Toyota escreve novo capítulo de sua história com vitória dominante em Interlagos. Rees vence na GTE Am

Alexander Wurz e Nicolas Lapierre dominaram as 6 Horas de São Paulo, deixaram os pilotos da Audi muito para trás e deram à Toyota sua primeira vitória no WEC

A Toyota passou oito temporadas longe do alto do pódio na F1, mas bastaram três corridas para que a montadora vencesse no Mundial de Endurance. O palco para o desfile do protótipo azul e branco foi Interlagos. Alexander Wurz e Nicolas Lapierre sequer deram chance para a Audi e triunfaram de forma dominante nas 6 Horas de São Paulo.

Depois de largar na pole-position, a dupla da montadora japonesa perdeu a ponta apenas nas primeiras paradas de box. Só que a vantagem para a concorrência não parou de crescer e o TS-030 disparou na primeira colocação, colocou uma volta de vantagem sobre o Audi e-tron quattro e o Audi R18 ultra e receberam a bandeirada de chegada à frente de todos no Autódromo José Carlos Pace.

André Lotterer, Marcel Fässler e Benoît Tréluyer ampliaram sua vantagem na liderança do campeonato com a segunda colocação. Em terceiro, terminou o segundo trio dos alemães, que tinha Allan McNish, Tom Kristensen e Lucas Di Grassi ao volante.

Mas Di Grassi foi apenas o primeiro brasileiro a subir ao pódio em Interlagos. Na GTE Am, Fernando Rees, ao lado dos franceses Julien Canal e Patrick Bornhausen, assumiu a liderança ainda no primeiro terço da prova e viu seus companheiros manterem o ritmo forte até o fim. Rees se tornou, assim, o primeiro brasileiro a vencer em uma prova do novo Mundial de Endurance, recriado pela FIA em 2012.

Na LMP2, a vitória ficou com a equipe Starworks e os pilotos Stéphane Sarrazin, Enzo Potolicchio e Ryal Dalziel. Já na GTE Pro, o triunfo foi da italiana AF Corse, com os ex-pilotos de F1 Giancarlo Fisichella e Gianmaria Bruni ao volante.

A Toyota conquistou a primeira vitória no endurance (Foto: Rodrigo Berton / Agência Warm Up)

Confira como foram as 6 Horas de Interlagos, a etapa brasileira do Mundial de Endurance:

A corrida começou bastante movimentada, com o Toyota de Nicolas Lapierre mantendo a ponta, seguido pelos Audi de Allan McNish e de Benoît Tréluyer. Apesar disso, as batalhas mais acirradas aconteciam no fim do grid. O carro de Mathieu Lahaye acabou tocando no Pecom e ambos rodaram na saída da Curva do Lago. Mais atrás, Fabien Giroix tentou desviar dos carros acidentados e foi abalroado pelas Ferrari de Enrique Bernoldi e de Tracy Krohn.

Por causa do acidente, Krohn deixou a corrida, e a equipe de Giroix perdeu cerca de 25 voltas para reparar o carro. Bernoldi, por outro lado, continuou na prova mesmo com a parte dianteira danificada.

Enquanto isso, sem se preocupar com os incidentes, a Toyota seguia dominando. Na sétima volta, Lapierre começou a encontrar os primeiros GT retardatários. Um pouco mais atrás, foi a vez de Tréluyer superar McNish na batalha caseira da Audi valendo a segunda colocação. Mais atrás, na categoria GTE Am, Fernando Rees fazia o possível para assumir a liderança ocupada pelo Porsche de Paolo Ruberti. Mesmo com os problemas, Bernoldi já aparecia em terceiro.

Aliás, falando do enrosco inicial, o dia não era mesmo da OAK Racing. Depois de se envolver no primeiro salseiro, Lahaye voltou a se destacar (negativamente) ao rodar na entrada do S do Senna. Apesar do erro, o piloto continuou na corrida.

Com pouco mais de 30 minutos, o ritmo da Toyota era tão intenso que até os carros da categoria LMP2 já estavam uma volta atrás. Rees, por sua vez, conseguiu fazer a ultrapassagem em Ruberti para assumir a liderança na GTE Am.

Com um ritmo de prova tão rápido, a Toyota não tardou para fazer a primeira parada nos boxes. A Audi, por sua vez, só se dirigiu ao pit-lane cinco giros depois, o que permitiu à montadora japonesa se distanciar ainda mais. Um pouco depois, foi a vez de a Ferrari brasileira ir aos boxes. Como a equipe AF Corse optou por fazer reparos no carro, o equipamento foi recolhido momentaneamente à garagem, mas em poucas voltas Bernoldi já estava de volta à pista.

O carro da OAK teve problemas no início da prova (Foto: Rodrigo Berton / Agência Warm Up)

Só que os problemas da corrida não ficaram resumidos apenas à equipe ítalo-americana. A Audi também precisou abrir os olhos. Em um primeiro momento, Tom Kristensen rodou no S do Senna com o ultra e precisou segurar para não acertar o muro. Instantes depois, o dinamarquês foi jogado para fora da pista por Giancarlo Fisichella, mas apenas sujando os pneus.

A segunda janela de parada nos boxes serviu para movimentar a corrida. A Audi antecipou o reabastecimento, permitindo que Marcel Fässler, no Audi e-tron quattro, se aproximasse do Toyota ao fazer voltas ainda mais rápidas. O problema é que esse bom momento foi interrompido por uma quebra no Signatech Nissan de Jordan Tresson.

O carro do francês perdeu a roda traseira esquerda no miolo do circuito e passou a se arrastar pela pista, ficando parado em posição perigosa na subida da Junção. Por causa disso, o safety-car foi acionado, reagrupando parte do pelotão. Para azar da Audi, o e-tron acabou alinhando atrás de outro carro de segurança, fazendo com que a vantagem da Toyota crescesse para 40s.

Com a pista liberada, a Toyota chegou a quase colocar uma volta em cima de André Lotterer, mas o carro da montadora nipônica, pilotado por Alex Wurz, acabou retornando aos boxes. Nesse momento, quem acelerava era o R18 ultra, disposto a descontar o tempo para as rivais.

Na parte de trás do grid, os problemas continuavam. Primeiro, Xandy Negrão rodou na Ferrari brasileira por causa de um pneu furado. Depois o Porsche 88, que chegou a disputar a ponta da GTE Am com Fernando Rees, recebeu bandeira preta para retornar aos boxes, já que a temperatura no cockpit estava bastante elevada. E ainda deu tempo para que Dominik Kraihamer ficasse parado no Mergulho, mas já fora da pista. Por fim, o Strakka se enroscou com o Rebellion, de Harold Primat, na Curva do Lago e os dois rodaram, sobrando também para o Porsche da equipe JWA-Avila.

A Ferrari brasileira teve muitos problemas em Interlagos(Foto: Felipe Tesser / Agência Warm Up )

Quem deu fim a essa sequência de abandonos foi a Toyota. Depois de muito tentar colocar uma volta no e-tron, a montadora japonesa se aproveitou das paradas nos boxes para finalmente deixar o carro adversário para trás, mesmo que o trabalho germânico nos pits tenha sido melhor. Como a ameaça de chuva começou a rondar o Autódromo de Interlagos, a vantagem de uma volta dos asiáticos passou a ser ainda mais importante.

Depois da ultrapassagem, o carro japonês continuou a abrir em relação a rival. Faltando menos de uma hora para o final da prova, a montadora japonesa retornou aos boxes para mais uma parada. Nesse momento, Alex Wurz retornou ao carro, sendo o responsável por levá-lo até o final.

A partir daí, o austríaco só precisou administrar a vantagem para os adversários. Faltando apenas sete minutos para o final, o carro nipônico se dirigiu ao pit-lane para o splash-and-go. A parada aconteceu sem maiores problemas, e Wurz foi à pista para terminar o stint final e comemorar a primeira vitória da Toyota no endurance.

Mundial de Endurance, 6 Horas de São Paulo, Interlagos, final:

 

 

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias do GP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.