Alonso despista sobre Tríplice Coroa e reafirma foco na Fórmula 1 para 2021

Vencedor do GP de Mônaco e das 24 Horas de Le Mans, bicampeão do mundo não foi feliz em suas tentativas nas 500 Milhas de Indianápolis. ‘Estou completamente voltado para a Renault e, em alguns anos, não sei qual será minha mentalidade’, disse o espanhol ao GRANDE PRÊMIO

Ainda quando estava na Fórmula 1, Fernando Alonso já cogitava conquistar um simbólico título perdido na história do automobilismo: a Tríplice Coroa. De volta à categoria, no entanto, ficou no ar a dúvida se o piloto espanhol, vencedor do GP de Mônaco e também das 24 Horas de Le Mans, irá ainda buscar a conquista das 500 Milhas de Indianápolis. O piloto tentou despistar quando perguntado pelo GRANDE PRÊMIO, disse que está envolvido com o projeto da Renault para 2021, mas confessou que ficou a vontade de vencer a prova nos Estados Unidos.

Alonso deixou a F1 ao final de 2018 e, desde então, passou a ser aventurar por algumas das mais tradicionais corridas do mundo — no ano anterior inclusive havia preterido o GP de Mônaco, o qual já havia vencido em 2005 e 2006, nos anos em que foi campeão da F1, para correr a Indy 500. Além do título no WEC, com direito a duas vitórias em Le Mans em 2018/2019, o Príncipe das Asturias correu as 24 Horas de Daytona e até o Dakar.

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Faltou mesmo o troféu Borg-Warner nos EUA, que o colocaria ao lado de Graham Hill como o único a vencer o GP de Mônaco, as 500 Milhas e as 24 Horas de Le Mans. O britânico conquistou o inédito feito que perdura até hoje na história do automobilismo entre as décadas de 1960 e 1970, quando era muito mais comum que pilotos participassem de diferentes categorias. 

Alonso persegue vitória na Indy 500 para conquistar simbólica Tríplice Coroa (Foto: Indycar)

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“É uma possibilidade [voltar à Indy e ao Dakar]. Não posso garantir. Depois desses anos na Indy, fui perguntado muitas vezes se voltaria depois do capítulo F1, que está recomeçando agora e a resposta é sempre a mesma. Não consigo dizer agora. Honestamente, não tenho uma ideia clara na minha mente agora. Estou completamente focado na F1 e, em alguns anos, não sei qual será minha mentalidade”, disse Alonso, na entrevista de lançamento da sua série documental, Fernando, na plataforma de streaming Amazon Prime Video.

Em seu primeiro ano no oval de Indianápolis, Alonso cravou a quinta posição na largada, mas teve problemas no motor Honda da McLaren-Andretti e logo de cara sentiu que a missão da Tríplice Coroa não seria nada fácil Dois anos depois, em 2019, em sua segunda tentativa, sofreu com toda ordem de problemas da McLaren Racing e sequer se classificou. No último mês de agosto, em uma prova atípica por conta da pandemia do novo coronavírus, Alonso largou em 26º e terminou na 21ª posição pela Arrow McLaren.

Ao longo da série, dividia em cinco episódios e com produção da espanhola Mediapro Studio, Alonso revela uma imensa intimidade com Carlos Sainz. O hoje conhecido por muita gente como “pai de Carlos Sainz Jr.” é na verdade um dos maiores nomes dos ralos, tendo conquistado o WRC duas vezes (1990 e 1992) e a prova no deserto em quatro oportunidades (2008, 2010, 2018 e 2020). Aos 58 anos, ele parece muito mais pai de Alonso do que do próprio piloto da McLaren.

FÓRMULA 1; FERNANDO ALONSO; RENAULT;
Alonso já vestiu macacão e iniciou os trabalhos visando 2021 na Renault (Foto: Renault)

Sob essa relação extraordinária, Alonso aproveitou grandes dicas e conselhos do piloto mais velho e se viu com suas sapatilhas de corrida em um futuro distante. Apesar da capotagem espetacular no início da décima etapa da prova em 2020, ao lado do agora navegador Marc Coma, o espanhol acredita que o Dakar é menos perigoso que a Indy por exemplo. Ainda assim, não descarta voltar para as duas provas.

“Talvez esteja com apetite de voltar à Indy e tentar de novo, talvez foque apenas no Dakar por que tem menos demanda, menos risco e tente vencer com mais experiência, maior nível de competição com os outros pilotos. Não sei. Está muito aberto. Mas certamente continuarei correndo independentemente do que aconteça na F1. Se será a Indy, se será o Dakar, ou ambos, certamente mais desafios vão vir. Especialmente quando você não está vencendo essas competições, tem a tendência de querer voltar. Essa é a coisa boa”, revelou o piloto da Renault em 2021.

Já como parte das atividades para o ano que vem, Alonso esteve na fábrica da montadora francesa para trabalhar no projeto do carro. O Príncipe das Asturias assume a vaga de Daniel Ricciardo, que vai para a McLaren, enquanto Sainz Jr. está de malas prontas para a Ferrari.

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