Lenda do automobilismo nacional, Bird Clemente morre aos 85 anos

Primeiro piloto profissional do Brasil e vencedor das Mil Milhas Brasileiras, Bird Clemente morreu na noite do último domingo (1) aos 85 anos de idade

Um dos principais pilotos do automobilismo brasileiro, Bird Clemente faleceu aos 85 anos de idade na noite do último domingo (1). A confirmação da morte veio por meio do filho em publicação nas redes sociais. O ex-piloto deu entrada no hospital para um procedimento, mas acabou contraindo uma infecção.

Membro de equipes icônicas da cena brasileira como Vemag e Willys, ele é considerado como o primeiro piloto profissional do Brasil, recebendo salário para participar das corridas e tendo o automobilismo como profissão.

Nascido em 23 de dezembro de 1937, em São Paulo, Bird Clemente é considerado um dos pilotos mais importantes da história do automobilismo nacional. A paixão pelas corridas foi transmitida pelo seu pai, Francisco Clemente, argentino e fã de Juan Manuel Fangio, mas o nome — que significa ‘pássaro’ em inglês — foi uma homenagem a Richard Byrd, almirante da marinha americana responsável por grandes explorações nas regiões polares do planeta.

No mundo da velocidade, a carreira de Bird começou em 1959, aos 21 anos, ao participar das Mil Milhas Brasileiras com um DKW ao lado do amigo Ciro Cayres. No ano seguinte, após a Vemag criar a primeira equipe oficial de fábrica do país sob o comando de Jorge Lettry, Bird é chamado pelo time para formar dupla com Mario César de Camargo Filho, o ‘Marinho’. Depois, nas 24 Horas de Interlagos também de 1960, Bird assume o volante do Simca #6 junto com Cayres.

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Bird Clemente (Foto: Arquivo pessoal)

Em 1963, Bird deixa a Vemag e vai para a Willys, que passou a ser comandada por Luiz Antônio Greco após a porte de Christian Heins. Com a mudança, Clemente passou a ser o primeiro piloto brasileiro a receber salário para exclusivamente disputar corridas.

A partir daí, a trajetória foi marcada por inúmeras conquistas em solo nacional. Em 1970, ao lado do irmão Nilson, venceu as 24 Horas de Interlagos, a primeira de um Opala. Três anos depois, novamente formando dupla com o irmão, triunfou nas 25 Horas de Interlagos, nos 500 km de Interlagos e nas Mil Milhas Brasileiras, dando ao Ford Maverick suas primeiras vitórias no Brasil.

Junto com outros nomes de peso, como Luiz Pereira Bueno, Wilson Fittipaldi Jr., Francisco Lameirão, José Carlos Pace, Carol Figueiredo e Emerson Fittipaldi, compôs a mais importante academia de pilotos que ajudaram a projetar o nome do Brasil no automobilismo internacional. Por diversas vezes recebeu o ‘Prêmio Victor’, da revista Quatro Rodas, que elegia os melhores do ano na ocasião. Em 2011, nos 50 anos da Confederação Brasileira de Automobilismo, foi homenageado com a honraria ‘Personalidade Chico Landi’, sendo eternizado como um dos maiores pilotos do Brasil.

A revista inglesa Autosport elegeu Bird um dos 50 melhores pilotos do mundo que não chegaram à Fórmula 1. Bird vivia em Cotia (SP). Em 2021, recebeu o título de cidadão cotiano da Câmara Municipal.

Bird será velado pela manhã e enterrado na parte da tarde no Cemitério do Morumbi, em São Paulo. Ele deixa a esposa e quatro filhos.

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