Átila critica queixas de pilotos eliminados em Q1 de classificação caótica: “As pessoas não podem ser hipócritas”

Numa situação inédita neste sistema de classificação em vigor desde 2017, todos os pilotos que fizeram parte do grupo 2 foram eliminados na primeira parte da sessão classificatória em razão da forte chuva que desabou no Velopark neste sábado. Ouvidos pelo GRANDE PRÊMIO, Átila Abreu e Sergio Jimenez entendem que tudo faz parte do jogo, mas os pilotos, além de Ricardo Zonta, sugeriram mudanças para entregar uma classificação mais justa

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Há tempos a Stock Car não vivia uma sessão classificatória com tanta polêmica e discussão. A chuva desempenhou um papel decisivo na definição do grid de largada para a etapa do Velopark no último sábado (22) e mudou completamente a ordem de forças no intervalo do primeiro para o segundo grupo no Q1, o primeiro segmento da sessão. Diante de um verdadeiro temporal, os competidores do G2 não conseguiram sequer ficar perto das marcas alcançadas pelos seus pares do primeiro grupo, ficando assim eliminados da sequência da caótica sessão em Nova Santa Rita.

 
Diante de tal cenário, houve muitas críticas ao regulamento adotado desde o começo da temporada passada: a divisão entre dois grupos para fazer o Q1 com as colocações ímpares (G1) e pares (G2) do campeonato — com oito minutos de pista para cada — não agrada, e isso ficou nítido nas declarações dos pilotos após a classificação no Velopark. A queixa foi maior de quem se sentiu prejudicado quando a chuva se tornou mais intensa na segunda parte do Q1. A regra diz que os 15 melhores tempos no geral, sem distinção de grupos, avançam ao Q2. Com o temporal no meio da primeira parte da sessão, os 15 primeiros do Q1 passaram de fase, situação inédita desde que o atual sistema de classificação entrou em vigor.
 
Max Wilson, em entrevista ao canal SporTV, foi um dos mais incisivos. "Eu acho que em uma competição, no esporte que for, todos precisam de uma situação igual para competir", refletiu o campeão. 
Átila Abreu é favorável a mudanças no sistema de classificação da Stock Car (Foto: José Mário Dias)
"O que a gente viu agora foi uma prova de que o regulamento tem uma falha muito grande e que já existe há muitos anos e que infelizmente só vem à tona quando acontece uma coisa dessas. 50% dos pilotos se classificaram com uma pista muito mais lenta e teve um prejuízo muito grande. Isso é uma pena porque prejudica o trabalho, o investimento. Ver isso indo ladeira abaixo por regulamento mal feito é triste", encerrou.
 
A título de comparação, o melhor tempo de Max no Q1 foi 1min11s528, que lhe rendeu a 20ª posição no grid de largada. Minutos antes, com a pista bem menos encharcada, Cacá Bueno liderou o Q1 com 1min03s578.
 
Ao GRANDE PRÊMIO, Átila Abreu fez suas ponderações a respeito do regulamento que vigora sobre a definição do grid de largada e deixou claro que não é favorável ao formato do jeito que está. Contudo, o sorocabano se mostrou totalmente contrário à polêmica que foi instaurada no último sábado. O piloto da Shell Racing lembrou que a tendência, no começo da sessão, era que os pilotos do G1 fossem prejudicados com a chance de pista mais seca na segunda parte do Q1, mas aí o temporal mudou toda a história no circuito gaúcho.
 
“Acho que o pessoal que foi eliminado precisa ter bom senso. As pessoas não podem ser hipócritas porque, quando o primeiro grupo poderia ser prejudicado, o segundo grupo ficou quietinho. E aí, quando eles foram mal, quiseram fazer um alarde maior sobre o que aconteceu. Acho que isso não é correto. O regulamento está aí, goste ou não, e tem de ser respeitado. Querer mudar a regra no meio do jogo é algo que não existe. Acho que esse pessoal precisa saber… já fui prejudicado em algumas vezes e já fui beneficiado em outras. Faz parte do jogo”, salientou Átila, que vai largar em quinto lugar neste domingo na corrida 1.
Sergio Jimenez lembrou que a classificação no Velopark foi uma verdadeira loteria (Foto: Rafael Gagliano/Hyset)
Sergio Jimenez, que obteve a melhor posição de largada da Squadra G-Force, equipe caçula da Stock Car, concorda com Átila.
 
“Hoje foi totalmente sorte e azar. Porque não chovia até o começo do Q1, o pessoal do Q1 iria à pista e os pilotos do Q2 pegariam a pista mais seca. E no final foi tudo ao contrário. Foi um pouco na sorte, mas também faz parte do esporte. Claro que quem foi prejudicado vai reclamar, mas também poderíamos ter sido nós os prejudicados, então o que a gente iria falar?”, questionou o piloto de Piedade, que vai largar na nona posição logo mais.
 
“Acho que foi muito sobre sorte ou azar. Mas é sempre essa briga: o pessoal que não se deu bem vai reclamar, quem se deu bem vai ficar feliz… De novo: minha opinião é que faz parte do esporte, a regra é essa, e infelizmente quem estava no outro grupo não se deu bem. Paciência. Não adianta gritaria depois que aconteceu… é muito ‘mimimi’”, apontou Jimenez.
 
 
Como tornar a classificação mais justa?
 
Ouvidos pelo GP, Átila, Zonta e Jimenez defenderam mudanças para tornar o Q1, com a inevitável divisão em dois grupos, um pouco mais igual.
 
“Sobre o regulamento, sobre a forma como ele está escrito, eu não sou a favor. Porque coloca uma situação que não é bacana para o campeonato. A Vicar, lá atrás, mudou a regra para esse formato, eles optaram por dar uma ‘bagunçada’, mas aí é melhor tirar no cara e coroa e não competir”, criticou Abreu, que sugeriu. 
 
“Se você vai fazer por grupos, então coloca do primeiro ao 15º em um e do 16º para trás no outro. Porque se numa situação dessa, um grupo inteiro for privilegiado ou prejudicado, pelo menos todos os que estão próximos no campeonato vão ficar na mesma situação. E o que acontece é que o Serrinha está num grupo, o Max em outro, o Di Grassi em outro… e isso pode criar um ‘gap’ muito grande. E tanto isso é uma prova que está errado que se você pegar as quatro últimas etapas, onde teoricamente você tem um cenário mais definido, a regra é exatamente a que estou te falando. Então como você faz metade do campeonato de um jeito e o restante do outro? Não acho isso justo”, ponderou.
Átila Abreu e Ricardo Zonta defenderam mudanças no sistema em vigor desde 2017 (Foto: José Mário Dias)
O sorocabano lembrou que sempre existe diferença de performance de um grupo para outro, mesmo quando se corre com a pista seca. “Isso é histórico: quando você vai para uma tomada de tempos, o grupo 1 é sempre pior porque pega a pista mais suja, tem uma borracha diferente, é sabido que o grupo 1 é um pouco mais lento. Por isso que o ideal, para mim, era que o grupo 1 fosse do primeiro ao P15 e o grupo 2 fosse do P16 ao P30, porque esse pessoal que está querendo crescer no campeonato teria uma chance de ter uma pista melhor e largar numa situação mais adequada. Seria o cenário perfeito”.
 
Jimenez deu outra sugestão a respeito. “Sempre foi discutido isso o tempo todo. Teria a hipótese de, para ficar mais justo, de os sete ou oito primeiros de cada [grupo] do Q1 avançar ao Q2… sempre tem esse problema”, disse. Com esse formato, haveria mais competição em cada grupo e as diferenças de pista com as mudanças de condições seriam neutralizadas, defende o piloto da Squadra G-Force.
 

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Ricardo Zonta, que vai partir da quarta colocação no grid de largada neste domingo no Velopark, também entende que o sistema de classificação carece de mudanças.

 
“Acho que está totalmente errado. As chances têm de ser iguais para todos, especialmente na classificação. Do jeito que está, não tô de acordo que um grupo seja prejudicado, como foi. Deveria juntar os dez primeiros de cada grupo… não sei, alguma coisa. Do jeito que está, não é justo. Poderia ter sido ao contrário: o primeiro grupo com condições de chuva forte e o segundo com menos chuva. E aí seria o nosso resultado seria diferente agora. Acho que eles têm de rever”, explicou.

O GRANDE PRÊMIO cobre 'in loco' a etapa do Velopark com os repórteres Fernando Silva e Vitor Fazio. Acompanhe todo o noticiário da Stock Car aqui.

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