Vitória em Aragão bota ponto final em dúvidas e atesta: canibal Marc Márquez segue vivo

Se as corridas de 2024 tinham mostrado que Marc Márquez ainda sabia ser aquele piloto forte e combativo de outrora, o fim de semana do GP de Aragão mostrou que ele também pode ser dominante e impecável como nos áureos tempos. O canibal que conquistou — ou assustuou — a MotoGP, segue vivo

Se restavam dúvidas, não restam mais: o canibal Marc Márquez segue vivo. E ainda faminto na MotoGP.

1.043 depois de vencer o GP da Emília-Romanha de 2021, o #93 voltou ao topo da MotoGP para conquistar a 60ª vitória da carreira na classe rainha do Mundial de Motovelocidade, colocando de vez um ponto final em todo o caos que viveu nos últimos anos.

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Chegar até o triunfo desde domingo (1) no GP de Aragão não foi fácil. Marc teve de superar uma quarta cirurgia no braço que fraturou em 2020, episódios de concussão e diplopia. E até sair de casa. Em todos os sentidos. O #93 abandonou Cervera e mudou para Madri para ficar próximo dos médicos que o tratavam, mas também deixou a Honda, que defendeu desde 2013, para tentar se reencontrar nos braços da Ducati, inegavelmente a melhor moto do grid no momento.

O rompimento com a marca da asa dourada não chegou fácil. Marc tinha ainda um ano de contrato e se sentia mais do que em casa ali, mas a falta de reação da RC213V o levou quase ao desespero. Como atleta que é, Márquez precisava se colocar a prova e o que melhor do que uma Desmosedici para dizer se ele seguia sendo capaz de ser um protagonista na MotoGP?

Marc Márquez encerrou longo jejum de vitórias (Foto: AFP)

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Os pódios conquistados ao longo de 2024 mostravam que Marc seguia sendo competitivo. As boas provas que fez ao longo dos últimos meses provaram que a lesão, por mais torturante que tenha sido, não tirou dele o talento e nem tampouco a habilidade de pilotar. A inteligência, que o permitiu chegar a um contrato de fábrica com a Ducati para os próximos dois anos, também seguiu intacta. Mas a vitória insistia em não chegar.

Desde o começo do ano, os GPs das Américas e da Alemanha estavam marcados como ‘vitórias certas’. Mas tudo deu errado ali também. Mais ou menos como diz o ditado, às vezes o destino escreve certo em linhas tortas. Precisava ser em casa, diante da torcida dele, na presença de todos aqueles que não lhe soltaram a mão em meio à todas as dificuldades. Precisava ser no MotorLand, uma pista onde ele é o maior vencedor e onde já tem uma curva batizada em homenagem a ele.

“Tive muita sorte por conseguir a vitória muito perto de casa. A maioria das pessoas que me ajudaram está aqui, a minha família e meus amigos, a equipe Gresini, que me esperou durante todo o ano passado”, disse Marc. “Um atleta está sozinho na pista, mas, em casa e nos momentos ruins, sempre tem as pessoas que o ajudam e o fazem ter asas. Quando os pés falham, aparecem as asas. Foi o que um amigo me disse no sábado”, contou.

O retorno ao topo do pódio veio ainda no sábado, nas sprint, mas as corridas curtas não contam na estatística. Assim, o fim do jejum veio apenas no domingo, com mais uma atuação dominante.

“Foi uma corrida incrível. É brutal vencer diante de uma torcida excepcional. Foi uma corrida muito difícil, era complicado manter a distância e a concentração, mas tinha algo extra guardado no bolso para se fosse necessário e usei em meados da corrida”, contou Marc. “Obrigado, Aragão! Nos vemos outra vez no ano que vem. Isso está só começando”, avisou.

“Estou supercontente, especialmente porque vinha perseguindo isso, sem ficar obcecado. Mas foi muito longa, achava que estava acabando, mas faltava metade da corrida. Foi difícil controlar os nervos e fluir na pista, mas conseguimos. Não fiz isso sozinho, mas com muita gente por trás. Estou muito contente”, sublinhou. “Precisei me aplicar. Na metade da corrida, soltei uma volta rápida, pois estavam chegando, e isso sempre abala quem vem atrás”, ponderou.

Marc revelou que chegou até mesmo a buscar o irmão pela pista para buscar concentração. Álex Márquez acabou abandonando na esteira de um incidente com Francesco Bagnaia.

“Foi difícil manter a concentração, tentei ver onde Álex estava na corrida para ficar concentrado, e foi difícil. Foi uma vitória muito buscada, mas todos os meu lado, ao meu redor, me ajudaram e incentivaram muito”, encerrou.

MotoGP volta a acelerar entre 6 e 8 de setembro, com o GP de San Marino e Riviera de Rimini, em Misano, 13ª etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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