Tentando salvar carreira, Pedrosa passa por cirurgia “complicada e agressiva” em Madri para tratar lesão no braço
Dani Pedrosa foi operado na manhã desta sexta-feira (3) em Madri para tratar a síndrome compartimental. O médico Ángel Villamor avaliou que foi uma cirurgia “complicada e agressiva”, mas o piloto passa bem e deve ter alta nas próximas horas
Dani Pedrosa foi operado na manhã desta sexta-feira (3) em Madri para tratar a síndrome compartimental no antebraço direito. A cirurgia foi a última opção do piloto da Honda para salvar sua carreira na MotoGP e se manter na ativa.
O chamado ‘arm pump’ é bastante comum em pilotos de moto e é caracterizado pelo aumento da pressão no interior de músculos, nervos e vasos sanguíneos. Assim, o fluxo sanguíneo é interrompido, o que pode resultar até mesmo em invalidez permanente do local afetado.
Dani Pedrosa deve ser liberado do hospital ainda nesta sexta (Foto: Honda)
No último fim de semana, após o GP do Catar, Dani revelou que vinha sofrendo com os sintomas da síndrome compartimental há cerca de um ano e nem mesmo uma cirurgia em meados do ano passado foi capaz de ajudá-lo. Decepcionado com o desempenho em Losail, Pedrosa chegou a colocar em dúvida a sequência da carreira, mas optou por uma nova intervenção cirúrgica para tentar voltar à boa forma.
O procedimento realizado nesta manhã foi feito pelo cirurgião ortopédico Ángel Villamor, diretor-médico da iQtra Medicina Avanzada, e durou pouco mais de duas horas. O procedimento foi feito com anestesia local.
Durante a cirurgia, Villamor removeu completamente a fáscia, um tecido conjuntivo que envolve músculos, grupos musculares, vasos sanguíneos e nervos, do antebraço direito de Dani.
A fáscia tem a função principal de reduzir a fricção permitindo que os músculos deslizem uns sobre os outros. Qualquer alteração nesse tecido pode resultar em sintomas como fibromialgia, dores e dores crônicas, além de problemas de circulação, drenagem e sensibilidade.
“A cirurgia foi complicada e agressiva, usando uma técnica de microcirurgia e lentes microscópicas. Durou duas horas e foi feita com anestesia local”, explicou Villamor. “Nós examinamos a fáscia do músculo, que estava hipertrofiada e teve de ser aberta e liberada. A fáscia foi dissecada e removida do antebraço. Esse aumentado volume ingurgitado do músculo dentro da fáscia inelástica, resultava em um aumento da pressão dentro do compartimento, causando uma dolorosa condição de privação de oxigênio — o que resultava em uma dor intensa no antebraço durante a pilotagem”, detalhou.
“Nós vamos monitorar Dani nas próximas semanas para medir o sucesso dessa cirurgia”, completou Villamor.
Pedrosa deve ser liberado do hospital em algumas horas e vai passar por check-ups regulares nas próximas semanas antes de iniciar a fisioterapia. O período de recuperação gira em torno de quatro a seis semanas, mas o retorno de Dani às pistas só será confirmado após a liberação de Villamor.
FILA PARA VENCER
Lucas Di Grassi, Sam Bird, Sébastien Buemi, António Félix da Costa e Nicolas Prost venceram cada um, uma das provas da temporada da F-E até agora. Mas olhando para o quadro dos pilotos que vem andando na frente durante as últimas provas é facilmente compreensível que há mais gente na fila com condições para sair de Long Beach com a vitória
A pista da Califórnia que já recebeu a F1 e que hoje sedia a Indy será palco, neste sábado (4), da sexta etapa da primeira temporada da F-E. Claro, a versão da pista pela qual os monopostos elétricos vão passar é menor que a utilizada pelas outras categorias