No “auge da carreira”, Reis decide título da Stock Light de olho na premiação: “Um atrativo muito grande”

Aos 25 anos, o brasiliense faz sua terceira temporada na categoria de acesso à Stock Car e, de longe, vive o melhor ano. Com quatro vitórias, Raphael Reis chega à decisão do título da Stock Light em busca da glória do título e também do prêmio destinado ao campeão: R$ 600 mil

Assim como a Stock Car vive tempos de decisão, a Stock Light chega a Interlagos neste fim de semana para definir o campeão da temporada 2018. Ao todo, quatro pilotos aceleram no templo brasileiro do automobilismo com chances de título na categoria de acesso: em terceiro e quarto no campeonato, respectivamente, Gustavo Frigotto e Pedro Cardoso reúnem chances matemáticas. Enzo Bortoleto, que ponteou boa parte da temporada, soma 163 pontos, 32 a menos que o líder, Raphael Reis. O brasiliense de 25 anos representa a Academia de Pilotos da Shell e corre pela W2 Racing, chegando ao fim do campeonato no auge da carreira como piloto.
 
Da mesma forma que a Stock Car tem sua última etapa valendo pontuação dobrada em Interlagos, o mesmo vale para sua categoria de acesso. Ao todo, 60 pontos estarão em disputa em caso de vitória. Com 32 tentos de frente, Reis sequer precisa vencer para conquistar o título. Ao piloto dono do carro #77, basta um sexto lugar — que distribui 30 pontos — para comemorar a taça.
 
Às vésperas do embate decisivo, Reis falou ao GRANDE PRÊMIO sobre o momento que vive na carreira e também sobre como enxerga a Stock Light, revitalizada pela Vicar em 2018. O conjunto de medidas, da mudança do nome — até 2017, a categoria se chamava Brasileiro de Turismo — à premiação oferecida, um total de R$ 650 mil, sendo R$ 600 mil para o campeão e R$ 50 mil ao melhor novato. As novidades atraíram vários talentos, que ajudaram a tornar o grid bastante robusto, sempre acima dos 20 carros.
Raphael Reis chega à decisão do título com uma campanha vitoriosa na Stock Light (Foto: José Mário Dias/Shell Racing)

A campanha de Reis ao longo de 14 corridas é das mais contundentes: ao todo, quatro vitórias (corridas 1 das etapas de Goiânia e Londrina; corridas 2 em Campo Grande e Velo Città), outro pódio conquistado em Curitiba e top-10 nas 12 corridas em que cruzou a linha de chegada. Com a experiência que vem sendo lapidada nos últimos anos, Raphael se considera mais maduro e no auge nas pistas nesta temporada.

 
“Com certeza, 2018 é o melhor ano da minha carreira. Meu terceiro ano no Brasileiro de Turismo/Stock Light. O primeiro ano foi de adaptação; ano passado fui bastante competitivo com duas poles, vários pódios, tivemos uma vitória também. Mas, com certeza, esse ano é quando estou me sentindo mais à vontade, mais completo. Com certeza, é o auge da minha carreira”, avaliou o piloto.
 
Reis entende que uma união de fatores importantes tem sido determinante para ajudá-lo na sua cruzada rumo ao título da Stock Light: a maturidade aliada à boa performance do carro preparado pela W2 e a regularidade ao somar pontos cruciais mesmo quando não teve o melhor conjunto nas etapas.
Raphael Reis destacou a maturidade obtida com a entrada na Academia Shell Racing (Foto: José Mário Dias/Shell Racing)

“Ganhei quatro corridas neste ano. O auge na temporada foi mesmo no Velo Città. Depois da minha vitória na segunda corrida assumi a liderança do campeonato. Ali realmente foi o momento mais importante até agora. Foram duas [vitórias] na primeira corrida, duas na segunda, e isso mostra o quanto a gente está competitivo, independentemente da situação”, comentou.

 
“Quando tivemos o carro em condições, quando tudo convergiu, conseguimos ganhar a primeira corrida. Quando a gente não estava tão competitivo assim, então foi preciso usar a cabeça para marcar o maior número de pontos e ganhar as corridas 2. Acho que isso fez com que a gente chegasse à liderança do campeonato na final: marcar o maior número de pontos possíveis quando se está bem e, quando não se está tão bem, usar a cabeça e pontuar ao máximo também”, analisou.
 
A temporada 2018 tem sido igualmente importante porque marcou a entrada de Reis na Academia Shell Racing, o projeto de formação e desenvolvimento de pilotos mais importante do automobilismo brasileiro. Além de contar com Átila Abreu e Ricardo Zonta na Stock Car, a Shell Racing segue sua trajetória vitoriosa na classe de acesso com Raphael, que destacou a Academia como fator fundamental no seu crescimento nas pistas.

“É meu primeiro ano junto à Academia Shell Racing. É um grupo que só tem nomes bons, desde o kart até à Stock Car e também internacionalmente, com o Gianluca [Petecof]. Estar junto com esse pessoal faz com que você cresça bastante, você acaba por se cobrar bastante”, disse Reis.

 
“O contato mais próximo com o Átila e o Zonta na Stock Car me ajuda muito. Eles me dão muitas dicas que fazem com que o amadurecimento aconteça de forma mais rápida. Representar uma marca como a Shell sempre tem um peso maior e faz com que você amadureça, se cobre. E isso, tenho certeza, me ajuda e é um dos motivos principais para que a gente esteja liderando o campeonato”, acrescentou.
Raphael Reis ressaltou a importância do trabalho feito pela equipe W2 ao longo do ano (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar/Vipcomm)

Além da conquista do título, que é sempre determinante no currículo de um piloto, Reis também parte em busca da premiação oferecida ao campeão, o que pode ajudar a encurtar o caminho para alcançar um lugar no grid da Stock Car no futuro. O piloto destacou o dinheiro oferecido como uma das grandes razões para o crescimento da Stock Light.

 
“Esse ano deu um boom muito legal com um grid cheio de gente muito talentosa. Acho que muito disso se deve ao nome, tem um peso muito grande como Stock Light, e também a premiação. Ultimamente, sem a premiação, mesmo sendo campeão, ainda era um passo grande para subir para a categoria principal. A premiação ajuda a dar esse passo. Com certeza, foi um atrativo muito grande para fazer com que a Stock Light seja vista com outros olhos”, explicou.
 
Por fim, Reis, independentemente da conquista do título, se mostra grato pela campanha bem-sucedida que trilhou ao longo de 2018 na Stock Light. E além da Academia Shell Racing, mencionada antes, o piloto destacou o trabalho feito pela equipe chefiada por Serafin Jr. e também ao apoio dado pela família.
 
“Queria começar falando da minha equipe. Tivemos alguns momentos durante a temporada em que as coisas começaram a caminhar para um lado negativo, um lado errado, e a equipe conseguiu reverter isso. Na corrida da minha primeira vitória nesse ano, em Goiânia, em um treino antes da classificação, tive um acidente muito forte, praticamente destruiu meu carro. A equipe, em três horas, conseguiu reformar o carro inteiro. Não sabia nem se conseguiria correr naquele dia, quanto mais classificar”, lembrou.
 
“Então a W2 faz um excelente trabalho, sempre me ajudando, tanto o Serafin quando o Julio, que está mais próximo comigo, o Pedro, que é meu engenheiro, o Tito, meu mecânico… Tenho certeza que sem eles nada disso seria possível. Minha família, o apoio que tenho dentro de casa para conseguir chegar no fim de semana com a cabeça tranquila e focado. Acho que, sem tudo isso, não conseguiria estar 100% focado. E tendo a equipe que tenho, posso entrar no cockpit tranquilo que vou sentar no melhor carro da categoria e vou conseguir fazer meu melhor trabalho”, finalizou Raphael Reis, às vésperas da decisão mais importante até agora da sua carreira nas pistas.
 
O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ as etapas decisivas da temporada 2018 da Stock Car e da Stock Light em Interlagos neste fim de semana com Felipe Noronha, Fernando Silva e Rodrigo Berton.

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