Newey avalia importância de pilotos e elogia Alonso: “Títulos não refletem capacidade”
Adrian Newey explicou que o feedback do piloto ainda é crucial e que os mais experientes se sentem à vontade para falar, portanto aposta em boa parceria com Fernando Alonso
Adrian Newey falou sobre a importância do papel dos pilotos no trabalho junto com os engenheiros e afirmou que os dois títulos de Fernando Alonso não refletem “em nada” a capacidade que possui de oferecer um bom feedback sobre o carro. O projetista está em contagem regressiva para iniciar de vez o trabalho com a Aston Martin na Fórmula 1 2025.
Newey tem um currículo dos mais vitoriosos não apenas na principal categoria do automobilismo mundial, como também em outras, como a passagem pela Indy, na década de 1980, quando trabalhou como engenheiro de corrida de Bobby Rahal na March. Em 1986, o piloto venceu a Indy 500, uma das provas mais importantes do esporte a motor.
Em entrevista à revista alemã Auto Motor und Sport, Newey relembrou o tempo em que trabalhava mais ativamente com os pilotos, comunicando-se diretamente e recebendo as informações de pista. “Naquela época, não havia gravadores de dados, então a única pista para entender o comportamento do carro era o que o piloto falava ou o que poderia ser extraído de informações dele.”
“E isso significava que a ligação entre o engenheiro e o piloto era absolutamente crucial para o desenvolvimento da configuração do carro”, afirmou o britânico, que também foi engenheiro de corrida de Mario Andretti na Indy.

“Acho que a contribuição do piloto ainda é muito importante. De Bobby até hoje, acho que o mais importante é que ele diga o que o carro está fazendo, mas sem complicar muito, porque se fizer um monólogo por meia hora, pessoalmente, não consigo absorver tudo. Então isso precisa ser relativamente conciso”, acrescentou.
“Mas também acho que um piloto geralmente tem ideia do que pode precisar. Nem todos, mas alguns têm. Às vezes, ele diz que algo está errado, você procura soluções, tem uma ideia e a discute, e ele diz: ‘Bem, com base na minha experiência, não acho que essa seja a solução certa’, e aí propõe algo diferente. Acho que pode ser importante aos pilotos mais experientes e com mais tato dizer que não estão seguros com algo”, continuou.
Sobre experiência, Alonso é, sem dúvida, dos mais preparados hoje no grid da F1. Aos 43 anos e com mais de 400 largadas nas costas, ainda persegue o sonho de voltar a vencer e ter um carro nas mãos que o leve à disputa do título. E Newey sabe que ele é capaz disso.
“Fernando tem sido um espinho para mim ao longo dos anos… Será bom trabalhar com ele. Tenho grande respeito por Fernando”, ressaltou Newey, que finalizou: “Acho que o fato de ele ter vencido apenas dois campeonatos mundiais não reflete em nada a capacidade que tem.”
A Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.
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