Retrospectiva 2024: Moreira vai de menos a mais e mostra a que veio na Moto2
Único brasileiro nas classes à combustão do Mundial de Motovelocidade, Diogo Moreira chegou à Moto2 em 2024 e cresceu pouco a pouco, se adaptando às exigências da classe maior. Na última corrida, porém, o #10 mostrou a que veio com uma corrida impecável no GP Solidário de Barcelona para assegurar o rótulo de estreante do ano
DIOGO MOREIRA DEIXOU UMA ÓTIMA IMPRESSÃO NA TEMPORADA DE ESTREIA NA MOTO2. Vindo de um oitavo lugar na classificação do Mundial de Pilotos da Moto3, o brasileiro fez um ano de menos para mais na divisão intermediária, mas corou a temporada com uma atuação da gala na última corrida do ano, o GP Solidário de Barcelona.
Aos 20 anos, Moreira chegou à Moto2 correndo com a Italtrans. A equipe italiana é uma veterana da categoria, já foi campeã com Enea Bastianini, mas não vivia exatamente um auge. No entanto, é fato que a escuderia se reforçou para 2024. Ex-coordenador da Suzuki, Roberto Brivio chegou para assumir o comando. Livio Suppo, que foi campeão de com Ducati e Honda na MotoGP, atua por lá como consultor.
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Em termos de equipamento, o brasileiro tinha uma Kalex, a moto dominante da Moto2, que, até outro dia, mal tinha concorrência. Isso, porém, mudou em 2024, com a Boscoscuro surgindo forte para fazer frente e desafiar.
Como todo estreante, Diogo precisou se adaptar. O salto de Moto3 para Moto2 é grande — a classe do meio foi feita para ser mais próxima da MotoGP, o que resultou em um degrau alto na comparação com a divisão de entrada.

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Em entrevista à ESPN Brasil, Moreira contou que o processo de adaptação exigiu, também uma mudança física: foi necessário ganhar peso — leia-se massa muscular — para atender às demandas da nova moto.
Pouco a pouco, porém, Diogo foi pegando a mão. E isso ficou mais evidente na segunda metade do ano, quando ele passou a rodar mais frequentemente entre os ponteiros do grid.
No GP da Alemanha, nona etapa da temporada, o pódio chegou muito perto, mas Moreira foi derrotado por Ai Ogura, que acabou sendo campeão da temporada, por só 0s115. A exibição, em si, foi uma mostra importante do talento e da capacidade de Diogo.
Mas o verdadeiro cartão de visita, aquele que encheu os olhos mesmo, veio na corrida final, o GP Solidário de Barcelona. No encerramento da temporada, Ogura voltou a ser o adversário, mas, desta vez, o piloto da MSi foi derrotado. E em grande estilo.
Moreira perseguiu o japonês por toda a corrida, pressionando pelo terceiro lugar. Depois de algumas tentativas infrutíferas, o #10 emulou Valentino Rossi e passou na última curva da última volta, reavivando a memória daquele GP da Catalunha de 2009, um clássico da MotoGP.
Com o desfecho daquela corrida, Diogo assegurou o rótulo de melhor estreante de 2024, superando Senna Agius por 13 pontos. Deniz Öncü, Xavi Artigas, Ayumu Sasaki, Jaume Masià e Mario Aji também ficaram distantes do brasileiro.
Quem também não foi páreo para Diogo foi Dennis Foggia. Mais experiente entre os pilotos da Italtrans, o italiano não encaixou com a moto e com a categoria, somou 18 pontos no ano, ficou em 24º no Mundial de Pilotos. Completamente ofuscado, restou ao #71 voltar para a Moto3 com a Aspar em 2025.
Moreira, por outro lado, segue na Moto2 e, depois do que fez em Barcelona, com altas expectativas em torno dele. A ver o que 2025 reserva para o único representante do Brasil.
A MotoGP volta a acelerar entre 5 e 7 de fevereiro de 2025 para os primeiros testes de pré-temporada, em Sepang, na Malásia. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

