Oliveira desabafa após promoção de Binder: “Sinto como se não fosse merecedor o bastante”

Miguel Oliveira não escondeu sua decepção por ter sido preterido pela KTM na promoção para o time de fábrica em 2020. Português deixou claro que não concorda com a opção da fábrica austríaca e disse que sente como se não fosse merecedor o bastante

Miguel Oliveira não conseguiu esconder a decepção com a decisão da KTM de promover Brad Binder ao time principal na temporada 2020 da MotoGP. O português deixou claro que não concorda com a decisão da fábrica de Mattighofen e contou que sente como se não fosse “merecedor o bastante”.
 
A KTM anunciou nesta quinta-feira (24) que Binder vai ocupar a vaga aberta pela saída de Johann Zarco ao lado de Pol Espargaró. Assim, Iker Lecuona será promovido da Moto2 para ocupar a posição que inicialmente seria do sul-africano na Tech3.
 
Em sua temporada de estreia na MotoGP, Oliveira é a segunda melhor KTM na tabela do campeonato, e aparecia como claro candidato à vaga ao lado de Pol.
Miguel Oliveira (Foto: Red Bull Content Pool)
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Falando à imprensa em Phillip Island nesta quinta, Miguel mostrou que entenderia se a fábrica tivesse optado por Mika Kallio, o piloto de testes da KTM e que assumiu o posto de Zarco já neste ano, mas deixou claro que não concorda com a promoção de Binder.
 
“A KTM me abordou durante o GP de Misano e ― eles não estavam realmente me pedindo nada ou me dando a opção ―, e eles só disseram que tinha essa vaga disponível no time de fábrica e eles estavam pensando em colocar Mika [Kallio] lá”, disse Oliveira. “E eu disse: bom, se for o Mika, acho que está tudo completamente bem comigo’, porque eu tinha construído uma reação com o time [Tech3] e acho que não faz sentido trocar”, seguiu.
 
“De qualquer forma, vocês sabem que nós tínhamos de ter motos de fábrica neste ano, o que não aconteceu até recentemente, e quem sabe no próximo ano? É para isso que eu quero olhar, a relação com a KTM em longo prazo e terem escolhido um estreante e um cara que tem a mesma idade que eu faz com que eu me sinta como se eu não fosse merecedor o bastante para estar lá”, desabafou. “Mas é a decisão deles e eu respeito isso. E isso não muda nada na minha mentalidade aqui e em fazer o máximo”, assegurou.
 
O português, que soube na sexta-feira passada da opção da KTM, explicou que estar no time de fábrica não significa apenas ter o material mais recente, mas também poder ajudar a orientar o desenvolvimento da moto.
 
“A questão é que, quando te oferecem a vaga de fábrica, tem muitas outras coisas em jogo, como, antes de mais nada, a garantia de que você tem a moto de fábrica”, apontou. “Em segundo lugar, você está mais envolvido no desenvolvimento das peças e consegue testar muitas coisas, o que para mim, como um piloto com um ano de experiência na MotoGP, faria mais sentido estar lá [do que Binder]”, seguiu.
 
“Mas não faz sentido para eles e é nisso que discordamos. Mas, de novo, eu respeito isso. Não tem nada que eu possa fazer”, comentou.
 
Também, Oliveira admitiu que não concorda com a opção da KTM de colocar um novato na Tech3. Iker Lecuona vai assumir a vaga de Hafizh Syahrin no time de Hervé Poncharal em 2020.
 
“Acho que é uma ação apressada. Basicamente, ele é, com certeza, um piloto rápido na Moto2, mostrou isso algumas vezes. Mas acho que é algo que foi forçado”, opinou. “Nunca foi o plano ideal para a KTM e para todo o projeto. Mas é algo que foi preciso ser feito e talvez seja uma surpresa positiva no próximo ano e ele também possa ser rápido com a KTM. Vamos ver”, concluiu.
 

O GP da Austrália de MotoGP está marcado para o domingo, às 1h (de Brasília). Acompanhe aqui a cobertura do GRANDE PRÊMIO.

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