De saída, Rossi elege maior frustração na Ducati: “Temos mais ou menos os mesmos problemas”

Prestes a retornar para a Yamaha, Valentino Rossi afirmou que sua maior frustração é que a Ducati tenha mais ou menos os mesmos problemas de dois anos atrás

 

O GP de Valência de MotoGP, que acontece no próximo dia 11, vai marcar a última prova de Valentino Rossi vestindo as cores da Ducati. Liberado por Borgo Panigale para participar do teste coletivo no circuito Ricardo Tormo a partir do dia 13, o italiano já vive a expectativa de voltar a subir na M1, moto com que conquistou quatro de seus sete títulos na classe rainha do Mundial de Motovelocidade. 
 
Em entrevista a um grupo de jornalistas em Phillip Island no último fim de semana, Rossi afirmou que a despedida será emocionante, mas voltou a defender a opção de retornar para a casa de Iwata. 
Valência marca despedida de Rossi da Ducati. Primeiro teste com a Yamaha acontece na terça-feira (Foto: Ducati)
“Acho que será muito emocionante em Valência, porque eu encontrei uma boa atmosfera e boas pessoas para trabalhar e para correr junto. E eu sempre formei um grupo com o meu time, não por escolha, mas porque é assim, talvez seja o meu jeito. Com certeza, vai ser muito difícil dizer ‘ciao’ aos rapazes”, afirmou. “Mas, ao mesmo tempo, sabe, nós não conseguimos atingir nenhum bom resultado, então é uma decisão boa para mim e eu mal passo esperar para pilotar a M1”, continuou. 
 
Animado com o futuro, Valentino fez um balanço das duas temporadas em Borgo Panigale e caracterizou o período como “especialmente frustrante”, principalmente por conta da evolução da moto. 
 
“A maior frustração, exceto os resultados ruins e a sensação ruim, é que após dois anos, nós temos mais ou menos os mesmos problemas que tínhamos em Valência em 2010. Esta é a maior frustração”, ressaltou. “Foram duas temporadas muito, muito difíceis.”
 
O italiano destacou que Casey Stoner, campeão pela marca em 2007, foi o único que conseguiu andar com a Desmosedici, mas disse não entender a diferença do italiano para os demais pilotos que guiaram o protótipo italiano. 
 
“Casey foi o único piloto que conseguiu ser rápido em uma Ducati”, disse. “Todos os outros caras que tentaram, destruíram, não suas carreiras, mas a sua mente… Então parabéns ao Casey”, comentou. “Mas, dois anos atrás, eu não entendia a diferença entre o Stoner e os outros pilotos da Ducati e depois de dois anos andando com a Ducati, eu ainda não entendo.”
 
Questionado se o período na Ducati também havia destruído sua mente, Rossi respondeu: “Acho que não. Especialmente porque eu tenho outra chance”, ponderou.
 
Apesar dos resultados ruins, Valentino não acredita as dificuldades tenham apagado o brilho de sua carreira. “Em toda a minha carreira, eu nunca errei um escolha. Agora eu errei”, lamentou.  
 
O multicampeão também comentou as vantagens de seu retorno para o time nipônico. Rossi acredita que poderá ajudar a equipe a melhorar a M1, mesmo não estando certo de que poderá acompanhar o ritmo de Jorge Lorenzo e Daniel Pedrosa. 
 
“Acho que posso dar a Yamaha um apoio muito importante para melhorar a moto. Tenho 100% de certeza disso”, afirmou. “Porque foi uma combinação perfeita entre eu e a Yamaha, na forma de trabalhar e de melhorar a moto”, recordou.
 
“Não tenho certeza de que poderei ficar no mesmo nível de Lorenzo e Pedrosa e lutar para vencer corridas ou campeonato, sabe? Sinceramente, eu não sei, então antes eu tenho de experimentar a moto”, reconheceu. “Mas nós temos dois anos e, se quisermos tentar, o teste em Valência será muito importante para entendermos, mas depois disso, teremos de trabalhar. Meu time tem de dar o máximo, Jeremy [Burgess] tem de dar o máximo, todos têm de dar 100% para melhorar, resolver os problemas, melhorar o nosso nível, lutar, especialmente com Lorenzo na mesma moto, e agora ele é campeão.”
 
Por fim, Rossi assumiu o papel de piloto número 2, mas defendeu que sua atual posição coloca a pressão em cima do novo bicampeão. 
 
“Sabe, nós somos o número dois. E, normalmente, o número um tem a posição mais difícil, porque o número um – neste caso Lorenzo e Pedrosa – é como era comigo e Lorenzo em 2008 e 2009. Se você chega na frente, ok, é normal. Mas se você chega atrás, de repente você tem alguns problemas”, concluiu. 
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