Guia MotoGP 2015: Com poucas mudanças no regulamento, MotoGP caminha para congelamento de software

Seguindo a diretriz de aumentar a competitividade e reduzir os custos do campeonato, os softwares da MotoGP serão congelados em 30 de junho, quando as fábricas passarão a desenvolver conjuntamente o programa de 2016

A TEMPORADA 2015 DO MUNDIAL de Motovelocidade começa neste fim de semana com a disputa do GP do Catar. Ao contrário do que aconteceu no ano passado, quando o regulamento técnico do certame sofreu inúmeras alterações, o código apresentado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) para 2015 traz pequenas modificações em relação ao que foi introduzido no ano passado.
 
Muitas dessas mudanças são apenas adendos ao código esportivo e outras alterações menores. Um exemplo é a nova determinação para que os pilotos utilizem capacetes quando forem fazer o reconhecimento da pista a bordo de scooters. Anteriormente, muitos pilotos iam para a pista sem os equipamentos de proteção.
Os softwares da MotoGP serão congelados em meados da temporada 2015 (Foto: Honda)
Outra regra que entra em vigor em 2015 diz respeito ao processo de alinhamento no grid. A partir de agora, depois da volta de instalação, o piloto precisa parar no fundo do grid, desligar o motor e então ser empurrado por um membro da equipe até sua posição de partida. O piloto, no entanto, decide se permanece montado ou não.
 
A grande alteração, porém, diz respeito ao desenvolvimento de software. Após um longo processo de negociação, as fábricas concordaram com a introdução de um programa único na ECU que será utilizada no próximo ano. Esse software oficial será baseado naquele utilizado em 2014 e em 2015.
 
As fábricas, no entanto, estão convidadas a trabalhar com o organizador do certame e o fornecedor do software — Magneti Marelli — no desenvolvimento desse componente.
 
Para isso, as fábricas concordaram em parar de desenvolver seus próprios softwares em 30 de junho de 2015. A partir de 1 de julho, essa evolução estará direcionada ao programa oficial que será adotado no próximo ano. Caso alguma fábrica não cesse o desenvolvimento individual, ela ficará impedida de participar do trabalho com o programa de 2016.
 
Por questões de segurança, as fábricas estão liberadas para atualizarem seus softwares após o prazo de 30 de junho apenas para solucionar falhas. Antes, entretanto, terão de entregar uma ampla documentação à direção de prova, comprovando o problema.
 
Voltando ao Mundial em 2015, Suzuki e Aprilia poderão desenvolver seus softwares durante todo o ano e também terão o direito de participar da evolução do componente da próxima temporada.
Suzuki volta ao Mundial de MotoGP com a GSX-RR (Foto: Suzuki)
Para garantir o congelamento dos softwares, as fábricas que querem participar da evolução do novo componente terão de dar amostras de seus programas. Assim, na primeira corrida após o congelamento — o GP da Alemanha, no caso —, a direção-técnica do Mundial vai remover a unidade de controle eletrônico de uma das motos do time ainda no parque fechado, selar e armazenar como exemplo. Os organizadores não vão fornecer uma ECU para substituir a unidade perdida.
 
Caso uma fábrica declare que todos seus times estão usando um único software, a direção técnica do Mundial pode escolher se armazena a ECU de todas as equipes ou se coleta uma amostra única.
 
Essa unidade de controle eletrônico, então, ficará em poder do organizador do campeonato até o fim do prazo de protesto depois da última corrida do ano, quando será devolvida ao time de direito.
 
Em caso de protesto ou pedido do diretor-técnico, uma nova ECU pode ser removida e comparada àquela armazenada. Qualquer alteração que não seja para reparar problemas referentes à segurança será considerada uma quebra do regulamento.
 
Assim como no ano passado, fábricas que não conquistaram uma vitória na temporada 2013 ou que estão entrando agora no Mundial, podem seguir o regulamento Aberto, que concede uma série de benefícios aos seus usuários. 
 
No caso dos motores, por exemplo, o time de fábrica que segue o código Aberto pode usar um total de 12 unidades por ano, enquanto Honda e Yamaha estão limitadas a um total de cinco.
 
A capacidade dos tanques de combustível também depende do ‘status’ de cada time. Aqueles que obedecem ao regulamento Aberto poderão armazenar até 24 litros, enquanto as RC213V e as YZR-M1 tem um limite de 20 litros. Essa classe Aberta, aliás, também pode usar pneus mais macios que a concorrência. 
 
Para manter a igualdade de condições, esses benefícios estão atrelados aos resultados obtidos. No momento em que uma fábrica conquistar uma vitória, dois segundos lugares ou três pódios, a capacidade do tanque de combustível é reduzida para 22 litros. Se a mesma fábrica chegar a três vitórias no ano, o direito de usar os pneus da categoria secundária também será negado.
 
O peso das motos também foi alterado no novo código. Depois de alguns anos acrescendo quilos aos protótipos, o regulamento de 2015 vai ver uma redução de 2 kg nas máquinas 1000cc, que, portanto, vão passar dos atuais 160 kg para 158 kg. Além disso, também ficou acordado que a Comissão de GP vai avaliar a possibilidade de reduzir mais 2 kg para a temporada 2016.
 
A Comissão de GP, que é formada por representantes de Dorna, FIM, IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida) e MSMA (Associação das Fábricas de Motocicletas Esportivas), também decidiu incorporar ao código médico do Mundial uma nova versão da SCAT3, uma ferramenta de avaliação de concussão que já é usada por várias entidades esportivas.
Os protótipos ficaram mais leves para a temporada 2015 (Foto: LCR)
A concussão é uma alteração cerebral de instalação rápida e de resolução espontânea, causada pela aplicação direta ou indireta de uma força no cérebro.
 
A SCAT3 é uma ferramenta padrão que pode ser usada para avaliar atletas a partir dos 13 anos de idade e leva em conta sintomas como orientação, memória, equilíbrio e andadura.
 
O diagnóstico de concussão não é baseado em nenhum exame laboratorial ou de imagem e é feito por meio da observação médica, que leva em conta sinais como cefaleias, visão turva ou incapacidade para se manter em pé. Durante a pré-temporada, no entanto, os atletas podem ser submetidos ao SCAT3, o que pode ser útil para interpretar os resultados pós-lesão.
 
Pesquisadores indicam que o atleta diagnosticado com concussão não deve voltar a atuar no mesmo dia da lesão e, ao retornar, deve obedecer um programa supervisionado cumprindo etapas que vão do repouso ao retorno ao trabalho. O programa, entretanto, pede intervalo de, no mínimo, 24 horas entre cada uma de suas seis etapas.

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