Projetista de Termas espera queda nos tempos e diz que pilotos ainda não encontraram linhas certas da pista

Responsável pelo design do circuito de Termas de Río Hondo, Jarno Zaffelli acompanha de perto a primeira etapa da MotoGP no traçado argentino. Após o primeiro dia de treinos, projetista avaliou que pilotos ainda não encontraram as melhores linhas da pista

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Jarno Zaffelli foi o responsável por preparar Termas de Río Hondo para receber a MotoGP. À frente do Studio Dromo, o italiano cuidou de todos os detalhes da pista e agora acompanha de perto a realização da primeira prova do Mundial de Motovelocidade para ver o que pode ser aprendido para os próximos projetos.
 
Antes mesmo de irem para a pista, os pilotos fizeram muitos elogios ao circuito e depois dos primeiros treinos, apesar da difícil condição do asfalto, as primeiras impressões foram confirmadas.
Jarno Zaffelli foi o responsável pelo projeto da pista de Termas de Río Hondo (Foto: Divulgação)
Em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Zaffelli contou que já tinha recebido um feedback positivo dos pilotos do WTCC, que estiveram na pista ainda no ano passado, e afirmou que os comentários positivos feitos pelos representantes da MotoGP são mais um motivo de orgulho.
 
“Eu já tive relatórios do WTCC e eles todos foram excelentes, então agora tendo os caras falando a mesma coisa, é uma razão para ficar orgulhoso”, comentou Jarno. “Vamos ver. Agora eles são bem lentos, pois estão fazendo apenas 1min42s e nós estamos apostando, esperando, que os tempos caiam para 1min35s, 1min36s”, continuou.
 
De acordo com Zaffelli, a dificuldade dos pilotos para conseguir um bom ritmo não é resultado de sujeira depositada na pista, mas do fato de as pedras que compõem o asfalto ainda não estarem polidas.
 
“Não é sujeita, é que, apesar de estar limpa, a pedra não está polida, então não é a característica de aderência. A pedra precisa de polimento”, justificou. 
 
Questionado sobre em qual ponto do fim de semana a pista estará na situação ideal, Zaffelli respondeu: “No domingo, pois, nessas condições, a aderência vai melhorar, melhorar, melhorar, mas teremos os tempos mais rápidos no domingo. Como acontece várias vezes em pistas que não são muito usadas”, comentou. 
 
Animado com a recepção positiva do circuito de Termas de Río Hondo, Jarno reconheceu que, até agora, este é seu melhor projeto, mas frisou que já espera pelo próximo.
 
“Bom, até agora, sim. Como layout, pois, para fazer um bom projeto, você tem que executá-lo. Eu fiz muitos designes de pistas de corrida, mais de 60, mas nem todos foram completados, pois essa não é a minha tarefa, é a dos promotores”, falou. “Aqui eles foram bem em terminar todo o processo e atingir a meta”, continuou. 
 
“Eu sempre espero que o melhor trabalho seja o próximo. Eu estou aqui para tentar aprender o que podemos melhorar ao longo do tempo”, contou. “Obviamente, nós teremos de fazer isso com outro layout, outro lugar, outra cultura, então talvez não seja rápida e fluida como esta aqui, será diferente, mas quem sabe?”
Projeto de Termas de Río Hondo (Foto: Divulgação)
Perguntado sobre o que aprendeu com o projeto da pista instalada na província de Santiago Del Estero, Jarno explicou: “Que, como eu supunha, é muito importante para os pilotos sentirem a alma da pista. Eles precisam sentir algo que eles não necessariamente sentem em todas as outras novas pistas. A chave é dar isso”, analisou. “É a única diferença entre eu e os outros. Pois eu sabia disso e, dessa forma, talvez possamos conseguir isso, fazer que isso seja reconhecido”, completou. 
 
Depois de um primeiro dia de muitos problemas com o desgaste excessivo dos pneus, o designer italiano afirmou que o traçado é exigente com a borracha, mas explicou que a pior situação vai aparecer nesses dois primeiros dias.
 
“Sim, é exigente, mas eu espero que o maior desgaste apareça agora. Eles vão destruir os pneus nos dois primeiros dias, sempre menos e menos. No domingo eles ficarão bem. É normal, é comum”, considerou. “É por isso, por exemplo, que eles não estão caindo, pois está escorregadio. Uma vez que não for escorregadia, eles vão começar a cair. É normal. Então eu espero que a aderência melhore muito nos próximos dias”, seguiu o italiano.
 
Por fim, Jarno apontou seus pontos favoritos da pista e explicou que estes também são os lugares onde os pilotos estão tendo dificuldade para encontrar a melhor trajetória.
 
“A nove, a dez… a 11 é, definitivamente, a minha favorita. Aí tem a 12 e a 13, e a dois e a três”, listou. “São exatamente os pontos onde eles estão errando. Estes são os três pontos em que eles estão cometendo erros”, frisou. 
 
“Por exemplo, a zebra da curva 11 foi projetada só para dar a eles a impressão de que este é o ponto para inclinar, mas não é lá. Eles estão perdendo o ponto”, apontou. “A curva 13 foi feita pela mesma razão. É impossível entender qual é a melhor linha. A melhor linha vai depender do seu set-up, da sua capacidade, de muitas coisas”, concluiu o projetista.

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