KTM enxuga custos de equipes para tentar preservar desenvolvimento das motos

Diretor-esportivo da KTM, Pit Beirer detalhou o impacto da crise econômica da marca nas atividades esportivas e admitiu cortes em várias áreas para preservar o desenvolvimento das motos

Diretor-esportivo da KTM, Pit Beirer admitiu o impacto da crise financeira da marca nas competições. O dirigente assumiu cortes nas atividades esportivas e destacou que a prioridade foi preservar a capacidade de seguir desenvolvendo as motos.

A KTM vive um processo de insolvência e acumula uma dívida estimada em € 796 milhões (cerca de R$ 5,03 bilhões). Segundo a imprensa local, são cerca de 1630 credores, sendo quase 180 bancos.

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Em uma audiência com credores na Corte Regional de Ried, na Áustria, o administrador judicial responsável pelo processo deixou a porta aberta para uma eventual saída de MotoGP, Moto2 e Moto3 com a finalidade de cortar gastos, mas a KTM insiste que seguirá nas competições.

Agora, Beirer admite o impacto da crise no esporte. De acordo com o dirigente, os patrocinadores das equipes esportivas também agiram para tentar assegurar a continuidade dos trabalhos.

Pit Beirer destacou esforço para preservar desenvolvimento das motos (Foto: KTM)

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“Nossos parceiros e patrocinadores nos ajudaram nos momentos difíceis das últimas semanas”, disse Beirer em entrevista à publicação austríaca Speedweek. “Não apenas alguns, mas vários aumentaram o orçamento para garantir o futuro do nosso departamento de corridas. Este é um sentimento de solidariedade e amizade. Quase choramos quando percebemos o quão próximos somos de nossos parceiros. Valeu a pena termos mantido parcerias ao longo de décadas e termos superado vários altos e baixos juntos. Eles são a base para seguirmos em frente. Não teríamos conseguido lidar com isso sozinhos sob essa pressão. Nesse sentido, só posso dizer um enorme obrigado”, seguiu.

Para manter o esporte em funcionamento, Beirer e a equipe dele criaram um plano de cem pontos com medidas para economizar e evitar que a performance das motos seja afetada nas mais variadas disciplinas.

“Tomamos medidas há muito tempo. Quando os nossos contratos expiravam, era mais fácil mudar as coisas do que nessa época do ano, quando temos contratos armazenados em tudo que é canto. Uma questão muito simples, mas muito dolorosa, é que reduzimos nosso programa no mundo para 12 pilotos, e cada um deles tem duas, três ou quatro pessoas ligadas a eles. A decisão de dissolver equipes de corrida individuais ou remover pilotos de algumas categorias afetou principalmente a nós, na frente dos pilotos, mas, nos bastidores, resultou na perda de muitos empregos. Por trás de cada projeto desfeito, tem sempre dois caminhões que não estão mais disponíveis, assim como outros veículos e carros. Aí o material que os pilotos precisam não está mais disponível. Tais cortes são medidas imediatas que são perceptíveis”, detalhou.

“Também decidimos deixar de ser o principal patrocinador do Mundial de Hard Enduro. Fomos tão longe que estamos deixando caminhões de serviço de vários esportes em casa. Se tem um segundo caminhão em Mattighofen, então terá de levar o material com ele. São várias medidas”, frisou.

De acordo com Beirer, a prioridade era preservar a capacidade da KTM de seguir desenvolvendo as motos ao longo do ano, já que ele entende que isso é vital para manter a competitividade.

“O que nós queríamos proteger até o fim é que, nas categorias onde estamos, o dinheiro pudesse ser usado para desenvolver as motos. Vencemos 13 mundiais em muitos esportes diferentes neste ano. E isso só é possível se você está constantemente desenvolvendo a moto”, ponderou. “Nenhum dos esportes que fazemos é fácil. ‘Ready to Race’ significa que construímos motos competitivas nas corridas e para nossos clientes. É por isso que nosso coração e nossa alma, e boa parte do nosso orçamento, vai para o produto, para a motocicleta”, comentou.

Por fim, o dirigente explicou que muitos cortes foram direcionados aos programas de off-road, com a marca KTM preservada, mas os impactos maiores reservados às estruturas que corriam com o selo de GasGas e Husqvarna, marcas também do grupo Pierer Mobility.

Além disso, medidas menores, como mudanças na reserva de quartos de hotel, também entraram em cena para cortar custos.

“É por isso que focamos na KTM em esportes off-road. Se tínhamos três unidades em um esporte, a unidade KTM ficaria exatamente do tamanho que era, e o segundo caminhão era compartilhado entre GasGas e Husqvarna ou completamente eliminado”, explicou. “Algumas reduções drásticas foram feitas, que agora estão nos ajudando no cálculo geral. Isso se estende até coisas menores, como quartos individuais virando quartos duplos. Se você passa por todas as pequenas coisas, acaba com uma soma grande no fim do dia”, completou.

MotoGP volta a acelerar entre 5 e 7 de fevereiro de 2025 para os primeiros testes de pré-temporada, em Sepang, na Malásia. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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