‘Mestre cuca’, Márquez se aperfeiçoa na arte de cozinhar concorrência

Campeão antecipado de 2019, Marc Márquez não só não perdeu a fome, mas também se aperfeiçoou na arte de ‘cozinhar’ a concorrência na MotoGP. Assim como tinha feito com Fabio Quartararo nas corridas mais recentes, o piloto da Honda aproveitou o GP da Austrália deste domingo (27) para traçar Maverick Viñales

 
Ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas corridas, Fabio Quartararo não foi o rival em Phillip Island, já que caiu ainda na primeira volta, atingido por um ‘voador’ Danilo Petrucci. Dono do melhor ritmo do fim de semana, Maverick Viñales conquistou a pole-position nesta manhã ― já que o treino classificatório foi adiado por conta dos fortes ventos de sábado ―, mas, como fez várias vezes ao longo de sua carreira na Yamaha, não conseguiu uma boa saída.
Marc Márquez venceu e Maverick Viñales não viu a bandeirada (Foto: Red Bull)
Ainda nos primeiros metros, Viñales viu cair por terra o plano de forçar o ritmo desde o início e disparar na ponta para conseguir sua segunda vitória na temporada. O #12, porém, conseguiu reagir rápido e, depois de cair para a sexta colocação ainda na primeira volta, assumiu a ponta no décimo dos 27 giros em Phillip Island e por lá ficou até o fim da corrida.
 
No entanto, o piloto da Yamaha não conseguiu se isolar como previa inicialmente. Sempre sagaz, Márquez moldou sua escolha de pneus ― duro na frente e macio atrás ― à de Viñales ― um par de macios ― e escoltou Viñales por todo o tempo. O #93 chegou a ensaiar a ultrapassagem aqui e ali, mas foi só na abertura da volta final que Marc usou a força do motor da RC213V para tomar a frente.
 
Maverick ainda tentou acompanhar, mas acabou caindo na Lukey Heights, a curva 9 de Phillip Island, e viu Márquez receber a bandeirada com 11s413 de margem para Cal Crutchlow, o segundo colocado.
 
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“Eu tinha claríssimo que só tentaria uma vez, na última volta. Tinha claro que podia ser na reta, mas também na curva 10”, explicou Marc ao fim da corrida. “Eu podia passá-lo antes da linha de chegada, tinha alguma vantagem. Ele me escapava um pouco no terceiro setor, mas logo conseguia recuperar”, seguiu.
 
O #93 reconheceu que era Viñales quem tinha o melhor ritmo em Phillip Island, mas ressaltou que tinha um plano traçado para a ocasião.
 
“Se eu conseguisse aguentar até as últimas cinco ou seis voltas, sabia que podia ganhar”, comentou. “Eu tinha que colocar todos os ingredientes nas primeiras 20 voltas, cozinhar a corrida pouco a pouco. Nas últimas voltas, os pneus desgastavam muito, e esse é o meu ponto forte, me adapto bem à moto nessas circunstâncias. Podíamos ser quase tão rápidos quanto ele em todo o circuito”, destacou.
 
O hexacampeão da MotoGP admitiu que Viñales era o mais rápido no traçado de Victoria e assumiu que não teria corrido os mesmos riscos se ainda tivesse com o título em jogo.
 
“Maverick fazia duas ou três curvas muito rápido, hoje ele era mais rápido na pista do que eu, e podia vencer qualquer um”, reconheceu. “Corri muitos riscos. Se estivesse disputando o campeonato, não sei se teria me arriscado, mas consegui aguentar e, a partir daí, o estudei para esperar o momento”, explicou.
 
O companheiro de Jorge Lorenzo destacou que a escolha pelo pneu macio traseiro foi a chave para a vitória em Phillip Island. 
 
“Saí dos boxes com o mesmo pneu com que larguei. Era novo e chegou à meta no limite”, indicou. “Eu intuía que Maverick largaria com o macio, então decidi largar com o macio para tentar chegar ao fim da corrida com ele, porque com o duro eu poderia perder um ou dois segundos no início e não os teria recuperado. Então optei pelo macio e tratei de me adaptar. [Fabio] Quartararo, que era o terceiro mais rápido, montou o duro e cometeu um erro”, opinou.
Marc Márquez e Maverick Viñales (Foto: Red Bull)
Apesar do abandono, Viñales sai de Phillip Island satisfeito, já que entende que fez tudo que podia.
 
“Para mim, frustração zero. Frustrante teria sido se eu não tivesse tentado. Isso sim seria frustrante, porque, com nada a perder e tudo a ganhar, eu tinha de tentar”, justificou. “Saio daqui muito positivo. Vamos para Malásia e Valência, dois circuitos muito fortes para a Yamaha e para mim. No ano passado, conseguimos bons resultados, então vou dar o máximo como nesta corrida”, garantiu.
 
“Eu tentei. Dei tudo até o final”, disse. 
 
Ainda, o companheiro de Valentino Rossi deixou claro que encarou a corrida australiana com a mentalidade de tudo ou nada. 
 
“Eu estava fazendo o meu ritmo e tentando levá-los ao limite. Mas é difícil levá-los ao limite quando nos superam tanto na reta”, ponderou. “Tentei dar o máximo em cada curva. Eu sabia que ele ia me ultrapassar na última volta, tinha isso claro, mas eu tinha me preparado muito bem no terceiro setor para voltar a tentar. Eu tentei. Foi má sorte. Eu prefiro acabar assim do que em segundo. Hoje eu briguei pela vitória, não me servia um segundo lugar”, concluiu.


 

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