO.

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