Vitória na Áustria tem impacto reduzido na classificação, mas mexe com brios de Dovizioso

Com Marc Márquez em segundo, a vitória de Andrea Dovizioso no GP da Áustria teve um impacto matemático mínimo na classificação do campeonato, mas nem por isso deixa de causar efeito. Vencer na última curva da última volta é sempre um fator motivacional importante

Corrida: GP da Áustria
Pista: Red Bull Ring
Extensão: 4.3 km, 10 curvas
Vencedor: Andrea Dovizioso
Pódio: Marc Márquez e Fabio Quartararo
Palavra do vencedor: "Eu não fui tão rápido quanto Marc, mas tinha mais aderência para ficar com ele. Estou muito feliz por muitas razões. Acho que é a melhor ou uma das melhores vitórias, porque nós não tínhamos a mesma velocidade de Marc antes da corrida, então precisávamos de estratégia para tentar ficar com ele".

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É preciso reconhecer: depois das últimas corridas, a previsão para o GP da Áustria não era lá das mais animadoras. Apesar de ser território da Ducati desde 2016, a forma atual de Marc Márquez colocava o espanhol como favorito e, a julgar pelo que ele fez nas últimas etapas, nada indicava uma corrida das mais animadoras.
 
Depois de abrir o ano em alta no Catar, Andrea Dovizioso viveu meses apagados, mas renasceu das cinzas no Red Bull Ring. 
 
Embora a Honda tenha praticamente anulado o principal ponto de desequilíbrio da Ducati no traçado austríaco ― a força do motor ―, a Desmosedici, nas mãos de Andrea, apareceu forte em Spielberg e, mesmo fora da primeira fila do grid, o #4 fechou o sábado confiante em suas chances de vitória.
Andrea Dovizioso (Foto: Red Bull Content Pool)
Já na hora da largada neste domingo (11), aquele Dovizioso que brigou com Márquez pelo título de 2017 até a última corrida reapareceu. Agressivo desde o início, Andrea assumiu o comando e, mesmo quando esteve fora da liderança, jamais deixou Márquez abrir mais de 0s4. 
 
Mas, como aconteceu já muitas vezes entre os dois, a definição veio só na última curva. E numa manobra que Andrea sequer tinha planejado com antecedência.
 
“Eu realmente não preparei aquela curva, não é uma curva realmente para o meu estilo, para a minha moto entrar [bem] lá”, disse Dovizioso. “Eu comecei muito agressivo, mas Marc foi mais agressivo do que eu. Mas ele perdeu a frente na saída [da curva 3] e eu voltei de novo na 4 e isso foi muito importante”, seguiu.
 
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“Quando Marc me ultrapassou, ele tentou forçar, abrir uma vantagem, mas o pneu traseiro dele desgastou demais, e, no fim, eu tive a chance de lutar até a última curva, porque ele não tinha a mesma aderência que eu na direita [do pneu]”, contou. “Na freada ele era melhor, mas, com aquela aderência, eu pude ficar com ele e fazer uma última curva insana. Eu realmente não me preparei para isso, mas fiz a curva anterior perfeitamente, estava um pouco para dentro e pensei: ‘Ok, se alongar demais, serei segundo sem problemas’. Mas eu parei a moto perfeitamente. Estou muito feliz pela Ducati, porque nós precisamos disso, nós precisávamos dessa vitória dessa forma”, frisou.
Ainda, Andrea reconheceu que estava preocupado em ter de lutar com Márquez na última curva e frisou que, se pudesse, teria escapado na ponta.
 
“Eu estava um pouco assustado com isso e, durante da corrida, não tinha um bom feeling para esperar [atrás]. Nós estávamos forçando desde o início ― não em todas as voltas, mas estávamos forçando e tentávamos poupar um pouco os pneus na freada, mas estávamos no limite e aqui é um pouco difícil quando você está atrás de outro piloto”, explicou Dovizioso. “Quando você está forçando 100%, é um pouco difícil. Então eu tive de ser bem cuidadoso na freada, você pode cometer um erro facilmente. Mas nós trabalhamos da maneira certa durante o treino. Isso nos deu a possibilidade de sermos consistentes até o final, porque eu não era mais rápido do que Marc, mas, no fim, tive mais aderência para ficar com ele”, detalhou.
 
Com a vitória, Dovizioso conseguiu descontar apenas cinco pontos da vantagem de Márquez na liderança do Mundial, que caiu para 58 pontos. O impacto nas contas é pequeno, mas o fator motivacional de um triunfo como é de hoje deve ser levado em consideração.
 
Questionado se segue acreditando que a disputa está aberta na temporada 2019, Andrea respondeu: “Está aberto, pois está aberto. E restam muitas corridas”. 
 
“Esta corrida, por um lado, não muda o futuro, porque Marc mostrou o potencial dele e foi muito competitivo em muitas corridas, mais do que no ano passado, então eu espero que ele seja forte em todas as pistas e vai ser muito, muito difícil”, apontou. “Mas nós estamos trabalhando para desenvolver a moto, mas esta corrida, nós vencemos a corrida, mas trabalhamos muito duro para melhorar a moto. E nós estamos constantemente trabalhando assim. Você nunca sabe o que pode encontrar e onde vamos chegar no futuro”, continuou. 
 
“Eu quero seguir assim, porque é normal, tem de ser assim, mas para lutar contra Márquez, neste momento, temos de ser realistas, é muito difícil. Mas isso não muda nossa abordagem. Nossa abordagem é de que temos de melhorar, porque não é o suficiente para vencê-lo”, reconheceu. “Mas essa vitória nos dá muita energia para o futuro. Vencer é sempre importante, mas vencer assim, nós tivemos muita dificuldade em algumas corridas, então vencer assim, quando não tínhamos uma velocidade melhor, mas trabalhamos bem para a corrida, e conquistamos a vitória assim, é muito positivo para mim e para a Ducati”, concluiu. 
 

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