No centro de um dos maiores
escândalos da história do automobilismo nacional, Cacá Bueno permanece indignado e revoltado depois da polêmica conversa entre comissários de prova da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) que atuavam na Stock Car, vazada de um grupo de WhatsApp e revelada pelo jornal ‘Folha de S.Paulo’ no início desta semana.
O pentacampeão, por sua vez, enxerga uma luz no fim de túnel com as investigações, mas pede por maior transparência no trabalho do órgão que rege o esporte a motor no Brasil. E reafirmou que se sente perseguido pela entidade.
Cacá Bueno não se arrepende de críticas (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
Para Cacá, o fato também de não ter recebido nenhuma mensagem ou ligação da CBA após o episódio apenas comprova os problemas em relação ao órgão. “Talvez algumas pessoas hoje, com o que aconteceu nesta semana, entendam alguns momentos de críticas que eu fiz e que passaram despercebidas. Na época, as pessoas podem ter pensado: 'Ah, mas está chorando, reclamando do indevido, não sei quê'”, afirmou Bueno ao GRANDE PRÊMIO, no paddock da pista de Curitiba, que recebe a abertura da Stock Car neste fim de semana.
“A prova está aí. Eu sabia que estava sendo prejudicado. Quando eu disse no ano passado que eu me sentia perseguido, eu me sinto perseguido. E o fato de ninguém da Confederação, mesmo depois de uma prova de que houve uma combinação para prejudicar o meu trabalho, ninguém ter a decência de me mandar uma mensagem para me dar uma explicação, um e-mail ou uma ligação, por mais que não goste de mim, apenas comprova o que eu falo.”
“Então, apesar de tudo isso, continuo me sentindo perseguido pela Confederação. E acho que a CBA é falha em muitos pontos de seu trabalho, como o controle de seus comissários”, completou.
Bueno também acha que a Comissão de Inquérito criada pela CBA “joga o problema para quem não é de direito”. Para o competidor, não cabe aos pilotos investigar e defende uma ação independente. “Não ter poder de polícia, não ter acesso aos e-mails, contas bancárias, para determinar o que aconteceu, não é o correto. A investigação tem de ser mais ampla e mais séria. Tocar neste assunto é positivo, é tentar limpar o automobilismo, para que a gente consiga disputar um esporte justo”, declarou o piloto.
Ao ser questionado se chegou a pensar em parar ou se vai mudar sua maneira de tratar os eventuais problemas com comissários e punições no futuro, Cacá negou. “Não pensei em parar e acho que tudo que está acontecendo representa uma luz no fim do túnel. Na verdade, o maior prejudicado foi o próprio automobilismo ”, disse.
“E não vou mudar em nada. Vou fazer o que sempre fiz, nem mais e nem menos. É assim que sou e não vou mudar. Vou falar quando tiver de falar”, continuou.
Cacá, por fim, ainda deixou claro que não guarda arrependimentos pelas críticas feitas às decisões dos comissários. “Acho que todas as vezes que eu falei, fiz porque deveria ter feito mesmo. Quer dizer, é uma coisa que eu não deveria levar para casa. Todas as vezes, eu posso ter ido para casa irritado, mas deitei a cabeça no travesseiro e dormi tranquilo. E isso não tem preço. E não tira a felicidade da minha vida pessoal e tudo que o automobilismo me deu. Tudo que tenho hoje foi o esporte que me deu”, encerrou.
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