Quartararo aponta Mbappé como exemplo e nega estreia precoce na MotoGP: “Não acho que seja cedo demais”

Fabio Quartararo negou que esteja estreando de forma precoce na MotoGP. Aos 19 anos, o #20 vai vestir as cores da SIC na temporada 2019, formando dupla com Franco Morbidelli.

 

No dia do GP do Catar, abertura da temporada, Quartararo terá exatos 19 anos e 11 dias, o que faz dele o terceiro mais jovem a estrear na classe rainha, atrás apenas de John Hopkins, que correu em Suzuka em 2002 aos 18 anos e 11 meses, e Michel Fabrizio, que correu em 2004 com 19 anos e sete meses.

 

Apesar da pouca idade, Quartararo considera que não é cedo demais para guiar os protótipos 1000cc, especialmente por entender que não poderia deixar passar a oportunidade de correr com uma Yamaha.

“Não acho que seja cedo demais”, disse Quartararo em uma entrevista à emissora francesa Canal+. “Nós falamos dessa possibilidade em meados da temporada passada, em Assen. Meu agente me disse que, talvez, nós tivéssemos a oportunidade de ir para a MotoGP e que, se eu quisesse, poderíamos dar esse passo. Me pediu para que eu pensasse”, seguiu.

 

“Mas, para mim, não tinha nada para pensar, estava bem claro e eu queria dar o salto. Especialmente porque a Moto2 vai mudar de motor neste ano e será uma nova categoria”, explicou. “Eu disse a mim mesmo que não podia deixar passar a oportunidade de seguir adiante com a minha carreira subindo em uma Yamaha. Acho que posso ganhar muita experiência competindo na MotoGP e, quanto mais cedo der o salto, melhor”, ponderou.

 

Quartararo comparou sua situação com a Kylian Mbappé. O atacante do Paris Saint-Germain foi um dos destaques da França na Copa do Mundo de 2018, e, aos 19 anos, cinco meses e 28 dias, se tornou o mais jovem a defender a seleção nacional no torneio. Além disso, ao fazer um dos quatro gols franceses na final contra a Croácia, o francês de descendência camaronesa se tornou o mais jovem a marcar na decisão desde Pelé em 1958.

 

“Eu vi uma entrevista do Kylian em que ele dizia que não é necessário olhar a idade, e acho que nas corridas de moto é basicamente a mesma coisa”, comparou. “Para chegar na MotoGP, você deve demonstrar que realmente tem potencial, lutar pelas melhores posições como eu fiz na Moto2 na segunda metade da temporada”, considerou.

 

“É claro que vai ser difícil, mas agora tenho que ganhar experiência e subir de categoria”, comentou. “Eu gostaria de somar meu primeiro ponto no Catar, no dia da mina estreia. Isso seria genial. Acho que, se seguirmos trabalhando como fizemos até aqui, é possível. Nós alcançamos um ritmo de corrida muito bom e tenho que estar satisfeito”, frisou.

 

Fabio, aliás, ganhou um presente da Yamaha às vésperas do início da temporada. Inicialmente, o francês contaria com uma YZR-M1 de 2018, mas, de última hora, o time de Iwata optou por dar um protótipo do ano ao piloto da SIC.

 

“É uma moto de 2019, mas com especificação B. Não conheço bem a moto, mas sei que fez quase 500 voltas e que algumas pequenas peças são diferentes da moto oficial de fábrica”, explicou. “Nós sabemos que a Yamaha é uma moto ‘simples’ para um estreante, mas, na realidade, não posso comparar com as minhas motos anteriores. Não tem nada em comum entre as Moto2 e as MotoGP”, apontou.

 

“Em Valência e Jerez, eu tinha uma moto de 2018, mas agora mudaram para uma de 2019. Não tenho experiência o suficiente para poder notar a diferença, mas provamos algumas peças e consegui dar o mesmo feedback que os pilotos de fábrica”, relatou. “Agora que eu vou realmente começar a sentir o efeito de mudar a configuração da moto”, concluiu.