Alpine admite “descuido”, mas volta a atacar Piastri e reclama de recusa a Williams

Diretor-executivo da Alpine, Laurent Rossi não economizou críticas à postura do jovem piloto australiano. CEO admitiu que esperava certa lealdade de Piastri, que ao contrário de Russell, Leclerc, Verstappen e Vettel, negou dar primeiro passo na F1 com uma equipe menos competitiva

Diretor-executivo da Alpine, Laurent Rossi simplesmente desabafou — e muito — sobre a situação envolvendo a ida de Oscar Piastri à McLaren. O CEO da equipe francesa não mediu palavras para criticar o ‘desprezo’ do australiano pela Williams — o plano da Alpine era de emprestar seu então jovem piloto ao time de Grove, para que a esquadra de Jost Capito pudesse desenvolvê-lo.

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Ao invés disso, Piastri escolheu dar ponto final ao seu vínculo com a Alpine e assinou com a McLaren para a temporada de 2023 da Fórmula 1. Depois de uma verdadeira disputa entre as partes, o CRB (Conselho de Reconhecimento de Contratos, em português) órgão da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) que regula contratos, validou o vínculo entre o australiano e a equipe de Woking.

“É muito decepcionante. Fomos extremamente comprometidos e leais. Investimos muito. Cometemos erros técnicos legais, o que basicamente deixou a porta ‘entreaberta’. Nós nunca pensamos — e foi um pouco de descuido, com certeza — que deveríamos nos preocupar. Porque quando você fornece tanto para um piloto, é quase uma tradição de que (a equipe) ganhe algum retorno dele por isso”, começou a dizer Rossi.

Laurent Rossi falou poucas e boas (Foto: Alpine)

George Russell passou três anos na Williams, uma boa escola, para aprender e então voltar à ‘nave-mãe’. Charles Leclerc fez o mesmo no ano anterior à Ferrari, Max Verstappen também, Sebastian Vettel também. A lista é longa. É normal retornar ao time que investiu tanto em você. Ele (Piastri) mesmo admite que não queria a vaga na Williams, é tão simples quanto isso. Primeiramente, nós discordamos dessa atitude — porque não é de bom tom. Mas o ‘bom tom’ não parece prevalecer”, completou.

Laurent Rossi criticou também a conduta de Piastri ao longo de todo o processo. O australiano e seu empresário, o ex-piloto Mark Webber, optaram pela McLaren após perceberem certa falta de diligência contratual da equipe francesa com Piastri — fato que, indiretamente, poderia servir de exemplo da pouca valorização que o jovem recebia na Alpine.

“Não é exagero dizer que ficamos extremamente decepcionados, porque esperávamos que ele permanecesse fiel ao nosso investimento e trabalho. Então, ao mesmo tempo que sim, erramos, sentimos que defendemos valores aqui. Isso não aconteceu com ele. Obviamente aproveitou a oportunidade para ‘se vender’ e provavelmente conseguir um acordo melhor. Acho que as coisas acontecem por uma razão. Nós não necessariamente compartilhamos dos mesmos valores, então talvez seja melhor tomar caminhos diferentes já agora”, atacou o diretor-executivo da equipe francesa.

“Quando você começa a apontar outras coisas para distrair o público e utiliza o discurso de ‘não sentimos carinho’, desculpe, mas te dei muito mais ‘carinho’ do que qualquer outro time dá aos seus protegidos. E estou falando de amor palpável, não aquele feito nos bastidores. É o tipo de ‘amor’ que todo piloto gostaria de receber. Quando você faz tudo que nós fizemos, não pode ouvir sobre ‘falta de carinho'”, reclamou.

Oscar Piastri justificou a decisão de deixar a Alpine (Foto: Alpine)

Mesmo após reconhecer a complacência da Alpine, legalmente falando, Rossi insistiu que o nível de investimento e comprometimento da equipe francesa com Piastri deveria ter prevalecido com relação às frustrações do jovem australiano e Webber. Ainda segundo o CEO, tais queixas serviram apenas de ‘muleta’ para o piloto justificar sua ida à McLaren.

“Vamos imaginar por um segundo: colocamos o nosso contrato e o da McLaren na frente dele. Qual deles você acha que ele (Piastri) aceitaria? Metas, prazos: nada disso está em pauta. É uma mera questão de que ele, obviamente, queria ir para a McLaren. E então, suponho de que é porque ele recebeu uma oferta melhor — e não acho que o fator esportivo esteja em pauta, porque é uma proposta muito similar. Eu diria até que a nossa era melhor, porque ele treinou no nosso time, conhece todo mundo — então o ambiente seria melhor. Posso assumir apenas que adotou um outro critério, um ‘carinho’ que seja mensurado em outras unidades. É a vida. Mas não acho que isso deixe um bom precedente. Digo, claramente ele é diferente dos outros ótimos pilotos que vieram antes dele e passaram por esse tipo de processo. Talvez seja melhor do que todos eles. É uma longa lista de campeões, e talvez ele realmente seja o melhor de todos eles. Mas mesmo que seja, nós não compartilhamos dos mesmos valores. A ideia é essa”, finalizou Rossi.

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