Da recuperação brilhante à pior lesão: Marc Márquez vai do céu ao inferno na Espanha

Em 16 voltas, Marc Márquez foi de 16º a terceiro na corrida de domingo da MotoGP, mas viu a brilhante recuperação ficar para escanteio ante a pior lesão sofrida desde que subiu para a classe rainha. Será este o fim do sonho do hepta em 2020?

Marc Márquez viveu um dia sem igual na abertura da temporada 2020 da MotoGP. O #93 começou com uma boa largada, tomou a ponta ainda no início da disputa, mas um erro o derrubou para a 16ª colocação. Dono de um ritmo fortíssimo, o piloto da Honda iniciou uma acelerada prova de recuperação e, após 16 voltas, estava de novo na briga pelo pódio. Até a fatídica 22ª volta.

Na saída da curva 3, o irmão de Álex foi violentamente ejetado da RC213V e, enquanto rolava pela brita, acabou atingido no braço pelo pneu dianteiro da própria Honda, que causou fratura no terço médio do úmero do braço direito. Apesar de ser uma fratura completa, o osso não saiu consideravelmente do lugar, mas ainda preocupa a suspeita de dano ao nervo radial.

O forte tombo levado por Marc Márquez (Foto: Reprodução)
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Após o acidente, os médicos informaram que Marc teve paralisia, um sintoma de dano ao nervo radial, comum em fraturas de úmero. Um especialista ouvido pelo jornal espanhol AS afirmou que apenas durante a cirurgia marcada para terça-feira que a extensão da lesão poderá ser avaliada. Médico do esporte, Dr. José González disse que a recuperação pode levar até três meses.

Traumatologista do Mundial, Dr. Xavier Mir foi um bocado mais otimista. O espanhol, que será o responsável pela cirurgia, descartou a presença do hexacampeão no GP da Andaluzia deste fim de semana, mas afirmou que a meta é voltar em Brno, na terceira etapa do campeonato, marcada para 9 de agosto, portanto 21 dias após a fratura.

Em se tratando do Mundial de Motovelocidade, coisas impressionantes sempre podem acontecer. Anos atrás, Jorge Lorenzo disputou o GP da Holanda 30 horas após operar uma fratura na clavícula ― o que, aliás, não é mais permitido, já que o Regulamento Médico exige um intervalo de 48 horas após um piloto ser submetido à anestesia geral, peridural, raquidiana ou regional. Em 2010, Valentino Rossi voltou a subir em uma moto apenas 19 dias após quebrar a perna em um acidente em Mugello e retornou à MotoGP 42 dias após o acidente.

Mas é igualmente verdade que Marc Márquez nunca perdeu uma corrida desde que estreou na MotoGP, em 2013. Ainda que tenha se machucado aqui e ali, o espanhol largou nas 127 corridas realizadas desde então. É também legítimo dizer que esta é a pior lesão da carreira, desde a estreia na classe rainha. E na hora mais imprópria.

Desde que a Dorna, promotora do Mundial, divulgou o calendário deste ano, ficou evidente que lesões seriam um obstáculo maior do que o de costume. Com 13 provas confirmadas até aqui, o campeonato será muito compacto, dando menos margem de recuperação aos pilotos.

Sem saber quanto tempo Marc ficará fora de combate, é difícil dizer o impacto que a lesão terá na busca pelo heptacampeonato. Quanto mais tempo ficar fora, claro, menores as chances de conseguir igualar, já em 2020, o número de títulos de Valentino Rossi.

E, por mais que seja um momento ruim para dizer isso, cabe aos outros aproveitarem ao máximo a ausência de Marc para tentar quebrar a sequência de títulos do #93.

Marc, com certeza, vai se valer de todos os recursos disponíveis pela medicina para tentar acelerar a recuperação. Mas o corpo humano tem lá seus mistérios, então, nem tudo vai depender da força de vontade do titular da Honda.

Pode não ser do jeito sonhado e esportivamente mais glorioso, mas a lesão de Marc representa uma chance a mais para os outros postulantes ao título. Resta ver se eles vão saber ― e ter tempo o bastante ― para aproveitar.

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