Márquez ‘jura’ fidelidade a estilo de guiar até warm-up e joga pressão para Dovizioso: “Têm três pilotos com ritmo melhor”

Marc Márquez não muda. O #93 sofreu nesta sexta-feira (10) sua 26ª queda na temporada, mas mesmo assim se recusa a abandonar seu estilo de pilotagem.

 

Curiosamente, a queda de Márquez aconteceu justamente na curva Doohan, a mesma que em 2006 viu Valentino Rossi cair na decisão do Mundial e facilitar a virada de Nicky Hayden, que acabou campeão.

 

Falando à imprensa nesta tarde em Valência, Márquez admitiu que poderia ser conformista, mas ressaltou que este não é seu estilo de guiar.

“Está claro que eu poderia mudar a mentalidade e ser mais conformista”, disse Márquez. “Porque se em uma volta você faz 1min31s2 com o pneu usado, já é um ritmo muito, muito bom, você pode se conformar e baixar o sarrafo. Mas não é a minha mentalidade nos treinos. Eu fiz essa volta, tinha confiança e o que me vem de dentro é seguir forçando” seguiu.

 

“Eu disse ontem que vou ser fiel ao meu estilo até o warm-up de domingo. E fiz isso. E vou seguir forçando”, garantiu. “Claro que você sempre fica vigilante em algumas curvas, mas quando é preciso apertar, temos de assumir riscos e tentar melhorar. Se você olhar o ranking de quedas, os pilotos da Honda, eu em primeiro, estamos bastante para cima. [Cal] Crutchlow, Dani [Pedrosa], que não cai quase nunca, também tem bastante. É algo que temos de melhorar para o futuro”, avaliou.

 

Disputando o título, Márquez destacou o ritmo de Pedrosa e falou em focar apenas em si mesmo, deixando de lado a performance de Dovizioso.

 

“Vi que Dani está muito forte, mas agora estou concentrado no meu box. Tenho um bom ritmo e temos de ver amanhã onde Dovi vai estar”, ponderou. “O importante é o campeonato, não a vitória”, salientou.

 

Márquez, porém, reconheceu que sempre existe o risco de cair, mas  tratou de afastar pensamentos negativos.

 

“É claro que você sempre pode cair na corida e no momento em que menos espera. Temos de melhorar isso. Mas isso você pode controlar melhor ou pior de acordo com as ferramentas que possui”, indicou. “Tudo pode acontecer nas corridas, mas não penso no que aconteceu com Rossi, só penso nas coisas boas, como em 2013, por exemplo. Se você começa a pensar negativo, rapidamente começa a rodar 1s mais lento sem se dar conta”, falou. “É assim que eu penso”, reforçou.

 

Por fim, ao ser questionado sobre como Dovizioso se sente após ver a Ducati mostrar ritmo em um circuito tradicionalmente difícil para a moto de Bolonha, Márquez tentou empurrar a pressão para o adversário.

 

“Acho que Dovi vai dormir hoje igual ou mais preocupado do que ontem. Pelo menos, seria assim comigo se estivesse em seu lugar”, afirmou. “Só a vitória vale para ele e, no momento, têm três pilotos com ritmo melhor”, concluiu.

 

O GRANDE PRÊMIO cobre a decisão in loco em Valência com a repórter Juliana Tesser. Acompanhe aqui todo o noticiário.

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