Hyundai admite tensão, mas garante “condição de igualdade” para Neuville e Tänak em 2024

Com o retorno de Ott Tänak confirmado para 2024, a Hyundai se prepara para reeditar uma dupla explosiva entre o estoniano e Thierry Neuville, que travaram um duelo interno intenso em 2022. Prevendo um ano de disputas internas no ano que vem, o chefe Cyril Abiteboul garantiu que a equipe vai começar a temporada sem preferências entre um piloto e outro. No entanto, durante o campeonato, a situação será reavaliada — e a equipe pode mudar a abordagem para adotar a melhor posição na busca pelo título.

“Quando a temporada começar, teremos igualdade em peças, informações, oportunidades, direitos contratuais e privilégios aos dois pilotos”, garantiu Abiteboul. “Além de uma missão clara para o terceiro carro, que está aqui para dar suporte”, explicou.

“Já identificamos — e não vou entrar em detalhes — um momento específico da temporada em que vamos revisar a situação e possivelmente mudar nosso código de conduta interno. Os pilotos já estão cientes disso”, assegurou.

Segundo Abiteboul, é melhor ter dois pilotos brigando internamente pela possibilidade de vencer do que contar com apenas um nome em posição de buscar os triunfos. Segundo ele, a temporada de 2023 se mostrou extremamente desafiadora justamente porque a Hyundai tinha apenas Neuville na batalha contra os carros da Toyota.

“Gosto de pensar que é um bom problema para se ter. Prefiro ter dois pilotos contra um [de outra equipe] e lidar com as consequências do que ter um piloto disputando com outros dois”, frisou.

“Em muitos momentos deste ano, tivemos um piloto disputando contra vários: Kalle [Rovanperä], [Sébastien] Ogier e [Elfyn] Evans, e foi muito difícil. Foi um trabalho duro e algo difícil de exigir de Thierry [Neuville]”, destacou.

Por fim, Abiteboul reconheceu que espera um ano tenso internamente para 2024. Ainda assim, o chefe garantiu que prefere estar na posição atual e ressaltou que, diferentemente de 2023, Neuville terá outro piloto para dividir as responsabilidades da equipe. Mesmo levando em consideração o caos interno entre os dois em 2022, Cyril vê a Hyundai em uma posição melhor para brigar com a Toyota no ano que vem.

“É verdade, será difícil ter uma competição interna [em 2024], mas também acho que traz certo alívio para o piloto saber que não está carregando o peso inteiro da equipe sozinho nas costas”, ressaltou. “Este ano, senti em vários momentos que havia muita pressão em Thierry. Quando ele cometeu erros, também foi porque havia muita pressão por estar sozinho”, explicou.

“Teremos conflitos e certa tensão, e farei de tudo [para resolver isso]. Não vou esperar por Monte Carlo ou depois para discutir nossa estratégia. Acho que isso pode ser facilitado ao trabalharmos nisso fora dos momentos de pressão. No geral, acho que estamos melhor equipados para o ano que vem”, finalizou.

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