Racing Point dá maior salto de performance em 2020. Ferrari e Alfa Romeo despencam

Quando são comparados os tempos de cada equipe na sessão classificatória do GP da Áustria do ano passado e deste, é possível constatar que houve evoluções de algumas e outras despencaram em performance

A sessão classificatória do GP da Áustria, realizada na tarde deste sábado (4) no Red Bull Ring, refletiu com maior exatidão a performance de cada equipe nesta temporada depois dos já distantes testes de inverno, que tiveram lugar em Barcelona em fevereiro. Havia grande expectativa a respeito do desempenho da Racing Point com a ‘Mercedes rosa’, o RP20 totalmente inspirado no Mercedes W10 do ano passado. A Williams, por sua vez, acreditava em poder alcançar maior evolução com o FW43 depois da terrível falta de ritmo no ano passado. Mas também durante a pré-temporada e nas semanas seguintes antes da eclosão da pandemia, a Ferrari transparecia pessimismo em relação ao que a SF1000 poderia fazer em 2020.

Quando se analisa a posição das equipes no grid de largada do Red Bull Ring para domingo, fica claro que a Racing Point evoluiu enormemente, saindo do Q1 no ano passado para colocar seus dois carros entre os dez primeiros neste fim de semana. Sergio Pérez, por exemplo, vai largar em sexto depois de partir dez posições atrás no ano passado, enquanto Lance Stroll garantiu o nono posto do grid, contra o P17 de 2019.

Em termos de tempo, a melhor marca de Pérez na classificação do GP da Áustria do ano passado, 1min04s789, é bem inferior ao 1min03s868 obtido nesta tarde. A diferença é brutal: 0s921 mais rápido. Foi o maior ganho obtido por uma equipe na comparação com a performance no Red Bull Ring na temporada passada.

Sergio Pérez
Sergio Pérez largou no fim do pelotão no ano passado. Amanhã, vai partir em sexto na Áustria (Foto: AFP)

A Williams, embora ainda esteja nas últimas posições do pelotão, evoluiu consideravelmente de um ano para cá. George Russell, com grande volta no fim do Q1 deste sábado, marcou 1min05s167. O tempo obtido pelo inglês de 22 anos foi bastante acima quando se compara com o 1min04s024 alcançado por Max Verstappen no mesmo Q1 no Red Bull Ring, mas bem melhor que o 1min05s904 que Russell cravou no ano passado. Ou seja, na comparação pura e simples, o Williams FW43 foi 0s737 mais rápido que o seu antecessor.

Outras quatro equipes obtiveram ganho considerável de performance nesta temporada. A Renault, que colocou Daniel Ricciardo no Q3, teve como melhor tempo nesta tarde 1min04s023, alcançado pelo australiano no Q2. Nico Hülkenberg, que foi substituído por Esteban Ocon em 2020, registrou 1min04s516 como melhor volta. Ou seja, o carro aurinegro deste ano foi, de acordo com os números, 0s493 mais rápido.

O mesmo se aplica à McLaren, um dos grandes destaques da classificação deste sábado, que evoluiu 0s473 na comparação com o ano passado. Lando Norris, que vai largar na quarta posição do GP da Áustria, marcou 1min03s626 com o novo MCL35, contra 1min04s099 em 2019.

Até mesmo a AlphaTauri, que viu a eliminação dos seus dois pilotos no Q2, Pierre Gasly e Daniil Kvyat, também registrou evolução significativa. Mais rápido da dupla, Gasly marcou 1min04s305, contra 1min04s665 alcançado por Alexander Albon, então na Toro Rosso, antecessora da AlphaTauri, no ano passado. Ganho de 0s360.

Bottas marcou 1min02s939 para ficar com a pole-position do GP da Áustria (Foto: AFP)

E a Mercedes, equipe que vem dominando o fim de semana do GP da Áustria, também melhorou na comparação com o ano passado. Valtteri Bottas, com direito a novo recorde do Red Bull Ring, virou sua melhor volta em 1min02s939, 0s323 mais rápido que o tempo obtido por Lewis Hamilton no Q3 da classificação de 2019 no traçado austríaco.

Red Bull na mesma; Ferrari perde quase 1s

A equipe dona do Red Bull Ring ficou praticamente estável, mas foi ligeiramente mais lenta quando se comparam os números deste ano com os de 2019. Max Verstappen repetiu o terceiro lugar no grid e quase repetiu o tempo alcançado: 1min03s439 na temporada passada e 1min03s477 neste sábado.

Em contrapartida, a Haas foi 0s619 mais lenta neste ano. Em 2019, Kevin Magnussen conseguiu ir para o Q3 e obteve o quinto melhor tempo da classificação: 1min04s072. Hoje, o melhor da equipe de Kannapolis foi Romain Grosjean, que não foi além do 15º no grid de largada ao cravar 1min04s691.

A Ferrari é o caso mais emblemático. Se no ano passado Charles Leclerc comemorava a pole-position no Red Bull Ring, com direito a volta recorde em 1min03s003, desta vez o monegasco sofreu para passar para o Q3. Na fase final da sessão, o jovem de 22 anos não foi além de 1min03s923, um déficit de 0s920 de um ano para outro. Pior ainda foi Sebastian Vettel, de saída da equipe no fim do ano, que foi eliminado ainda no Q2.

A Alfa Romeo perdeu mais de 1s na comparação com 2019 no Red Bull Ring (Foto: AFP)

Só a Alfa Romeo conseguiu perder mais que a Ferrari do ano passado para este. A equipe de Hinwil, que vive um sofrível fim de semana de abertura do campeonato, com Kimi Räikkönen figurando em penúltimo em dois treinos livres e também na classificação, teve como melhor tempo o 1min05s175 com Antonio Giovinazzi. Um abismo de 1s119 acima do 1min04s056 do ‘Homem de Gelo’ no Q2 na Áustria na temporada passada. Em 2019, diga-se, os dois carros da Alfa Romeo passaram para o Q3. Neste sábado, a dupla caiu no Q1.

Coincidência ou não, as três equipes que mais perderam performance na Áustria usam motor construído pela Ferrari.

Fórmula 1 2020, GP da Áustria, Red Bull Ring, diferenças na comparação com a classificação do ano passado por equipe:

1RACING POINT MERCEDES1:04.7891:03.868 -0.921
2WILLIAMS MERCEDES1:05.9041:05.167– 0.737
3RENAULT1:04.5161:04.023– 0.493
4MCLAREN RENAULT1:04.0991:03.626– 0.473
5ALPHATAURI HONDA1:04.6651:04.305– 0.360
6MERCEDES1:03.2621:02.939– 0.323
7RED BULL HONDA1:03.4391:03.477+0.038
8HAAS FERRARI1:04.0721:04.691+0.619
9FERRARI1:03.0031:03.923+0.920
10ALFA ROMEO FERRARI1:04.0561:05.175+1.119
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