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Quem viu o domínio de Maverick Viñales durante a pré-temporada 2017 da MotoGP e as vitórias em três das cinco primeiras etapas do ano mal poderia imaginar que aquilo seria quase o máximo que a Yamaha apresentaria até o final do ano. Com um desempenho irregular e bastante abaixo do esperado, muito se questionou sobre o que aconteceu com a equipe no decorrer do campeonato.
A briga pelo título se estendeu até a última corrida do calendário, e era esperado que ao menos um dos pilotos do time estivesse no embate pelo caneco, o que não foi o caso. A luta foi dominada por Andrea Dovizioso e Marc Márquez, colocando a equipe dos três diapasões apenas como mera coadjuvante na pista.
Não dá para negar que o início do ano até chegou a ser promissor. Os triunfos de Viñales garantiram ao piloto a primeira colocação da classificação, e tudo apontava que ele seria o homem a ser batido em 2017 e que mais uma vez a Yamaha seria uma das grandes forças do grid, o que logo caiu por terra. O último triunfo do time veio em Assen, pelas mãos de Valentino Rossi, e nas dez provas restantes, o que sobrou foi subir ao pódio cinco vezes.
No balanço do ano, uma coisa é certa: a Yamaha não conseguiu acompanhar o ritmo das adversárias ao longo do campeonato. No final de 2017, teve que se contentar com uma terceira colocação até que bastante positiva de Viñales, e um quinto posto de Valentino, que chegou a perder uma prova por uma lesão fora da pista.
Muita expectativa e pouca entrega: o ano da Yamaha (Foto: Michelin)
A Yamaha mostrou que não iria adianter para Viñales e Rossi tirarem coelhos da cartola, simplesmente porque suas motos não conseguiam acompanhar o ritmo de sua dupla pilotos. Em determinados traçados do calendário, a YZR-M1 não tinha desempenho e velocidade para que os titulares tentassem segurar e superar seus adversários.
Entre pontos problemáticos da equipe baseada em Iwata, a dificuldade do time na chuva pode prontamente ser apontada como um dos principais. Definitivamente, as condições molhadas não trabalharam em favor da Yamaha em 2017. Apesar da única vitória do #46 ter sido com asfalto molhado, as demais aparições na chuva evidenciaram uma moto problemática e de difícil domínio para a dupla titular.
“Nós não temos aderência nenhuma [no molhado]. É muito difícil pilotar a moto, também muito perigoso, e você tem a clara sensação de que se forçar um pouco mais, você cai”, chegou a declarar Rossi durante o final de semana do GP da Malásia.
Outro ponto que também pode ser grifado como o grande tropeço da marca de Iwata foi os pneus. Em 2016, a moto gastava muita borracha, então mexeram nela para tentar reparar isso para 2017. No entanto, o time acabou com um problema maior, e até mesmo Lin Jarvis, diretor da equipe, reconheceu esse problema com os calçados.
A chuva jogou contra a Yamaha em 2017 (Foto: Michelin)
Com a falta de resultados, obviamente, vem junto a frustração e insatisfação dos pilotos. Quem fez questão de deixar clara sua insatisfação com a YZR-M1 foi Viãnles. Em suas declarações, não escondeu que esperou o que não veio e ao fazer um balanço de 2017, foi bastante crítico com suas palavras.
“É o ano em que mais sofri, realmente. Comecei o ano com um pensamento, em uma forma física estupenda e mental. Achava que os outros teriam dificuldades para me bater. Na época, eu me sentia muito forte, que podia ser o piloto a ser batido. Depois, os altos e baixos com os pneus, com a moto. Foi a temporada mais difícil mentalmente e cheguei mais cansado ao fim do ano”, reforçou.
Rossi também não deixou de dar suas declarações claramente desanimadas sobre o cenário que enfrentou em 2017. Sempre acostumado em ter desempenho competitivo e estar constantemente na briga pelo campeonato, o italiano reconheceu que não tinha chances de lutar pelo título ainda no meio do ano, frisando os problemas da moto.
“O teste correu bem, nós testamos a moto com o chassi de 2016 e decidimos que o protótipo desta temporada era pior. Nós temos de esperar e ver como será a nova moto. Vai ser interessante e o ponto de partida será a moto de 2016”, contou.
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