Ducati adia decisão para Tailândia, mas assume “balança pendendo” para motor de 2024
Chefe da Ducati, Davide Tardozzi avaliou que o regulamento atual da MotoGP demanda conservadorismo na hora de compor o pacote para 2025. Dirigente assumiu que a casa de Bolonha está mais propensa a seguir com o motor do ano passado
Davide Tardozzi admitiu que, no momento, a Ducati está mais propensa a manter o motor de 2024 na Desmosedici. O chefe da equipe de Borgo Panigale avaliou que o regulamento da MotoGP “nos força a sermos conservadores”, mas deixou claro que a decisão final será tomada apenas no teste da Tailândia.
Durante o teste da Malásia, Marc Márquez e Francesco Bagnaia concordaram que o propulsor de 2024 tem características fortes, mas admitiram que o novo motor também tinha aspectos interessantes. Os dois tiveram muitos testes, mas a escolha ainda não foi feita.
Por conta da mudança de regulamento de 2027, a MotoGP optou por congelar o desenvolvimento por dois anos e assim, salvo em casos de concessões, as motos permanecerão as mesmas até o fim do próximo ano.
“É, [o motor de] 2025 tem um potencial realmente bom, mas, no fim, estamos pensando que o regulamento nos força a sermos conservadores, pois este motor será utilizado por dois anos e funciona muito bem”, disse Tardozzi ao site da MotoGP. “Neste momento, a balança está pendendo um pouco mais para o 2024 do que o de 2025, mas a decisão final será na Tailândia”, explicou.

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Bagnaia voltou a elogiar a entrega de potência do novo motor, mas sinalizou uma preferência para o motor com que conquistou 11 vitórias em GPs no ano passado.
“A questão é que a GP24 é uma máquina fantástica, que funciona muito bem, mas já tem uma temporada que estamos usando”, ponderou. “O motor da GP25 parece fantástico, a entrega de potência é fantástica, mas ainda falta alguma coisa”, indicou.
“Então não é uma decisão fácil e nós ainda temos mais dois dias na Tailândia para entender”, frisou.
Perguntado se fez o melhor tempo com a moto de 2025, Pecco sorriu e disse: “Não vou responder essa pergunta. Não posso”.
Recém-chegado à equipe de fábrica, Marc Márquez destacou que a moto não é feita só de motor, mas também defendeu uma postura mais conservadora.
“Não é só um motor, é sempre um pacote de pequenas coisas”, falou o hexacampeão da MotoGP. “Agora, os engenheiros terão tempo de analisar muitas voltas minhas e do Pecco. Acho que eles vão tomar uma boa decisão, pois o que eu vi na garagem nesses três dias é que eles são muito corajosos e calmos para tomarem as decisões corretas, especialmente, acho que a palavra é conservador. Às vezes, você precisa ser conservador quando já tem a melhor moto”, defendeu.
“Nós precisamos estar totalmente certos de que é muito melhor e, no momento, não sabemos. Precisamos esperar”, avaliou.
Questionado se, diante da qualidade comprovada do motor da GP24 e do congelamento do desenvolvimento por dois anos, a dúvida na Ducati é se há razão para correr riscos, Márquez respondeu: “Isso é o principal. Não podemos correr um risco desnecessário. Precisamos entender que, com o pacote anterior, eles venceram 19 de 20 corridas, então precisamos entender isso, mas, claro, os engenheiros e a fábrica querem melhorar. Eles estão tentando, mas se não tiverem total certeza, é melhor dar um passo atrás”.
A MotoGP volta às pistas entre os dias 12 e 13 de fevereiro para o segundo teste da pré-temporada, na Tailândia. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

