África do Sul defende candidatura de Ruanda e questiona “Europa com 7 corridas” na F1

Gayton McKenzie, ministro dos Esportes, Artes e Cultura da África do Sul, pregou união e descartou qualquer rivalidade com Ruanda por vaga no calendário da Fórmula 1. E ainda questionou o excesso de corridas na Europa

Focado em conseguir colocar a África do Sul no calendário da Fórmula 1 nos próximos anos, Gayton McKenzie, ministro dos Esportes, Artes e Cultura, detalhou quais são os próximos passos do processo para que a candidatura seja oficializada em breve. Além disso, especulou sobre o possível palco da corrida e comentou o interesse de Ruanda em também se colocar no mapa da categoria.

No dia 12 de dezembro, durante uma entrevista ao canal SuperSport, o político chegou a dizer que o país localizado no sul do continente africano estava próximo de anunciar um comitê e, consequentemente, escolher um promotor para lidar com as diligências. Além disso, deixou claro que o objetivo estava em investir no circuito de Kyalami, palco histórico da F1 no passado e que está em obras para atender as exigências da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Durante um evento do governo da África do Sul, realizado na última quinta-feira (19), McKenzie explicou melhor como funcionarão as próximas etapas e voltou atrás na declaração sobre o circuito localizado na cidade de Joanesburgo, afirmando que o país pode optar por realizar uma corrida de rua, algo que está se tornando cada vez mais comum após a chegada do Liberty Media, grupo que detém os direitos comerciais da classe rainha.

“O comitê fornecerá as condições e as referências sobre como se candidatar. No final de fevereiro, o comitê comunicará ao governo: ‘encontramos o promotor, verificamos tudo. Ele não vai constranger o país e vai oferecer o melhor GP possível'”, começou o ministro.

Kyalami pode não ser o palco da F1 em caso de possível retorno à África do Sul (Foto: Reprodução)

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“A sede? O comitê e o governo decidirão. Digo uma coisa claramente: Kyalami é história. Olhem para o nosso clima, olhem para as nossas estradas — podemos montar um circuito urbano aqui. Temos empresas que estão dispostas a investir dinheiro. Temos pessoas maravilhosas. Do que mais precisamos? Se eles disserem não, gostaria de saber em que estão se baseando”, acrescentou.

Mas a África do Sul não é o único país do continente interessado em receber a F1. Durante a cerimônia de premiação da FIA, no último dia 13, o presidente de Ruanda, Paul Kagame, e seu ministro dos Esportes, Richard Nyirishema, reuniram-se com Mohammed Ben Sulayem, comandante da entidade máxima do esporte a motor, para oficializar a candidatura do país.

De qualquer maneira, McKenzie não acredita que as duas nações devam concorrer pela vaga, já que, na visão dele, é totalmente plausível que ambas tenham condições de ingressar no calendário. O político usou o exemplo da Europa e, mais especificamente, da Itália, que recebe anualmente duas provas, em Ímola e em Monza, para pontuar que a África também pode realizar mais de uma corrida.

Encontro entre a FIA e representantes de Ruanda (Foto: Reprodução X/@MotorsportRw)

“Muitas pessoas falam sobre Ruanda. Na verdade, perguntam para mim o que há de errado com Ruanda. Quero falar sobre isso. Não tem necessariamente de ser a África do Sul, não tem necessariamente de ser Ruanda, ou uma das duas. Queremos que Ruanda tenha uma corrida. Por que, quando se trata da África, deveríamos ter apenas uma corrida, enquanto a Europa tem sete?”, questionou.

“Se formos para a Europa, a Itália tem duas corridas. Um país tem duas corridas, enquanto um continente inteiro não tem nenhuma, não podemos permitir isso. Não podemos ficar calados”, concluiu o ministro.

Fórmula 1 está oficialmente de férias e dá adeus a 2024. A próxima atividade é a sessão de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, entre os dias 14 e 16 de março.

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