Demorou, mas saiu. Depois de desperdiçar três match-points, Danny Kent lançou mão de sua última cartada para conquistar o título da temporada 2015 da Moto3 e colocar fim a uma novela que já se arrastava há semanas. Neste domingo (8),
o piloto da Kiefer recebeu a bandeirada na nona colocação, resultado mais do que bom para lhe garantir a taça da categoria menor do Mundial de Motovelocidade.
Apesar de ter tido uma temporada com momentos próximos da perfeição, Kent não conseguiu encerrar uma rotina de títulos disputados até a prova final na categoria menor, mas colocou um fim à sequência de triunfos espanhóis na Moto3 — com as conquistas de Maverick Viñales e Álex Márquez em 2013 e 2014, respectivamente.
Com a conquista deste domingo, Kent recolocou a motovelocidade inglesa de volta no mapa. Entre outros feitos, os 260 pontos conquistados por Danny no ano representam a maior pontuação de um piloto nascido no Reino Unido. Além disso, trata-se do primeiro campeonato de um inglês no Mundial de Motovelocidade desde que Barry Sheene conquistou o título das 500cc em 1977. Um jejum que durou 38 anos.
Depois de três tentativas, Danny Kent, enfim, chegou ao título da MotoGP (Foto: Kiefer)
Nascido em Chippenham, no Reino Unido, Danny começou a carreira correndo de minimoto e, em 2008, estreou no CEV (Campeonato Espanhol de Velocidade), um dos principais campeonatos de base da atualidade.
No ano seguinte, o #52 passou para a Red Bull Rookies Cup, categoria que acompanha o Mundial de Motovelocidade por todos os circuitos europeus. Em paralelo, Danny seguia correndo na Inglaterra e também na Espanha.
Vice-campeão da Rookies Cup em 2010, Kent se credenciou para o salto para o Mundial no ano seguinte, defendendo as cores do experiente time de Aki Ajo. Foram duas temporadas com a Red Bull KTM Ajo, mas ao fim de 2012, após duas vitórias, sete pódios e uma pole, o quarto colocado no Mundial de 125cc decidiu saltar para a Moto2.
A aventura com a Tech3 na divisão intermediária, entretanto, não saiu como o planejado. Kent não conseguiu andar na frente e fechou o ano com um amargo 22º lugar na classificação, tendo somado apenas 16 pontos.
Com tal desempenho, Danny fez as malas e voltou para a Moto3, de novo com o time de Aki Ajo, mas agora contando com equipamento Husqvarna. No retorno à classe inicial, o piloto sentiu o impacto da queda dos tempos da classe menor e precisou de um período de readaptação.
Após fechar 2014 com o oitavo posto na classificação final da Moto3, Kent mudou de equipe mais uma vez, mas a chegada à Kiefer trouxe um impressionante salto de qualidade. No ano, Danny acumulou seis triunfos e um total de nove pódios.
O número de triunfos pode ser impressionante, mas o mais marcante da performance de Kent em 2015 foram as corridas em que ele conseguiu escapar do pelotão, algo não tão comum na divisão menor. Na Argentina, por exemplo, o britânico recebeu a bandeirada com 10s354 de vantagem para Éfren Vázquez. Na corrida anterior, em Austin, a diferença para Fabio Quartararo foi de 8s532.
Reino Unido tem um campeão no motociclismo depois de 38 anos (Foto: Divulgação/MotoGP)
O caminho para tal evolução passou por uma melhora em seus treinamentos. Kent admitiu ao longo da temporada que vem treinando o dobro do que fazia anteriormente.
Curiosamente, Kent tem sua carreira ligada a de outro piloto que fez história no motociclismo britânico. O número #52 usado por Danny foi um presente de James Toseland, que passou a numeração para o hoje piloto da Kiefer em sua festa de aposentadoria.
O bicampeão do Mundial de Superbike encerrou sua carreira precocemente por conta de uma lesão, mas tinha a carreira agenciada por Roger Burnett, o mesmo que cuida da carreira de Kent.
O título de 2015, entretanto, é muito mais fruto da atuação de Kent na primeira metade do ano, onde o piloto somou cinco vitórias e um total de oito pódios. A partir do GP da Alemanha, a performance de Danny ganhou em irregularidade, com apenas mais um top-3 — o primeiro lugar da Inglaterra.
O #52 chegou às provas transoceânicas bastante próximo do título, mas desperdiçou suas três primeiras chances — no Japão, na Austrália e em Sepang. Na prova de Phillip Island, a decisão do título ganhou contornos dramáticos, já que o piloto foi tocado duas vezes, indo ao chão na última, junto com Enea Bastianini.
A prova australiana mudou o rival de Kent na disputa pelo título — com Oliveira assumindo o lugar de Bastianini —, mas a vantagem obtida em sua maioria na primeira parte do ano já era grande demais para permitir uma reação mais vigorosa do piloto da Red Bull KTM Ajo.
Ainda assim, menção honrosa para a atuação do português na segunda metade do ano. Miguel, que no próximo ano será companheiro de equipe de Kent na Kiefer na Moto2, recuperou um total de 96 pontos em um intervalo de cinco corridas. O #44 chegou a ter 110 pontos de atraso para Danny, mas apareceu no circuito Ricardo Tormo em condições de lutar pelo título.
Mesmo tendo recebido propostas para saltar direto para a MotoGP, Kent optou pelo percurso tradicional e vai disputar a Moto2 em 2015, mais uma vez defendendo as cores da Kiefer.
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