Do auxílio de Ecclestone à reunião de 8 horas em Londres: o que se sabe do Caso Horner
Christian Horner foi escutado pelos advogados contratados pela Red Bull na última sexta-feira (9), em Londres, e a investigação por comportamento inapropriado continua. Em meio ao processo, Bernie Ecclestone e Stefano Domenicali demonstraram interesse nas alegações
Antes mesmo de a Fórmula 1 tocar o solo para os primeiros testes coletivos de pré-temporada, Christian Horner se viu no olho do furacão ao ser investigado pela Red Bull — da qual é chefe de equipe — por comportamento inapropriado com uma funcionária. Depois da reunião na última sexta-feira (9) com o britânico e os advogados contratados pela marca austríaca para analisarem o caso, o que se sabe sobre o processo até agora?
A reunião que trouxe as primeiras explicações de Horner estava marcada para a fábrica da Red Bull em Milton Keynes, mas, com o objetivo de evitar a imprensa, foi reagendada de última hora para um escritório de advocacia em Londres, começando por volta de 8h45 da manhã (5h45 de Brasília). De acordo com o Daily Mail, Christian chegou em uma BMW preta e foi interrogado por cerca de oito horas. O inglês rejeita as alegações.
O encontro, contudo, não envolveu apenas a presença do chefe da equipe, mas também de outros funcionários da Red Bull, como a própria requerente e o projetista Adrian Newey, que deu sua versão sobre o caso segundo o site alemão Motorsport-Total. No fim, a reunião terminou sem uma decisão formada, e os advogados independentes contratados pela marca vão deliberar sobre as afirmações do inglês.
A investigação, porém, não é de interesse apenas da Red Bull, de Horner e da funcionária, mas também de duas figuras proeminentes na Fórmula 1: Bernie Ecclestone, ex-chefe da categoria, e Stefano Domenicali, responsável por ocupar o cargo de CEO no momento. Cada um deles, entretanto, tem seus próprios motivos para se interessarem pelo assunto.
Ecclestone segue sendo uma figura muito próxima de Horner na Fórmula 1 e, de acordo com as informações do site alemão, interferiu no assunto por meio de “diversas conversas telefônicas” como uma espécie de consultor sobre o caso.
Domenicali, por sua vez, está preocupado com as ramificações do processo para a imagem da Fórmula 1. O conglomerado Liberty Media, que detém os direitos da categoria, é de origem americana, país que passa por uma sensibilidade extrema em relação a casos de abuso de poder.
Vale lembrar, inclusive, a condenação recente do ex-produtor de cinema hollywoodiano Harvey Weistein, envolvido em um escândalo sexual, e a explosão do movimento #MeToo.
O fato é que, ainda que as alegações da funcionária da Red Bull — que já tem seu nome conhecido pela equipe — não sejam de domínio público, Domenicali se preocupa sobre o efeito que uma possível condenação de Horner teria na imagem e nas ações da Fórmula 1.
Daqui em diante, os advogados irão analisar as declarações de Horner por meio de novas entrevistas, e o assunto não tem uma data específica para ser resolvido. A Red Bull gostaria que a investigação fosse encerrada antes do lançamento do RB20, programado para o dia 15 de fevereiro, mas a tendência mais forte é de que isso não aconteça.
Há a possibilidade até de que a investigação se arraste para depois da estreia do campeonato, em 2 de março, já que o objetivo da equipe é conduzir o processo de forma transparente e justa, sem se apegar a datas específicas para sua resolução.
A Fórmula 1 retorna às pistas entre os dias 21 e 23 de fevereiro, com os testes coletivos de pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir. O campeonato começa no dia 2 de março, no GP do Bahrein.
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