Sertões atravessa três estados e fecha especial ‘Padim Ciço’ com novos vencedores no PE

Adrien Metge reagiu à punição sofrida no sábado e venceu a especial deste domingo nas motos no Sertões. Sylvio de Barros e Rafael Capoani superaram os irmãos Baumgart e triunfaram nos carros, enquanto Cristiano Batista e Robledo Nicoletti levaram nos UTVs. E Manuel Andújar tomou a ponta de Marcelo Medeiros nos quadris

Takamoto Katsuta, da Toyota, sofreu forte acidente neste sábado no Rali da Bélgica (Vídeo: WRC)

Etapa 2 – ‘Padim Ciço’
Patos (PB) a Araripina (PE)

Deslocamento inicial: 20,76 km
Trecho de especial: 249,07 km
Deslocamento final: 241,17 km
Percurso total: 511,01 km

O Sertões enfrentou uma longa jornada na segunda especial da sua edição 2021, a 29ª da história da prova. Depois de ter partido em Patos, na Paraíba, a caravana do maior rali das Américas percorreu parte do Ceará, passou por Juazeiro do Norte, inspiração para o nome da segunda especial, ‘Padim Ciço’, e chegou a Araripina, em Pernambuco, com algumas caras novas entre os vencedores de especial no último domingo (15). Destaque para a reação de Adrien Metge, que depois da punição sofrida no sábado reagiu e voltou a triunfar no Sertões na disputa das motos, enquanto Sylvio de Barros e Rafael Capoani, com o Toyota Hilux IMA 2021 da X Rally, desbancou os companheiros de equipe na X Rally, os favoritos irmãos Baumgart na competição dos carros.

O percurso total foi bastante longo, de mais de 500 km, embora o trecho de especial tenha sido quase a metade, 249 km, composto por piso de cascalho, estradas sinuosas e poucas retas, de modo que os pilotos praticamente não tiveram como descansar a musculatura em tais trechos.

Na comparação com o primeiro dia de prova, todos os vencedores foram diferentes da especial que abriu o Sertões 2021. Adrien Metge, da Yamaha, deixou para trás os adversários da Honda, como Gregório Caselani, líder na classificação geral da prova depois da punição imposta ao francês.

ADRIEN METGE; SERTÕES; DOMINGO; ETAPA 2;
Adrien Metge reagiu à punição com vitória no domingo (Foto: Victor Eleuterio/Fotop)

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O piloto da moto #4 completou o percurso no domingo em 3h03min31s, bem à frente das 3h05min47s de Caselani, o segundo colocado na especial. Jean Azevedo, heptacampeão do Sertões, foi o terceiro, também com Honda, seguido pela Yamaha de Túlio Malta e pela Honda de Júlio César ‘Bissinho’ Zavatti. Gabriel Bruning, também com a Yamaha, mas inscrito na classe Moto3, foi um dos destaques da especial ao terminar em sexto, à frente da KTM de Vitor Siqueira. Atual campeão do Sertões, Ricardo Martins, da Yamaha, teve um domingo complicado e finalizou em oitavo lutar, distante 9min32s5 do vencedor.

Na classificação geral das motos, Metge e Malta ainda não aparecem entre os cinco primeiros depois da punição no sábado, mas a reação parece clara, bem como as chances de título em uma prova tão longa. Caselani segue líder e tem 4min55s de frente para Jean Azevedo. Ricardo Martins é o terceiro, seguido por Gabriel Bruning e ‘Bissinho’ Zavatti. Metge pulou de décimo no começo do sábado para sexto, logo à frente de Túlio Malta e Vitor Siqueira, os oito primeiros.

O vencedor ressaltou a luta por partir mais atrás no pelotão. “Hoje larguei mais atrás, o que trouxe a dificuldade para ultrapassar vários pilotos, já que, com a poeira, não enxergava nada, mas foi muito bom. Agora vou largar na frente e quero me concentrar na pilotagem e na navegação para fazer minha prova e procurar tirar um pouco mais da diferença”, afirmou.

Na disputa a três na competição dos quadriciclos, o domingo teve a vitória do campeão do Dakar 2021, o argentino Manuel Andújar, que superou o brasileiro Marcelo Medeiros em pouco mais de 4 minutos. Rafal Sonik, polonês campeão do Sertões de 2010 e do Dakar de 2015, segue em uma jornada difícil e foi o terceiro, mas com quase 20 minutos de atraso para Andújar. Na classificação geral, porém, Medeiros ainda lidera e tem 3min58s de frente para o argentino, que enfrentou um susto no fim da especial.

“Me surpreendi por ser o mais rápido da etapa, já que meu foco é o Mundial. Estou muito feliz por ser um vencedor no Sertões. A etapa foi interessante e exigiu uma navegação diferente. Andei em um ritmo constante e só tive um susto a uns quatro quilômetros do fim, quando acertei uma cerca. Pretendo manter a estratégia para os próximos dias, claro que quero conquistar a prova, mas não vou forçar as coisas”, assegurou Manuel.

MANUEL ANDÚJAR; SERTÕES 2021;
A vitória nos quadris no domingo coube ao argentino Manuel Andújar (Foto: Ricardo Leizer/Fotop)

Entre os carros, dá para dizer que o resultado do último domingo foi uma surpresa. Sylvio de Barros, habitué não só do Sertões, mas também da Porsche Cup, desbancou o domínio dos irmãos Marcos e Cristian Baumgart, favoritos ao título, e colocou sua Toyota Hilux IMA 2021 à frente dos companheiros de equipe da X Rally.

Sylvio, que compete ao lado do navegador Rafael Capoani, completou a especial com 1min56s7 de vantagem para Marcos e Kleber Cincea, enquanto Carlos Ambrósio voltou a andar bem com o buggy V8 da Giaffone Racing e foi o terceiro na especial ao lado de Luiz Afonso Poli. Só então, em quarto, é que apareceu a Hilux de Cristian Baumgart e Beco Andreotti, em quarto. Marcelo Gastaldi, outro que faz um bom rali, foi o sexto com o buggy sul-africano Century CR-6, tendo ao seu lado o copiloto Cadu Sachs.

Sylvio ressaltou que ainda está se adaptando ao estilo de pilotagem da nova Hilux, desenvolvida pela preparadora belga Overdrive. “Foi uma especial deliciosa, bem mais rápida que a de sábado, com trechos estilo WRC. Muito bom vencer – já consegui ‘vestir’ o carro apesar do pouco tempo com ele -; e ainda consegui descontar parte da desvantagem para o Marcos na geral”.

Quanto à classificação geral, Marcos e Kleber, os atuais campeões, lideram a prova e também a trinca da X Rally. A diferença que os separam de Cristian e Beco agora é de 2min24s, enquanto Sylvio de Barros e Capoani estão a 5min03s dos ponteiros. Carlos Ambrósio e Poli estão em quarto, à frente de Dan Nacif e Marco Tulio Lana, outra dupla que compete com o buggy V8 da Giaffone Racing, em quinto.

SYLVIO DE BARROS; RAFAEL CAPOANI; SERTÕES 2021;
Sylvio de Barros e Rafael Capoani venceram a especial ‘Padim Ciço’ nos carros (Foto: Ricardo Leizer/Fotop)

Por fim, na disputa dos UTVs, ‘Padim Ciço’ coroou também novos vencedores. Cristiano Batista e Robledo Nicoletti, que desde o prólogo fazem um bom rali com o veículo da Can-Am, venceram a especial de domingo, enquanto Aristides Mafra e Bruno Rezende finalizaram em segundo. Campeões do Dakar, os norte-americanos Casey Currie e Sean Berriman colocaram a Polaris na briga contra os Can-Am e fecharam a prova em terceiro. Pedro Queirolo, outro habitué das corridas da Porsche Cup, foi o quarto na especial ao lado de Guilherme Trombini, enquanto Cristian Domecg e João Luís Stal fecharam a lista dos cinco primeiros, uma relação que, de forma até surpreendente, não teve nenhum integrante da família Varela. Reinaldo, que faz o Sertões 2021 ao lado de Gunnar Dums, foi apenas o 21º colocado.

O vencedor do dia ressaltou também as dificuldades do percurso e lembrou que, num determinado ponto, teve de acionar o sistema de sinalização sonora para que um dos veículos à sua frente, mais lento, abrisse passagem. “A especial foi muito prazerosa, como a anterior. Piso bom, com um começo mais rápido e uma parte mais travada no fim. Perdemos algum tempo na poeira de um concorrente: acionamos o Stella três vezes sem que ele desse passagem. Mas isso não nos impediu de vencer”, relatou.

Entretanto, o tricampeão mundial continua na frente na classificação geral. Varela e Gunnar têm 1min53s2 de frente para João Franciosi e César Valandro, que terminaram o domingo em 13º na especial. Wilker Campos e Lauro Sobreira estão num destacado terceiro lugar geral, à frente dos atuais campeões do Sertões, Denísio Casarini e Ivo Mayer, enquanto Gabriel Cestari e Jonathan Ardigo ocupam a quinta posição.

Depois da chegada a Araripina, os pilotos, navegadores e a caravana do Sertões vão encarar outro percurso desafiador, porém com uma paisagem espetacular, na Serra da Capivara, patrimônio da Unesco. Com deslocamento inicial de 150,51 km, trecho especial de 220,22 km e deslocamento final de 44,95 km, a segunda-feira terá um percurso total de 415,69 km até a chegada em São Raimundo Nonato, no Piauí, onde o maior rali das Américas vai aportar no desfecho da terceira especial da edição 2021.

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