“Pode ajudar” e “não precisamos”: pilotos se dividem com uso de rádio na MotoGP

Após a MotoGP testar um sistema de comunicação via rádio entre a direção de prova e os pilotos, o grid se dividiu entre a aprovação e o temor sobre a distração causada pelas mensagens

O sistema de comunicação via rádio dividiu opiniões na MotoGP. Enquanto Fabio Quartararo, que foi um dos que testou as mensagens de áudio, avaliou que pode ser útil ouvir as informações da direção de prova, nomes como Francesco Bagnaia, Luca Marini e Jack Miller consideraram que é uma grande distração.

Não é a primeira vez que a classe rainha do Mundial de Motovelocidade testa a comunicação via rádio. Antes da avaliação feita em Jerez, o campeonato tinha testado em Misano em 2020 com Stefan Bradl, mas, na época, o sistema utilizado causou desconforto.

Luca Marini avaliou que as mensagens podem atrapalhar (Foto: VR46)

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Sergi Sendra, diretor de tecnologia da MotoGP, lidera o trabalho de desenvolvimento do sistema. Em Jerez, duas opções diferentes foram testadas: um que fica ao redor dos tampões de ouvido usados pelos pilotos e outro que vai diretamente no ouvido.

Além de Quartararo, Aleix Espargaró e Jonas Folger testaram o sistema em Jerez. E, ainda que veja vantagens no recurso que busca alertar os pilotos sobre bandeiras e mudanças nas condições de pista, o francês da Yamaha também manifestou preocupação.

“Foram três voltas ouvindo ‘bandeira vermelha, bandeira vermelha, bandeira vermelha’”, contou Quartararo. “Foi bom e, se puderem usar de uma boa maneira, então pode ser seguro”, seguiu.

“Não acho que precisamos ter muita gente falando nisso. Precisa ser realmente uma emergência, pois, claro, quando você está pilotando e ouve alguma coisa [é uma distração]”, comentou. “Na primeira volta, foi estranho — quando você está fazendo uma curva e ouve ‘bandeira vermelha’, é estranho. Mas, por segurança, se pudermos usar para bandeiras vermelhas ou motos no meio da pista, pode ajudar”, avaliou.

Diferente do #20, Aleix disse que não podia falar sobre o teste: “Me pediram que não fale nada sobre este assunto”, contou.

Campeão vigente, Francesco Bagnaia se empolgou menos do que Quartararo e considerou que as mensagens podem ser uma grande distração. O italiano não quer testar o recurso.

“É uma coisa que não sei se estou pronto [para usar]”, assumiu Pecco. “Pois é algo completamente diferente. E aí você está pilotando e começa a ouvir algo… é meio estranho. Mas eu não testei. Sei que Folger, talvez Fabio e Aleix testaram. Não sei o que eles disseram”, comentou.

“Mas, sinceramente, agora as coisas que estão nos dando são grandes demais — ou algo que, em uma queda, não são tão seguras. No momento, não queremos testar”, disparou.

Luca Marini acompanhou Pecco e avaliou que a comunicação via rádio é uma distração muito grande para os pilotos.

“É demais para nós. Não é perigoso, mas é demais. Não temos tempo para respirar, então ter tempo para ouvir alguém falando no seu ouvido é uma distração. Podemos ter mensagens no painel, isso não é um problema para mim”, apontou. “Quando você tem luzes acendendo no painel, é impossível para mim não ver. Posso ver tudo no meu painel, e, para mim, atrapalharia muito ouvir alguma coisa”, explanou.

“Será crucial o momento em que eles falam com você — só podem fazer isso nas retas. Se existe um atraso entre o envio da mensagem e a recepção, é um problema, pois, se chega quando você está freando na curva, com outro piloto na frente, [pode ser problemático]. Para mim, não é a direção [certa]”, opinou.

Jack Miller foi mais um que avaliou que a comunicação via rádio é desnecessária na MotoGP.

“Nós realmente não precisamos de comunicação via rádio, eu não acredito”, disse o australiano. “Com o sistema do painel, agora temos os pop-ups e tal. Se eles querem isso, é uma decisão deles, mas o que podem dizer na sua orelha que não podem colocar no painel”, indagou.

Ainda, Miller contrariou quem diz que falta tempo para olhar as mensagens enviadas pela direção de prova por meio do painel das motos.

“Eles podem ver o mapa sugerido ou quando sugerem mudar, porque estão ficando sem combustível. Então tenho certeza de que podem dar conta”, concluiu.

MotoGP volta à ativa no fim de semana de 14 de maio, com o GP da França, em Le Mans. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.

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