Bagnaia deixa oportunidade passar, e Martín segue sem freios na briga pelo título
Depois de faturar a pole de maneira maiúscula, Francesco Bagnaia falhou em repetir a dose na corrida sprint do GP da Malásia e viu Jorge Martín terminar logo à frente neste sábado (11) para reduzir para só 11 pontos a vantagem do italiano na liderança da MotoGP
Não foi desta vez que Francesco Bagnaia conseguiu colocar um freio em Jorge Martín. Derrotado pelo espanhol na corrida sprint do GP da Malásia — que foi vencida por Álex Márquez —, o campeão vigente viu o rival da Pramac cortar para só 11 pontos a diferença no Mundial de Pilotos da MotoGP.
Martín chegou a Sepang em grande fase: vindo de duas poles seguidas, cinco vitórias consecutivas na sprint e o triunfo no excelente GP da Tailândia. No conjunto da obra, o #89 tinha conseguido reduzir para 13 pontos a margem de Pecco na classificação.
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Sendo assim, Bagnaia precisava se impor. E de maneira urgente. Na classificação, o #1 saiu melhor: faturou a sétima pole do ano — a primeira desde o GP da Catalunha. Jorge, por outro lado, caiu e ficou só em segundo, 0s058 atrás do italiano de Torino.
No apagar das luzes para a prova curta na Malásia, Pecco saiu com o pé direito e sustentou a ponta, mas não conseguiu segurar por muito tempo, já que o caçula dos Márquez tinha um ritmo excelente. Perder para o rival da Gresini nem era assim um problema tão grande — afinal ele é apenas o 11º no campeonato —, mas, cinco curvas depois, foi a vez de Jorge se colocar à frente. A situação só não foi pior porque o ressurgido Enea Bastianini segurou as pontos e, mesmo diante da possibilidade de voltar ao pódio ‘em séculos’, respeitou o momento do companheiro de equipe e manteve a quarta colocação.

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Desta forma, Pecco cedeu mais dois pontos para Jorge e agora tem só 11 de frente, com 99 ainda em disputa. É fato que a série vitoriosa do espanhol de Madri nas sprint foi quebrada, mas por alguém que está completamente afastado da briga pelo título. Quem precisava colocar um freio, não conseguiu. E, certamente, vai dormir com a cabeça fervendo, preocupado com o que pode acontecer no GP da Malásia de domingo.
“O objetivo era recortar pontos de Pecco, e conseguimos”, comemorou Martín. “Não larguei muito bem, pois, com certeza, tomei mais cuidado do que Pecco e Álex. Isso me derrubou para quarto e, provavelmente, fez a pressão [do pneu] disparar”, seguiu.
“A pressão me impediu de pilotar como vinha fazendo. Não podia inclinar e nem fazer ritmo de curva”, relatou o espanhol, que já foi advertido em 2023 por desrespeitar a regra de pressão mínima dos pneus. “Por sorte, consegui me acostumar e isso me permitiu atacar Pecco”, explicou.
Martín, porém, voltou a afirmar que está limitado em termos de acerto da moto, como já tinha mencionado na sexta-feira.
“Este fim de semana está me custando um pouco e termos de acerto, mas temos informações e vamos tentar dar um passo mais para a corrida longa”, completou.
Bagnaia, por sua vez, indicou uma mudança total no comportamento da moto na hora da sprint, mas avaliou que, por ser a corrida curta, o impacto foi reduzido.
“É difícil dizer, mas o fato é que lutei muito com a dianteira”, disse Pecco à emissora italiana Sky Sport. “Não conseguia parar [a moto] e, nas curvas para a esquerda, tive muitas vibrações, então foi um pouco estranho. Desde o início, tive dificuldades para parar, mas tinha melhorado. Nas últimas voltas, tive muita dificuldade e rodei muito lento”, explicou.
“Simplesmente não consegui performar e foi uma pena, pois largamos bem e estávamos fazendo as coisas certas. Álex era muito rápido, mas, na minha opinião, tínhamos potencial para lutar com ele. Infelizmente, comecei a perder muito. Eu realmente não consigo entender o que aconteceu”, lamentou. “Felizmente, foi na sprint, então teremos tempo e a oportunidade de ver todos os dados para entender o que não deu certo”, minimizou.
O italiano destacou que as sensações com a moto foram muito piores e a situação ficou especialmente difícil na metade final da sprint.
“Meu feeling foi muito pior do que no resto do fim de semana, especialmente em comparação com essa manhã, quando fiz muitas voltas com o mesmo pneu dianteiro e tudo funcionou perfeitamente. De tarde, porém, tive muito mais dificuldades”, indicou. “Com quatro ou cinco voltas para o fim, tive muito mais dificuldade. Tentei forçar na freada e fechar as linhas, mas foi difícil”, acrescentou.
A MotoGP volta a acelerar neste domingo (12), a partir de 4h (de Brasília), com o GP da Malásia, no circuito de Sepang. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.