Não foi desta vez que Joan Barreda conseguiu acertar suas contas com o Rali Dakar. Depois de abrir o terceiro estágio da disputa com a liderança entre as motos, o piloto da Honda voltou a sofrer com o azar que o segue para a maior e mais dura prova off-road do planeta.
Desta vez, Barreda caiu em um barranco em meados da etapa, no km 143. Sem conseguir sair, Joan foi forçado a abandonar.
“Eu forcei nos primeiros quilômetros, me coloquei na ponta abrindo a trilha e chegamos a uma região de montanha que acabava em um altiplano onde tinha muita neblina”, relatou Barreda. “Nós reduzimos muito a velocidade, mas não dava para ver nem dois metros”, comentou.
Joan Barreda abandonou o Dakar após três estágios (Foto: Charly Lopez/Fotop/ASO)
“Quando faltavam 200 metros para o waypoint, eu encontrei um barranco. Eu freei, mas já tinha descido uns 15 ou 20 metros. Eu tentei subir, mas patinava muito. Tentei puxar a moto por uns dez minutos, mas só piorou”, contou. “Eu tentei descer, pensando que poderia chegar ao cânion que tinha à direita e foi pior… com tantas pedras, a moto caiu e depois foi impossível”, resumiu.
Assim como Carlos Sainz, Barreda também se queixou da planilha, mas avaliou que tampouco teve sorte na especial de quarta-feira.
“A planilha não estava boa. Era uma zona de pisar em ovos, rodando lento e atento… mas não dava para ver nada e não pude reagir. Foi um acúmulo de coisas”, considerou.
Ainda, Joan considerou que a organização do Dakar não deveria ter permitido que a especial fosse disputada com neblina.
“Hoje era um dia em que, se a largada fosse adiada por causa da neblina, ou as pessoas não chegavam ou chegariam muito tarde”, ponderou.
Depois do quarto abandono em nove edições do rali, Barreda não escondeu a decepção, ainda mais levando em conta que estava confiante para a disputa.
“Estou decepcionado. Foi duro, porque agora você pensa em todo o trabalho dos últimos meses. É mais amargo do que no ano passado, porque agora eu tinha a sensação do trabalho feito, de controle… e isso escapou”, falou.
“Em dias assim, você também pensa que, apesar de não ter vencido essa corrida, de dar tudo e não conseguir, eu estou super grato pelo que isso me deu”, declarou. “Há oito anos, eu era uma pessoa diferente. Agora, não me sobra alternativa a não ser planejar uma boa temporada. A parte boa é que eu estou bem fisicamente”, concluiu.
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