Audi opta pela segurança e acerta ao escolher Hülkenberg para vaga na Sauber em 2025
Parceria entre Nico Hülkenberg e Audi é jogada certeira para ambas as partes, que combinam experiências para buscar sucesso na Fórmula 1 a partir da próxima temporada
A notícia sobre a saída de Nico Hülkenberg da Haas para vestir as cores da Sauber em 2025, divulgada na última sexta-feira (26), fez muita gente torcer o nariz. Perto de completar 37 anos de idade, o piloto alemão estreou na Fórmula 1 há quase 15 anos, com 208 corridas no currículo e nenhum pódio ou vitória conquistados. Apesar da marca negativa que persegue — e, infelizmente para muitos, define — o atual companheiro de Kevin Magnussen, trata-se de um piloto extremamente talentoso e que possui os atributos que a Audi precisa para dar os primeiros passos na categoria principal do automobilismo.
Após estrear na Williams, em 2010, e conquistar a sua única pole-position na carreira, no GP do Brasil daquele ano, Nico acumulou passagens por outras equipes de menor expressão ao longo da última década. Dispensado da escuderia inglesa, ‘Hulk’ se mudou para a Force India —, que viraria Racing Point e, então, Aston Martin — no ano seguinte, onde assumiu a vaga de reserva antes de ser promovido a titular em 2012. Em 2013, o alemão fez um movimento parecido com o atual e foi para a Sauber, embora o time suíço se encontrasse em uma situação totalmente diferente da que é vista agora. Até chegar na Haas, em 2023, ainda passou pela segunda vez na Force India, foi para a Renault e, finalmente, Racing Point, onde ficou de 2020 até 2022 no banco de reservas. No meio do caminho, Hülkenberg ainda venceu a icônica 24 Horas de Le Mans pela Porsche, em 2015.
Alvo de críticas ao ser escolhido para ocupar a vaga deixada por Mick Schumacher na Haas, o veterano desbancou Magnussen logo no primeiro ano da dupla, algo que seu jovem compatriota não havia conseguido fazer. Com nove pontos somados e apenas 16º na classificação do Mundial em 2023, Nico poderia ter alcançado muito mais, mas ficou limitado ao ritmo de corrida fraquíssimo do VF-23.
Em 2024, a situação se repete — enquanto Nico já somou quatro pontos após as cinco primeiras etapas do certame, Kevin tem apenas um tento na conta. Mais impressionante que a parca pontuação é a qualidade das atuações ao longo dos fins de semana, evidentes para quem assiste atividade por atividade. O bom desempenho chamou a atenção da Audi, que oficializou a aquisição completa da Sauber no início de março e vai ingressar de vez no grid da F1 em 2026. Desta forma, a marca das quatro argolas está movimentando o mercado de pilotos da classe rainha, mexendo as peças no tabuleiro e anunciando o #27 para assumir um dos cockpits.
Para Hülkenberg, essa pode ser a última grande oportunidade de alcançar algo maior no esporte. Com a carreira marcada por passagens em equipes de menor expressão, Nico teve poucas oportunidades de alcançar o tão sonhado pódio, tendo de se acostumar a competir na parte intermediária para trás do grid. No fim de 2016, o alemão até chegou a ser apontado como a escolha da Mercedes para substituir Nico Rosberg — que se aposentou logo após levantar o troféu — no ano seguinte, mas ele já havia assinado com a Renault, onde ficou até 2019. Se tivesse formado dupla ao lado de Lewis Hamilton nos anos dourados das Flechas de Prata, muito provavelmente ele teria conquistado pódios e vitórias, e, desta forma, não precisaria lidar com as críticas direcionadas a si atualmente. Hülkenberg também chegou a ser cotado pela Ferrari em meados da década passada, mas terminou preterido em favor de Kimi Räikkönen.
“A chance de competir pela Audi é algo muito especial. Quando montadoras alemãs entram na F1 com tanta determinação, é uma oportunidade única. Representar uma fábrica desse tamanho e um carro com unidade de potência feita na Alemanha é uma honra para mim”, disse Nico logo após o anúncio. E, de fato, é uma chance que ele não esperava. Entrando na última etapa da carreira, Hülkenberg não tem nada a perder, já que as perspectivas na Haas não devem se tornar maiores do que são agora, e nenhuma porta em uma das equipes de ponta se abrirá nos próximos anos.
Além disso, Nico vai encontrar uma estrutura bem diferente na Audi. A fabricante alemã está investindo pesado para que a participação na principal categoria do esporte a motor faça jus à história vitoriosa que a marca já possui no automobilismo. Para mais, a Sauber conta com nomes importantes como Andreas Seidl, que ocupa a função de diretor-executivo do projeto, e James Key, no posto de diretor-técnico. Em relação à infraestrutura, a empresa vem trabalhando na modernização de equipamentos e também na expansão de suas bases na Alemanha, em Donau e Neuberg.
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Por sua vez, faz total sentido para a fabricante contar com Hülkenberg em suas fileiras. Investindo milhões para ter condições de ingressar na Fórmula 1 e ser competitiva, a Audi não pode fazer apostas e, por isso, optou por ter alguém experiente, habilidoso e comprometido com o projeto. Sim, Nico se encaixa nos três quesitos.
Embora exista uma onda de apaixonados pelo esporte que clamem por renovação e mais oportunidades para jovens talentos, nenhum novato seria capaz se segurar a Audi pela mão e direcioná-la no caminho certo. Claro, ainda há uma vaga disponível na equipe e, neste caso, a mesma pode ser ocupada por alguém mais novo, porém que conte com alguma quilometragem na competição. Carlos Sainz, por exemplo, parecia ser o nome mais óbvio para o posto, mas a imprensa espanhola indica que o atual companheiro de Charles Leclerc ainda quer mais tempo para avaliar as opções no mercado — de olho principalmente no lugar de Sergio Pérez na Red Bull, e, talvez, na vaga de Hamilton na Mercedes. Assim, deixa a briga para ser o escolhido da Audi.
Nomes como o de Felipe Drugovich, Théo Pourchaire, Oliver Bearman, Gabriel Bortoleto e alguns outros, são talentosos, sem dúvida, mas ‘verdes’ demais para tomar um projeto a partir do zero. Embora Pourchaire, é verdade, tenha toda uma história como piloto afiliado da Sauber.
Desta forma, optar por alguém que comete pouquíssimos erros e que conquistou resultados convincentes por onde passou parece ser a melhor decisão, e, por isso, Nico Hülkenberg desembarca em Hinwil para começar uma jornada que lhe dará um novo respiro e motivação no último ano da Sauber com o nome original, antes da tomada completa da Audi, ao mesmo tempo em que a montadora poderá confiar no feedback certeiro dado aos engenheiros enquanto desenvolve o carro para o novo regulamento que entrará em vigor na categoria máxima em 2026. Hülkenberg é um acerto da Audi para abrir a trajetória no desafio imenso que é a F1.
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