Com asfalto no fim da vida útil, GP da Catalunha promete recompensar quem melhor administrar desgaste dos pneus

Após o primeiro dia de treinos, os pilotos da MotoGP mostraram preocupação com o desgaste excessivo dos pneus. Dani Pedrosa colocou em xeque o futuro da corrida em Barcelona se o traçado não for reasfaltado

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O primeiro dia de treinos para o GP da Catalunha, sétima etapa da temporada 2017 da MotoGP, teve a Honda na liderança. Marc Márquez cravou 1min44s295 na melhor de suas 24 voltas nesta sexta-feira (9) e fechou os trabalhos com 0s405 de margem para Jorge Lorenzo, o segundo colocado. Melhor Yamaha, Jonas Folger fez o terceiro tempo, já 0s544 atrás do líder.

 
Neste primeiro dia, entretanto, é difícil tirar conclusões, especialmente porque o primeiro treino foi bastante esvaziado por conta do piso molhado decorrente da chuva que caiu durante a noite. Além disso, Honda e Ducati, por exemplo, começaram o trabalho em vantagem, já que fizeram um teste privado em Montmeló recentemente.
 
Ainda assim, Márquez sai deste primeiro dia satisfeito, especialmente no que diz respeito à performance dos pneus disponibilizados pela Michelin.
Marc Márquez foi o mais rápido em Montmeló (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Hoje eu me senti muito bem com a moto, por causa do teste que fizemos aqui e foi, talvez, a primeira sexta-feira em que tivemos uma boa base”, disse Márquez. “Para mim, é só uma questão de composto. Se você reparar, eu não posso realmente usar o médio. Para mim e para os outros pilotos da Honda, não funciona”, explicou.
 
“Parece que o clima vai ser mais quente e no domingo ainda mais. Ainda estamos esperando para ver como será o feeling, mas hoje foi bom”, completou.
 

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Dono da segunda melhor marca, Lorenzo avaliou que é cedo para conclusões, mas fez um balanço positivo do início de trabalho da Ducati.
 
“Ainda é cedo para tirar algumas conclusões, mas nós começamos bem e conseguimos ser rápidos com todos os pneus que testamos, tanto o duro no início da sessão quando o macio no final”, apontou. “É muito difícil entender o ritmo dos outros pilotos, mas, de qualquer forma, nós ainda temos de melhorar, especialmente no terceiro setor, onde a moto se move muito mais do que no teste e ainda não somos capazes de ser muito rápidos”, apontou.
 
Líder do Mundial, Maverick Viñales teve um dia para lá de problemático. O #25 completou o primeiro dia de testes no 17º posto, 1s515 atrás de Márquez. Depois do treino, o espanhol disparou contra a Michelin e se mostrou irritado com a influência dos pneus na performance.
 
“De manhã, eu me sentia muito bem. Saí e sentia que tinha boa aderência, que a moto estava trabalhando bastante bem, embora não 100% porque a pista estava molhada. Mas, de tarde, tive uma sensação completamente diferente”, contou Viñales. “Não tinha nada de aderência. Isso nunca tinha me acontecido com esses pneus. Era só sair e já estava sem aderência. Era uma coisa estranha, mas muito pior do que em Jerez”, destacou, se referindo à pior performance da Yamaha até aqui.
 
Questionado se o comportamento dos pneus nesta sexta-feira traz de volta a polêmica teoria compensatória, segundo a qual a Michelin trabalha para compensar as equipes após ‘prejudicá-las’, Viñales respondeu: “Não deveria ser assim. Eles deveriam ir bem em todas as corridas”.
Maverick Viñales se queixou bastante dos pneus Michelin (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Eles não têm nem que compensar e nem que fazer com que uma moto vá bem ou não. Têm de fazer um pneu que seja bom para todos e com a qual possamos dar 100% a cada fim de semana. Aí entra a moto que funciona melhor em um circuito ou outro, mas a aderência tem de ser a mesma”, defendeu. “Sinceramente, hoje não havia aderência. Era como se estivesse com pneus de 30 voltas na moto. Depois de dois giros, tinha grip zero. Nunca tinha acontecido algo assim comigo. Em Jerez, por exemplo, o dianteiro não funcionava, mas sabíamos o motivo. Era aquele composto que não funcionava e que ia mal, como também aconteceu em Austin, mas aqui não funciona com pneu nenhum. Não sabemos o que vamos fazer amanhã”, admitiu.
 
Apesar do aparente desespero, Maverick avaliou que é cedo para dar tudo por perdido.
 

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“Perdido nunca está até a bandeira quadriculada. Eu vou lutar ao máximo, como sempre, e, na melhor das hipóteses, saímos amanhã, encontramos aderência e estarei entre os dois primeiros, mas isso pode não acontecer”, falou. 
 
Companheiro de Viñales na Yamaha, Valentino Rossi lamentou o treino perdido com o piso molhado, mas fez um balanço mais animador da sexta-feira.
 
“Esta manhã choveu e nós perdemos o primeiro treino livre. É uma pena, porque nós não viemos fazer o teste e tínhamos muito trabalho para fazer”, lamentou. “Nós só conseguimos fazer o segundo treino, mas foi um indicativo, porque as condições eram boas. Nós conseguimos trabalhar na moto. O feeling não é fantástico e meu ritmo não é especial, mas não estamos tão longe”, ponderou. 
 
“Temos de melhorar na entrada de curva. Com o pneu macio, fiz o décimo tempo. Podia ter feito melhor”, reconheceu. “Fora Márquez, a partir do segundo colocado, que é Lorenzo, estamos todos muito juntos. Amanhã de manhã será a luta habitual para entrar entre os dez melhores”, previu.
 
Neste primeiro dia em Montmeló, os pilotos tiveram de se adaptar ao novo layout da pista. Por conta do acidente fatal de Luis Salom no ano passado, o Mundial de Motovelocidade usou o layout da F1 em 2016, mas ganhou uma configuração própria para esta temporada. A mudança no traçado seguiu um caminho intermediário: nem o original das motos e nem tampouco o da F1, que também tinha algumas brechas no quesito segurança.
 
A mudança, no entanto, causou lá suas confusões. No primeiro treino da MotoGP, Jack Miller errou seguidamente a nova chicane e acabou recebendo uma bandeira preta com pouco menos de dez minutos para o fim da sessão. Márquez até tentou alertar o australiano, mas a punição já tinha sido definida.
Jorge Lorenzo rodou entre os ponteiros (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
“Eu estava tentando aquecer especialmente o pneu traseiro e, conforme estava fazendo isso, acho que me deixei levar pelo momento, apenas forçando na pista que eu conhecia e que era a errada. Eu nem pensei”, disse Miller. “Cheguei na curva um, vi as bandeiras pretas e aí Cal [Crutchlow] e Marc — eu estava olhando para a moto —passaram e eles estavam batendo nos próprios traseiros”, relatou. 
 
“Eu pensei: ‘Céus, isso é estranho. Eles sempre param e não me deixam seguir’. Então eu fui atrás e quando cheguei na chicane, foi ai que, basicamente, eu soube que tinha feito bobagem. Eu estava como: ‘Ah, seu idiota. A gente acerta mais tarde, imbecil’”, contou.
 
 
Michelin, o alvo preferencial?
 

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Além da confusão do layout, os pneus também foram assunto nesta sexta, especialmente por causa do asfalto desgastado de Montmeló.
 
Em um momento onde a Michelin tem sido alvo de muitas criticas, Rossi saiu em defesa da montadora francesa e avaliou que os calçados são hoje melhores do que eram no ano passado.
 
“Para começar, Barcelona te leva a falar pneus. A culpa, mais do que do pneu, é do asfalto. Não tem aderência”, apontou. “Os pneus são importantíssimos. Para mim, não é o pior momento. A Michelin está evoluindo muito. Na minha opinião, os pneus são melhores que no ano passado. Tinha mais indecisão no ano passado. Depende do piloto e da marca. Nas últimas duas corridas, foram muito bem”, elogiou.
 
Viñales, por outro lado, negou que sua dificuldade de performance seja causada pela condição da pista, já que isso é igual para todo mundo.
 
“Isso é para todo mundo e não só para a nossa moto. Se tivemos algo positivo este ano, foi a aderência no pneu traseiro. Em Jerez, eu tinha muita aderência na traseira e o dianteiro não funcionava, mas nesta corrida é impossível”, insistiu. “Tentei dar duas voltas e voltar para os boxes, porque a moto era impossível de pilotar. Me colocaram outra vez pneus novos e dei uma volta boa, mas nas demais era impossível pilotar. Se tivessem me colocado outro pneu e tivesse funcionado, eu teria entendido o problema, mas o outro tampouco funcionava”, sublinhou.
 
Vencedor do GP da Itália, Andrea Dovizioso completou o primeiro dia de treinos na quarta colocação, 0s588 atrás de Márquez, e destacou que cuidar dos pneus será vital em Montmeló.
 
“Apesar de termos encontrado a pista em um estado ruim e com muitos buracos, o teste que fizemos semanas atrás nos ajudou a estabelecer uma boa base e hoje nós cravamos bons tempos”, afirmou Andrea. “Acho que temos de trabalhar na nossa consistência mais do que na velocidade, porque a aderência no pneu traseiro cai muito rápido e o ritmo que conseguirmos manter depois de algumas voltas será muito importante”, completou.
Mundial de Motovelocidade vai usar a chicane da F1 (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
Oitavo colocado nos treinos desta sexta, Pedrosa reforçou coro pelo recape da pista e, questionado se era possível correr em Barcelona em 2018 sem um novo asfalto, o #26 respondeu: “Acho que não”.
 
“Estamos pedindo uma mudança de asfalto. Não acho que possamos correr assim no ano que vem”, comentou. “Foi um dia um pouco estranho. Talvez por causa da chuva desta manhã, o asfalto não era o ideal”, seguiu.
 
“Esta é uma das pistas em que a durabilidade do pneu é um problema”, resumiu. “Você tem de administrar bem os pneus, porque a exigência é demasiadamente alta”, concluiu.
 
Falando à imprensa, Lorenzo estipulou que os pilotos perdem cerca de 0s7 após quatro voltas por conta do desgaste dos pneus. Dovizioso foi ainda mais longe e colocou essa perda de ritmo na casa de 1s.

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