Administrador do Algarve nega rodada dupla e fala em “tentar” receber F1 em outubro

Paulo Pinheiro, responsável pela gestão do Autódromo Internacional do Algarve, disse que ainda não tem nada fechado em termos de acordo para levar a Fórmula 1 de volta para Portugal. E ressaltou que o objetivo, neste momento, é que, caso de fato a corrida seja realizada, que tenha a presença do público

No último fim de semana, o jornal lusitano A Bola reportou que a Fórmula 1 caminha para encerrar um hiato que já dura 24 anos e voltar a sediar uma corrida da categoria na temporada 2020, com a possibilidade até de abrigar uma rodada dupla entre os dias 27 de setembro e 4 de outubro. Entretanto, Paulo Pinheiro, administrador do Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, circuito citado por Ross Brawn, diretor-esportivo da F1, para receber uma prova da categoria no segundo semestre, adotou um discurso bem mais contido em entrevista ao canal Eleven Sports e lembrou que “não há nada confirmado. Vamos tentar”.

A expectativa do dirigente, caso o acordo seja de fato selado com o Liberty Media, é de realizar somente uma corrida, não duas, mas em um fim de semana que reúna também os eventos-suporte da Fórmula 1.

“Temos preferência de uma data o mais tardar possível no calendário de provas europeias, no mês de outubro e não em setembro. E havendo GP no nosso país, teremos todas as provas habituais: F2, F3 e a Porsche Supercup”, disse.

Paulo Pinheiro é o administrador do Autódromo Internacional do Algarve (Foto: Divulgação)
Paulo Pinheiro é o administrador do Autódromo Internacional do Algarve (Foto: Divulgação)

“O que está na mesa é apenas uma corrida para este ano, unicamente não há nenhuma conversa para corridas em anos posteriores. A nossa intenção é, conseguindo fechar contrato para este ano, que a corrida seja bem-sucedida, que seja uma corrida exemplar a todos os níveis e isso nos permita ficar com uma possibilidade nos próximos anos”, explicou Pinheiro.

Um acerto futuro com o Liberty Media, reconhece Paulo, é bastante difícil. “Temos contatos com eles há algum tempo. Uma corrida custa, normalmente, entre € 30 milhões e € 35 milhões. Com esses valores, é difícil acontecer por aqui, por melhor que o circuito e o país sejam. Não vamos pagar taxa”.

Ainda sem uma confirmação oficial sobre a volta do GP de Portugal, o gestor do AIA revelou uma grande procura a respeito. “Recebemos hoje quase mil e-mails do exterior pedindo o link para a compra de ingresso, mesmo sem perguntar o preço. É interessante ver que há fome enorme de Fórmula 1 em Portugal, tanto de portugueses como de estrangeiros”.

A ideia de Pinheiro é que, caso a corrida seja confirmada, que ela tenha a presença do público. “Quem vai fazer uma prova pela primeira vez quer ter público. O principal fator é a corrida ter público. Não faço a ideia se vai ser possível, mas estou trabalhando com afinco para isso”, salientou.

Portugal, que se destacou pelo êxito no combate ao novo coronavírus, teve de adotar novas medidas de restrições no último fim de semana. O país vem registrando uma média de 300 novos casos por dia, e a ministra da Saúde, Marta Temido, admite regredir no processo de reabertura. Atualmente, Portugal registra, segundo a Universidade Johns Hopkins, 37.036 pessoas infectadas pela Covid-19 e 1.520 mortos.

Questionado a respeito das condições do asfalto do circuito português, Pinheiro foi enfático. “Não está perfeito, está aceitável”, salientou o dirigente, ressaltando que precisaria de tempo para a reforma da superfície.

“Inconcebível fazer uma corrida de F1 com o asfalto como ele está. Temos de colocar asfalto novo, dar tempo para curar, para quando eles vierem para cá e ter aderência. Significa que o circuito vai ter de ser utilizado ao longo do mês, antes de uma corrida para que tenha aderência, para que esteja liso e para que eventuais pequenas correções que sejam necessárias sejam feitas em tempo útil, porque tudo tem de estar perfeito. Do contrário, não vale a pena nos meter nisso”, comentou.

Por fim, Paulo Pinheiro deixou uma palavra de esperança para quem torce pela volta da Fórmula 1 ao país e avisou: “Os portugueses podem sonhar”.

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