Pérez afirma que divisão de classes entre F1 A e B “prejudica o esporte” e opina: “Não dá para competir”

Sergio Pérez avaliou que a denominação de “classe A” e “classe B” não é benéfica para a F1. Para o piloto, a divisão comumente feita na categoria, com falsos resultados — como o quarto lugar sendo o ‘melhor do resto’ — é ruim para a própria categoria

A F1 tem sido dominada por Mercedes, Ferrari e Red Bull nos últimos três anos, e um verdadeiro abismo separa o 'trio de ferro' das demais equipes do grid. Abismo que parece aumentar cada dia mais — apesar dos esforços da Renault para se reforçar e voltar a ser um time de ponta — e torna quase impossível que as equipes 'do resto' tenham o mesmo ritmo para brigar por bons pontos na tabela. A Force India, quarto lugar do Mundial de Construtores em 2016 e 2017, terminou as temporadas com metade dos pontos da terceira colocada em cada ano, o que indica a gritante diferença de performance existente entre as escuderias.
 
Único piloto não-integrante das três poderosas equipes a conquistar um lugar no pódio em 2018 — terceiro lugar no GP do Azerbaijão —, Sergio Pérez acredita que as grandes mudanças, desde 2012, foram responsáveis por acentuar, ainda mais, a segmentação do grid.
 
“A diferença no orçamento hoje em dia, partindo para uma nova geração de carros, é brutal. Não dá para competir. Nos últimos quatro ou cinco anos, simplesmente existiam duas categorias na F1. Nunca vi isso antes. O pessoal diz: 'Sim, ganhei a corrida', quando foi o melhor do resto, ou 'estou liderando o campeonato', se foi o melhor dos demais. Esse não deve ser o caminho. Isso está prejudicando muito o esporte”, afirmou o piloto da Force India em entrevista para o site da revista britânica ‘Autosport’.
Sergio Pérez deposita suas esperanças em 2021 para ver a F1 mais justa e equilibrada (Foto: Force India)

Kevin Magnussen justificou que o título criado para a ‘classe B’ da F1 se deu porque é impossível para o meio do grid lutar por qualquer posição, em condições normais, com o pelotão da frente. Desde 2016, apenas cinco pilotos que não faziam parte das três grandes equipes subiram ao pódio em um GP. 

 
Atualmente, o ‘melhor do resto’ é Nico Hülkenberg, em sétimo lugar, com 52 pontos – 53 pontos atrás de Max Verstappen, sexto colocado. O alemão acredita que não há muita coisa a ser feita no momento e que é a maneira como as coisas estão acontecendo na categoria.
 
"Os seis primeiros são os seis primeiros. Eles estão fora de alcance. Como piloto, mesmo que você esteja frustrado e decepcionado, é assim que funciona. Sua ambição está em cada vez que você sabe que ainda consegue tirar o melhor de si mesmo, do carro ou derrotar seu companheiro de equipe. Você vai para a próxima melhor opção", declarou Nico, também para o ‘Autosport’.
 
A próxima grande mudança na F1 está prevista para 2021, quando um novo regulamento técnico — sobretudo quanto às especificações do motor, tornando-os mais baratos — e um novo limite orçamentário devem entrar em vigor para tentar tornar o grid menos desigual e mais justo. Pérez acredita que vai ser a oportunidade de nivelar, ao menos em partes, para ter cinco equipes brigando pelo título, contra duas na atualidade, Mercedes e Ferrari.
 
"Eu realmente espero, pelo bem do esporte, que em 2021 você tenha cinco equipes lutando por vitórias em todas as corridas. Isso será um sonho tornado realidade. Como fã, eu gostaria de ver isso", encerrou. 
 
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