Miller aproveita erro de Márquez, estraga festa da Honda e conquista primeiro triunfo na Moto3

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Não foi desta vez que a Honda encerrou seu jejum de vitórias na categoria de entrada do Mundial de Motovelocidade. Lançando mão da já consagrada estratégia de guardar o melhor para o fim – usada com maestria por Luis Salom em 2013 –, Jack Miller usou a volta final em Losail para atacar Álex Márquez e ficar com a vitória neste domingo (23).

Estreando na equipe de Aki Ajo, Miller fez uma boa largada e lutou pela ponta em quase todas as 18 voltas do GP do Catar. Na parte final da disputa, o australiano parecia não ter mais ritmo para acompanhar o piloto da Estrella Gallicia 0,0, mas guardou o ataque para a última volta e aproveitou um erro de Márquez para chegar ao seu primeiro triunfo na Moto3.

Miller conquistou sua primeira vitória no Mundial neste domingo (Foto: Red Bull KTM Ajo)

A classificação da Moto3 após o GP do Catar

Apesar do erro, Márquez conseguiu se recuperar e suportar o ataque de Álex Rins, Miguel Oliveira e Éfren Vázquez e garantir o segundo posto. Com um bom ritmo ao longo de toda a disputa, Vázquez ficou com o terceiro posto, após do piloto português da Mahindra.

Apesar da pole, Rins teve uma largada muito ruim e despencou na tabela. Segundo colocado no Mundial de 2013, o espanhol foi se recuperando pouco e pouco e travou um bom duelo com Vázquez durante quase toda a prova. Nos metros finais, Álex não conseguiu superar os adversários e recebeu a bandeirada na quinta colocação.

O sexto posto ficou com Jakub Kornfeil, novo representante da KaGlisse. Alexis Masbou, que foi bastante veloz ao longo de toda a corrida, garantiu o sétimo lugar, à frente de Isaac Viñales. Niccolò Antonelli e Francesco Bagnaia completam a lista dos dez primeiros.

Em sua prova de estreia na LaGlisse, Eric Granado não tem muitos motivos para comemorar. Largando em 12º segundo, o brasileiro não saiu bem e ainda sofreu uma queda no início da disputa. O piloto da moto #57 ainda voltou para a pista, mas decidiu voltar aos boxes e encerrar sua participação na prova de Losail.

Saiba como foi o GP do Catar de Moto3

A temporada 2014 da Moto3 começou com um duelo entre KTM e Honda. Depois de ser massacrada em 2013, a marca nipônica decidiu revidar e investiu no desenvolvimento da NSF250RW.

Ao menos na primeira prova do ano, esse investimento deu resultado. Com 2min05s973, Álex Rins garantiu a pole para a Honda, o que – com chassi e motor produzidos pelos nipônicos – não acontecia desde o GP da Turquia de 2005, quando Tom Lüthi puxou o pelotão das 125cc. Em 2012, a bordo de uma FTR-Honda, Maverick Viñales largou na frente no GP da República Tcheca, em Brno.

Além de Rins, a primeira fila contava ainda com Álex Márquez, também representante da Estrella Galicia 0,0. Jack Miller, melhor colocado com equipamento KTM, aparece em terceiro, a frente de Jakub Kornfeil, Isaac Viñales, Danny Kent, John McPhee, Romano Fenati, Niccolò Antonelli e Francesco Bagnaia. Eric Granado largou em 12º, fechando a quarta fila.

Ao contrário do que aconteceu antes dos treinos classificatórios, quando choveu pouco antes do início dos treinos, o dia em Losail foi de tempo firme e os termômetros marcavam 23°C, com a pista batendo a marca de 21°C pouco antes da largada. A velocidade dos ventos era de 6 km/h no sentido noroeste.

Quando as luzes se apagaram no circuito de Losail, Jack Miller saltou para a ponta, se instalando à frente de Márquez, Kent e Antonelli. Rins saiu mal e despencou para 11º. Granado também não fez uma boa largada e caiu para 31º.

Na ponta, Miller virava rápido, mas acompanhado de perto por Márquez. Não demorou, o mais novo da família de Cervera tomou a liderança do titular da Red Bull KTM Ajo. Na abertura do giro seguinte, Jack tentou responder, mas Álex defendeu.

Jakub Kornfeil subiu para a terceira colocação, à frente de Viñales e Antonelli. Ainda no início da corrida, Granado e Hafiq Azmi se envolveram em um acidente e caíram, mas não se feriram. O brasileiro conseguiu voltar para a pista, mas ocupava a última colocação. Pouco depois, Eric recolheu para os boxes da LaGlisse.

Na frente, Márquez perdeu a liderança líder, mas não diminuiu o ritmo tentando buscar o rival. Lutando na ponta, os dois conseguiram se afastar do segundo pilotos, que era liderado por Éfren Vázquez.

Na reta de Losail, Márquez e Miller ficaram lado a lado e Álex conseguiu a posição na primeira curva. Vázquez seguia em terceiro, agora perseguido por Rins, que vinha fazendo uma bela prova de recuperação.

Na quarta volta da disputa, Rins partiu para o ataque e tomou a terceira colocação de Vázquez. John McPhee tinha o quinto tempo, seguido por Isaac Viñales, Kornfeil, Oliveira, Fenati e Antonelli.

Liderando a prova, Álex Márquez tentava se afastar de Miller, mas o australiano seguia acompanhando seu ritmo. Mais atrás, Rins caiu para quarto ao ser ultrapassado por Vázquez, mas deu o troco metros depois. Éfren tentou reagir, mas o segundo colocado no Mundial de 2013 soube defender bem a posição.

Um pouco atrás, a batalha seguia intensa, com muitas trocas de posição. Oliveira assumiu a quinta colocação, à frente de Kornfeil, Fenati, Viñales, McPhee, Kent, Antonelli e Guevara.

Niklas Ajo também sofreu uma queda em Losail, mas conseguiu voltar para a pista. O finlandês, entretanto, precisou ir aos boxes para retirar a brita que entrou em sua moto.

Na ponta, Márquez seguia firme na liderança, exibindo 0s212 de vantagem para Miller. Em terceiro, Rins tinha 2s503 de atraso para o piloto da Red Bull KTM Ajo.

Na sétima volta, a corrida também acabou para Juanfran Guevara, que sofreu uma queda na última curva de Losail.

Enquanto Rins não conseguiu escapar para buscar o primeiro pelotão, Vázquez começou a se preocupar com Oliveira, que vinha pressionando pelo quarto posto.

De novo na reta, Miller aproveitou a força do motor KTM para tirar a liderança de Márquez, que se manteve próximo do australiano, estudando as linhas para lançar um ataque mais adiante.

Sob o olhar atento de Shuhei Nakamoto, vice-presidente da HRC, Márquez tentou o ataque, mas não conseguiu passar. Alguns metros adiante, Álex fez uma nova tentativa e, desta vez, não deu chances de defesa ao piloto do time de Aki Ajo.

No pelotão intermediário, Masbou vinha registrando a melhor volta da corrida, mas sem consegui sair da nona colocação. Mais à frente, Rins trabalhava para descontar o atraso para Miller e entrar na briga pela ponta.

Sempre acompanhado pelo pai Julià, Márquez seguia firme na liderança, agora sustentando 0s340 de vantagem para Miller. Mais atrás, Rins, de novo, foi ultrapassado por Vázquez, mas, mais uma vez, recuperou a posição.

Ainda tentando se aproximar da ponta, Rins foi novamente atacado na reta, mas esperou pelo miolo de Losail para recuperar a terceira posição. Na ponta, Álex seguia com a moto #12 na primeira posição, mas sempre acompanhado de perto por Miller.

Sempre na reta, Oliveira atacou Vázquez e assumiu o quarto posto, mas sem conseguiu tirar a terceira colocação de Rins. Apesar do duelo, o segundo grupo vinha se aproximando dos líderes, com a diferença em 1s148 com seis giros para o fim.

Líder em Losail, Márquez seguia registrando boas marcas e tinha 0s284 de vantagem para Miller com 5 voltas para o encerramento do GP do Catar.

Mais uma vez, Éfren partiu para o ataque e deixou Rins e Oliveira para trás. Na ponta, ao contrário, Márquez mantinha o comando, abrindo mais e mais vantagem e deixando Miller para brigar com o pelotão intermediário.

Não demorou, Rins tomou a frente mais uma vez e agora vinha seguido por Oliveira. Líder, Márquez tinha 0s643 de folga para Miller, que agora aprecia apenas 0s607 à frente de Rins.

Na sequência, um erro de Márquez ajudou Miller a reduzir o atraso, mas não o bastante para ameaçar a liderança de Álex. Rins, por sua vez, foi chegando pouco a pouco, trazendo Oliveira junto.

Na última volta, Miller conseguiu reduzir a diferença e, na reta, tentou atacar Márquez por dentro. Atento a movimentação do rival, Álex defendeu sua posição e seguiu no comando da prova,mas foi batido por Jack metros depois.

Na sequência, o pelotão que vinha atrás entrou na briga, com Márquez recebendo a bandeirada em segundo, à frente de Vázquez, Oliveira e Rins. Álex conseguiu se recuperar e garantiu o segundo posto, à frente de Vázquez, Miguel e Rins.

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