Após “maior conquista da vida”, Kubica diz que “não vale ficar na F1 a qualquer preço”

Robert Kubica está de saída. Se ainda não é público sua permanência ou não na F1, o polonês já anunciou que não fica na Williams para a próxima temporada. O piloto lembrou o esforço para retornar ao Mundial depois de oito anos como o grande marco da vida, mas deixou claro que nem sempre vale tudo para continuar no grid

A trajetória de Robert Kubica como piloto da Williams vai se encerrar em 1º de dezembro, tão logo termine sua participação no GP de Abu Dhabi. Vai ser o fim de um ciclo para um piloto que, depois de quase perder a vida e ter uma promissora carreira bastante comprometida depois do acidente gravíssimo sofrido no Rali Ronde di Andora, em fevereiro de 2001, superou qualquer expectativa negativa e voltou ao grid do Mundial de F1, de forma quase inacreditável.
 
É por isso que Robert define seu retorno como “a maior conquista da minha vida… voltar e, depois de tudo o que aconteceu, ainda conseguir correr”, disse o piloto na entrevista coletiva promovida pela FIA nesta quinta-feira (19) em Singapura.
 
“Voltar ao grid da F1 foi a melhor coisa que eu poderia imaginar”, comentou.
Robert Kubica se mostrou feliz pelo fato de ter conseguido voltar ao grid da F1 (Foto: Williams)

A volta em si ao Mundial foi quase um ato de heroísmo. Entretanto, a passagem de Kubica como piloto titular, depois da chance que lhe foi negada aos ’48 do segundo tempo’ por conta da contratação de Sergey Sirotkin, foi bastante turbulenta e com poucos motivos para sorrir.

 
Ao seu lado, Kubica teve um jovem ávido para mostrar resultados e na plenitude da forma: George Russell, campeão da F2, prodígio britânico tratado como uma joia pela Mercedes, dona do seu ‘passe’, e que logo de cara mostrou ser mais rápido que Robert nas mais variadas condições.
 
O polaco foi sucessivamente batido por Russell, que ostenta uma goleada para cima do colega em classificações: 14 x 0. Kubica chegou a ter o chassi trocado após reclamações, passou a usar o que era do britânico, mas mesmo assim a performance não veio. Sem performance, o piloto jamais fez questão de esconder sua insatisfação ao passo em que George ganhava prestígio dentro e fora da Williams.
 
Em corridas, o placar também aponta uma vitória esmagadora para Russell: 13 x 1. Só que esse 1 de Kubica valeu o único ponto da Williams até agora no campeonato, naquele insano e chuvoso GP da Alemanha. Ou seja: mesmo muito atrás do companheiro de equipe, é do polonês o feito de não deixar a Williams zerada até agora, mesmo que na esteira de um golpe da sorte.
 
Sobre o futuro, ao menos na F1, parece difícil que Kubica siga. Se o piloto lutou muito e contou com o apoio de patrocinadores locais, como a petrolífera PKN Orlen, para garantir uma vaga, não parece que esse mesmo esforço seja empreendido no ano que vem. “Gostaria de ficar na F1, mas não a qualquer preço”.
 
“Foi minha decisão, sei que há algumas consequências”, declarou Robert, com esperança em seguir em atividade no ano que vem, não necessariamente na F1. Um destino plausível é o DTM pelas mãos da Audi, que mostrou interesse na sua contratação. “Vou ficar muito surpreso se não pilotar no ano que vem. Não acho que faça só simulador”.
 
Sobre a Williams, mesmo em meio à insatisfação por não ter um carro competitivo às mãos, Robert mostra gratidão.
 
“Tenho de agradecer à equipe pela oportunidade e ver o que o futuro nos reserva. Foi uma longa viagem. Acho que tomei a decisão correta. Todos nós na Williams gostariam de ter uma performance e uma vida melhor. Decidi virar a página e é isso. Voltar à F1 foi o melhor final que merecia e que poderia imaginar”, encerrou Kubica, de saída da Williams e, provavelmente, da própria F1.
 

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