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MotoGP

Yamaha se destaca em dia 1 atrapalhado por vento e falta de aderência na Catalunha

Vinda de duas vitórias em Misano, a Yamaha manteve o bom ritmo no desembarque em Barcelona. As condições, porém, ainda dificultam uma avaliação mais precisa da competitividade do grid

Franco Morbidelli ficou com a pole na Catalunha (Foto: SRT)

Franco Morbidelli ficou com a pole na Catalunha (Foto: SRT)

 

A MotoGP não para! Depois de duas corridas seguidas em Misano, o Mundial de Motovelocidade desembarcou na Catalunha nesta sexta-feira (25) para o primeiro dia de treinos para o GP da Catalunha. Na pista, a Yamaha se pôs como destaque, enquanto a KTM deu indícios contraditórios, a Honda deu sinais de vida e a Ducati ainda carece de ter o paradeiro localizado.

Ao fim dos 90 minutos de treino, Franco Morbidelli levou a melhor. O ítalo-brasileiro cravou 1min39s789 na mais rápida das 19 voltas que completou e encerrou a sexta-feira com 0s109 de margem para Johann Zarco, a única Ducati entre os dez mais rápidos.

A marca dos três diapasões por outro lado, viu suas quatro YZR-M1 no rol dos dez primeiros: Maverick Viñales ficou com o quarto tempo, com Fabio Quartararo em sexto e Valentino Rossi em décimo. Quem também colocou mais de um protótipo na lista da dezena mais veloz foram KTM ― Brad Binder em terceiro e Pol Espargaró em oitavo ― e Honda ― com Takaaki Nakagami na quinta colocação e Álex Márquez em nono.

Franco Morbidelli (Foto: SRT)

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“Hoje eu me senti muito bem com a moto desde o início do dia. Consegui ser bem rápido esta manhã e, de tarde, fizemos as modificações certas para melhorar o ritmo e consegui ser decentemente rápido. Estou feliz com esta sexta-feira”, resumiu Morbidelli.

O ítalo-brasileiro, contudo, não teve um dia dos mais tranquilos. O piloto da SRT Yamaha sofreu uma queda que classificou como “estúpida” na atividade vespertina.

“Entrei forte demais na curva 10, com o pneu frio demais. Era a primeira volta cronometrada, então, era cedo demais para forçar tanto e eu acabei no chão”, relatou. “Eu queria levar a moto de volta aos boxes para continuar o trabalho com pneus usados, mas infelizmente, não consegui, então, tive de ir para o tempo de ataque. Precisei esperar um pouquinho nos boxes e aí sair com um par de macios. No fim, consegui fazer uma boa volta também com o par de macios e estou feliz com isso, então, foi uma sexta-feira realmente positiva para nós”, contou.

Apesar da animação, Franco considerou que é cedo para apontar rivais para o fim de semana, já que as condições podem interferir nos rumos do fim de semana. A previsão do tempo não aponta chuva, mas fala em temperaturas variando entre 11 e 23°C nos próximos dois dias.

“Vai ser interessante, pois as condições podem ser um fator. Está ventando muito e a aderência na pista é estranha, então, precisamos ver como as condições vão se desenvolver durante o fim de semana: como será a aderência, o vento, se vai chover ou não. Teremos de ver muitas, muitas coisas externas e aí poderemos tentar fazer uma estratégia ou pensar em posições. No momento, é realmente difícil prever alguma coisa”, completou.

Johann Zarco foi a melhor Ducati nesta quinta (Foto: Red Bull Content Pool)

0s419 mais lento que Morbidelli, Viñales se queixou das condições desta sexta-feira, mas mostrou-se satisfeito com o desempenho da YZR-M1.

“Meus problemas foram com o vento. Foram as piores condições que já encontrei”, resumiu. “Sinto-me bastante bem com a moto, estamos mais ou menos no ponto. O pneu médio não é o melhor, mas o ritmo está lá. Temos de manter a fluidez nas curvas. O primeiro objetivo é estar sempre entre os três primeiros da classificação e, depois, fazer uma corrida tranquila, com o pódio como objetivo. Estou cômodo e os tempos estão saindo”, garantiu.

Assim como Franco, porém, Maverick evitou ranquear os rivais. “É difícil escolher. Todos estão fortes. Teremos de ser hábeis”.

Vice-líder do Mundial, Quartararo não deu conta de fazer uma volta rápida por conta de um problema com os freios, mas também se mostrou satisfeito com a atuação da YZR-M1.

“Não estava me sentindo bem ontem e, apesar de estar melhor, ainda não estou 100%”, começou o francês de Nice. “No entanto, a sensação com a moto foi ótima. Esta manhã, nós conseguimos fazer bons tempos de volta. As condições de pista estavam um pouco estranhas, mas terminamos em uma boa posição. De tarde, continuamos com os pneus usados, fizemos muitas voltas e a sensação foi ótima”, reportou.

“Infelizmente, quando fui fazer um tempo de ataque, tive um problema com os freios, então, não deu para acertar a volta. Ainda temos o TL3 amanhã para realmente forçar e ver nosso verdadeiro potencial. Sinto-me bem na moto. Vamos ver amanhã se posso melhorar algo para a corrida”, torceu.

Rossi, por sua vez, foi 0s713 mais lento que o pupilo da Academia de Pilotos VR46, mas saiu satisfeito do primeiro dia, apesar do incômodo com o vento forte que marcou o primeiro dia de trabalhos.

Brad Binder saiu animado, ao contrário de Pol Espargaró (Foto: KTM)

“As condições são difíceis, pois o nível de aderência é muito baixo, então, você tem de pilotar a moto de uma maneira diferente de Misano e controlar para não derrapar e não patinar o máximo possível, o que é difícil”, apontou. “Mas fora isso, não me sinto tão mal. Hoje foi positivo, pois meu ritmo é bom, me sinto bem com a moto: ela funciona bem e sinto-me confortável. Com certeza, teremos de trabalhar muito, pois todos vão melhorar amanhã, mas o primeiro dia não foi tão mal. Estou na décima colocação, mas acho que meu potencial é melhor”, avaliou.

“O vento dificultou esta tarde, especialmente na reta principal, pois quando você sai da última curva, você não tem nenhuma proteção contra o vento. A reta é também muito rápida e, no final, o vento é bem inconstante e move muito a moto. É bem assustador. Mas parece que vai ventar menos amanhã, então, o TL3 será crucial, como sempre, para permanecer no top-10”, ponderou. “Acho que todos vão forçar ao máximo. Depois disso, vou tentar fazer uma boa classificação e tentar começar dentro das duas primeiras filas. No momento, ainda estou em dúvida entre os pneus macio e médio, especialmente na traseira. Precisamos fazer mais algumas voltas antes de tomar uma decisão. Normalmente, o nível de aderência nesta pista melhora no segundo dia, então veremos amanhã”, completou.

Melhor Ducati no grid, Johann Zarco também falou em um dia positivo, apesar das dificuldades impostas pelas condições de pista.

“Foi um bom dia. A Catalunha é uma pista de que gosto bastante, então, espero fazer coisas boas. Começamos bem nesta manhã, mas com os pneus usados tivemos um pouco de dificuldades demais. De tarde, mais uma vez não foi fácil e eu sofri uma pequena queda na curva 5. Realmente, se você move o pneu dianteiro, é muito difícil manter a temperatura e eu caí, pois talvez o pneu não estivesse pronto o bastante. Não é fácil, pois você precisa manter muita margem na pista, mas ao mesmo tempo, precisa ser rápido”, falou. “No fim, com um par de pneus macios, consegui três boas voltas, então, fiquei bem feliz. Ainda preciso trabalhar para ficar mais confortável e ser mais rápido, mas no geral, acho que o ritmo de corrida será muito complicado para domingo. Espero que a gente consiga encontrar alguma solução”, torceu.

Nesta sexta-feira, porém, Zarco teve a chance de estrear o dispositivo que controla a altura da moto, mas uma avaliação mais aprofundada foi impedida por conta do sopro.

“Esta nova opção na moto é engraçada, é realmente interessante, mas acho que hoje, com o vento, não foi fácil controlar isso muito bem. Podemos ver claramente que isso uma dá uma vantagem, o que é muito interessante, logo, precisamos nos acostumar e lidar bem com ele. Talvez amanhã, com menos vento, possamos utilizá-lo ainda mais”, disse.

Andrea Dovizioso não pareceu preocupado com a performance (Foto: Red Bull Content Pool)

1s072 atrás do ponteiro, Andrea Dovizioso fechou o dia apenas com o 15º tempo no combinado das duas atividades, mas evitou comparações com os rivais, por entender que seguiu uma linha de trabalho diferente.

“Como esperado, há muito menos aderência do que em Misano e, por essa razão, na sessão da manhã tivemos primeiro de nos adaptar a essas novas condições. Comparado com os demais pilotos na pista, hoje trabalhamos muito diferente, então, não podemos fazer uma comparação real para entender nosso potencial”, discursou. “Infelizmente, com o forte vento de hoje, não conseguimos obter nenhum feedback dos testes que fizemos, então, esperamos que amanhã tenhamos condições diferentes e que nos permita confirmar o trabalho feito. O objetivo vai será conseguir terminar o TL3 dentro do top-10”, resumiu.

A KTM, apesar de ter colocado duas motos entre os dez melhores, saiu com dois pilotos com opiniões completamente diferentes. Terceiro, Binder contou que quis primeiro conhecer a pista, já que é a primeira visita que faz ao traçado catalão com a classe rainha.

“Hoje foi bom. Esta manhã foi difícil. Saí pela primeira vez nesta pista com uma moto de MotoGP. Na primeira vez, não me senti tão mal, mas na segunda e na terceira saída, não consegui colocar o pneu traseiro na temperatura, então, parecia que eu estava pilotando no gelo. Foi realmente difícil nesta manhã, mas de tarde, assim que saí, coloquei pneus novos outra vez e senti-me muito, muito melhor. Tive muito mais confiança nesta tarde e, no geral, tudo pareceu bem bom”, expressou. “A moto parece estar funcionando bem aqui. É um pouco difícil, pois a aderência não permanece estável. É muito baixa no início e parece que baixa quanto mais voltas você dá, então, vai ser importante fazer um long-run amanhã só para ver como estão as coisas para que não seja um choque se começar a baixar muito na corrida. No geral, estou feliz”, falou.

“Hoje eu precisava tentar aprender a pista. Tinha de entender para onde tinha de ir, onde estão os pontos de frenagem e simplesmente ficar confortável. Acho que amanhã poderemos trabalhar um pouco mais no ritmo geral. Parece que podemos fazer uma boa volta rápida, então, ficarei feliz se pudermos trabalhar no ritmo amanhã”, insistiu.

Só 0s466 atrás do parceiro de KTM, Pol Espargaró saiu bastante descontente, falando até na possibilidade de ruína para a corrida de domingo.

“Foi um dia muito estranho. O primeiro treino foi inútil. Tinha muito pouca aderência, era como rodar no molhado. Não temos informação, nos falta muita informação. Não entendo os pneus e nem a moto. O vento afeta muito”, apontou Pol. “Perco muito em relação ao meu companheiro. No terceiro setor, perdi três décimos em relação ao Brad. Pelos dados, vemos que perco muito, pois bloqueio a roda traseira”, explicou.

“Se tiver de fazer uma volta no limite e arriscar uma queda, faremos isso na cronometrada. Podemos fazer uma volta rápida na loucura, mas em termos de ritmo de corrida, estamos muito longe de onde deveríamos estar”, opinou. “Não acho que possamos solucionar todos os problemas que temos para domingo. Patinamos mais do que o resto. E isso me preocupa muito aqui. Se colocarmos o pneu mais duro, isso nos livraria da ruína”, concluiu.

Um dos destaques desta reta final da temporada, Joan Mir ficou com o sétimo tempo, enquanto Álex Rins aparece apenas em 11º. O quarto colocado no Mundial não descartou a chance de vencer, mas assim como os demais, apontou para as condições difíceis do traçado de Montmeló.

As imagens desta sexta-feira de MotoGP na Catalunha

Álex Márquez mostrou evolução nesta sexta (Foto: Red Bull Content Pool)

“Foi um dia difícil por causa da temperatura, o vento e o circuito escorregadio. Foi um dia divertido, um bom dia para a prática do motociclismo. Temos uma boa base. A minha sensação com a moto é boa, mas não a melhor. Sofri um pouco com os pneus”, disse o espanhol, que frisou ter “trabalhado para a corrida”. “Sofri um pouco com os pneus. É difícil aquecer o dianteiro. Quanto mais voltas, melhor, mas ao mesmo tempo, o traseiro derrapa cada vez mais. O vento não ajuda a aquecer os pneus. Você tem de ir rápido e precisa de duas voltas. Vai ser preciso levar isso em conta na classificação”, alertou.

Apesar da força mostrada pela Yamaha nesta sexta, Mir não descartou a Suzuki da briga pela vitória.

“É complicado saber o ritmo, porque eles não fizeram trechos longos. Eu fiz um estirão com o pneu médio. Eles deram menos voltas, mas tenho certeza que não estamos longe. Vejo as Yamaha fortes, mas é nada impossível vencê-las”, frisou.

Por fim, vale destacar o bom dia de Álex Márquez. Estreante na MotoGP, o irmão de Marc mostrou evolução desde o teste coletivo realizado na semana passada em Misano e hoje acabou com o nono melhor tempo.

“Não foi um dia ruim para nós. É realmente positivo estar na nona colocação. Talvez nem todos os pilotos estivessem forçando ao máximo hoje, mas é um sinal positivo”, narrou. “Sinto-me bem na moto, ainda que estejamos sofrendo um pouco com a aderência da traseira. Acho que todos os pilotos estão”, continuou.

“É uma pista adorável, mas não tem aderência e temos de tentar controlar isso. Tomara que melhore com mais voltas. Estou feliz com a forma como o primeiro dia correu. Estou usando tudo que aprendi nas corridas anteriores e no teste e estamos progredindo”, finalizou.

O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP da Catalunha, nona etapa do Mundial de Motovelocidade 2020.

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