De Frith a Petrucci, Mundial de Motovelocidade chega aos 70 anos como exemplo no esporte a motor

O Mundial de Motovelocidade completa nesta quinta-feira (13) 70 anos de existência. Com mais de 3 mil corridas distribuídas em 929 GPs, a série das duas rodas chega a sua sétima década como exemplo no esporte a motor

13 de junho não é apenas do dia de Santo Antônio ou da criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, o Mundial de Motovelocidade completa 70 anos, e o aniversário não podia chegar num momento mais glorioso.
 
A data desta quinta-feira marca a realização da primeira corrida que contou para a classificação do Mundial: uma prova das 350cc que aconteceu na Ilha de Man, em 1949, e foi vencida por Freddie Frith com uma Velocette. O britânico venceu outras cinco corridas e fechou o ano com o título antes de se aposentar. 
 
Na temporada inaugural do campeonato Mundial, as 500cc tiveram Les Graham, com uma AJS, como campeão, enquanto Bruno Ruffo, de Moto Guzzi, levou o título das 250cc. Nello Pagani foi o campeão do campeonato de estreia das 125cc com uma Mondial. 
Maverick Viñales participou de evento comemorativo em Barcelona (Foto: Divulgação/MotoGP)
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Desde então, foram realizados 929 GPs, com um total de 3114 corridas de categorias solo. Ao longo destes 70 anos, 117 pilotos diferentes conquistaram ao menos um título, sendo Giacomo Agostini (15), Ángel Nieto (13), Mike Hailwood (9), Valentino Rossi (9) e Carlo Ubbiali (9) os maiores vencedores.
 
Nessas sete décadas, 372 pilotos diferentes figuraram no rol dos vencedores, sendo ‘Ago’ aquele que mais vezes esteve no topo do pódio: 122. Segundo na lista, Rossi soma 115 vitórias e é seguido por Nieto (90), Hailwood (76) e Marc Márquez (73).
 
O número de pilotos que passaram pelo pódio ao longo destes 70 anos chega a 718, com Rossi sendo aquele que mais vezes esteve no top-3: 234. Agostini aparece na sequência, com 159 pódios, seguido pelo recém-aposentado Dani Pedrosa (153), Jorge Lorenzo (152) e Nieto (139).
 
Desde 1949, também, 29 nações tiveram vencedores em categorias solo do Mundial de Motovelocidade, uma lista que é liderada pela Itália e seus 811 triunfos. A Espanha vem logo atrás, com 609, escoltada por Grã-Bretanha (383), Alemanha (191) e Austrália (180).
 
A lista de países que receberam corridas conta com 30 representantes, sendo a Espanha a nação que aparece com mais frequência: 400. A Itália já recebeu 347 GPs.
 
No que diz respeito às fábricas, a Honda é a mais bem sucedida, com 776 vitórias em categorias solo, seguida por Yamaha (502), Aprilia (294), MV Agusta (275) e Suzuki (157).
 
Mais recente integrante do rol dos vencedores, Danilo Petrucci também conseguiu feitos expressivos no GP da Itália último, já que foi o primeiro a conquistar a primeira vitória em Mugello.
Maverick Viñales guiou a Yamaha TZ 350 (Foto: Divulgação/MotoGP)
Mas esses números não dão a imagem completa do momento do Mundial de Motovelocidade. Hoje formado por Moto3, Moto2 e MotoGP, o certame promovido pela espanhola Dorna chega ao septuagenário como exemplo para as demais séries do esporte a motor mundial.
 
A marca do principal campeonato da FIM (Federação Internacional de Motociclismo) na atualidade é a competitividade. Na classe rainha, por exemplo, o GP da Itália deste ano entrou para a história como o nono da lista de corridas com a menor margem entre os três pilotos do pódio: 0s338.
 
Na Moto2, aliás, são quatro pontos separando o top-3 no campeonato, a menor margem na classe intermediária depois de seis corridas desde a introdução do atual sistema de pontos, em 1993. A situação na Moto3 não é diferente, com 58 pontos separando os integrantes do top-15, também a menor diferença neste intervalo de 26 anos.
 
Atendo-se apenas à classe rainha, é notório o efeito positivo do atual regulamento. Por meio de um sistema de concessões, o campeonato conseguiu não só atrair novas fábricas, como vem assegurando um caminho mais fácil rumo à ponta da tabela. Suzuki e KTM são dois exemplos disso.
 
A montadora japonesa ficou fora da MotoGP por conta de problemas relacionados à crise econômica de 2008, mas, desde que voltou, vem ganhando terreno rapidamente. Com apoio das concessões, a Suzuki já venceu duas corridas nesta nova fase e hoje tem em Álex Rins um fator a ser considerado na briga pelo título.
 
Caçula entre as fábricas, a KTM é um ótimo exemplo deste momento saudável da MotoGP. Apesar da pouca quilometragem na classe rainha, a marca austríaca vem evoluindo a olhos vistos a RC16 e, GP após GP, Pol Espargaró aparece para dar um novo salto. 
 
Um exemplo da competitividade da categoria reside no fato de que o GP da Itália marcou a quinta vez no ano em que cinco das seis fábricas no grid da divisão principal estiveram representadas no top-10. A última vez em que cinco ou mais construtores estiveram cinco vezes entre os dez melhores nas primeiras seis corridas do ano tinha sido em 1993. Além disso, três marcas diferentes já venceram em 2019 ― Ducati, Honda e Suzuki. 
 
Nas últimas semanas, pilotos da Fórmula 1 falaram abertamente sobre o fato de a série de elite do automobilismo mundial poder se inspirar no modelo da MotoGP. Ao contrário do que acontece com a caçula rica, a série das duas rodas contou com o apoio de fábricas como Honda e Yamaha, por exemplo, para permitir que as concorrentes acelerassem a melhora de performance. 
 
Vice-campeã com Andrea Dovizioso nos últimos três anos, a Ducati é mais uma a fornecer evidência desse acerto. É bem verdade que o único título permanece datado no distante ano de 2007, mas a evolução da Desmosedici foi também fruto dessa maior liberdade do campeonato.
 
É uma questão de filosofia. As fábricas da MotoGP entendem que só podem comprovar sua força tendo um adversário igualmente capaz. 
 
É verdade que Marc Márquez vem dominando o esporte, mas os títulos do #93 não podem ser contestados. Afinal, ainda que não o façam, os adversários têm capacidade o bastante para vencer corridas e desafiar o titular da Honda.
 
Assim, o Mundial de Motovelocidade sopra as velinhas de seu 70º aniversário em um dos melhores momentos de sua história. E, melhor, ao invés de ganhar, distribui presentes para os fãs nos circuitos e ao redor do mundo.
 

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