Caso Horner “seguirá por algum tempo” e periga se arrastar até testes da F1 no Bahrein

Investigação sobre Christian Horner por "comportamento inapropriado" não terá uma decisão rápida, segundo a Sky Sports. Muito pelo contrário: o veredito pode se arrastar até a pré-temporada da Fórmula 1, no Bahrein

A investigação instaurada pela Red Bull para avaliar as alegações de “comportamento inapropriado” do chefe Christian Horner com uma funcionária da equipe pode “levar um tempo” para chegar a uma decisão. A informação é do portal inglês Sky Sports, que não espera um veredito nesta sexta-feira (9) — data da audiência marcada para julgar o caso.

Segundo o jornalista Craig Slater, o encontro desta sexta nem deveria ser considerado uma audiência, mas, sim, uma “entrevista” com Horner e os investigadores do caso. A reunião se dará em Londres, e o britânico nega todas as acusações.

“Claramente, é um dia muito significativo”, disse Slater. “Sabemos que a Red Bull está levando essa investigação muito a sério. Há uma alegação de comportamento inadequado por parte de Horner em relação a uma mulher da equipe. Pelo que sei, isso se refere a um comportamento controlador e potencialmente coercitivo. É disso que Horner está sendo acusado”, pontuou.

“Ele negou completamente as alegações e vai trabalhar para limpar seu nome, mas esse pode ser apenas o primeiro passo em um processo que, pelo que sei, pode seguir por algum tempo”, comentou.

Horner negou as alegações de comportamento inapropriado (Foto: Bryn Lennon/Getty Images/Red Bull Content Pool)

O plano da Red Bull era resolver a situação até, no máximo, a próxima semana, antes do lançamento oficial do RB20 — programado para o dia 15 de fevereiro. No entanto, segundo Slater, o foco do caso está em decidir a questão de maneira justa, e a equipe não terá como prioridade seguir uma janela de tempo até que a situação esteja clara para um veredito.

“Será a primeira entrevista com ele, e há potencial para uma segunda. Acho que ele está preparado para isso e está esperando um longo dia. Estamos falando de um processo que vai começar no meio da manhã e se estender até à tarde. Os investigadores se comprometeram em ser minuciosos sobre isso”, afirmou.

“Para aqueles que pensam que isso pode ser concluído hoje ou possivelmente antes do lançamento do carro da Red Bull, acho que não é uma certeza. Isso não será feito de acordo com a programação da Fórmula 1, mas, sim, para obter uma solução clara e justa para ambas as partes”, destacou.

Horner será julgado pela Red Bull nesta sexta-feira (Foto: Red Bull Content Pool)

Desde que a investigação sobre o chefe da Red Bull se tornou de conhecimento público, rumores deram conta de que as alegações iniciariam uma nova queda de braço entre a equipe de corrida e sua matriz austríaca. Slater, porém, discorda da visão e disse que muitas especulações infundadas surgiram na esteira do caso.

“Acho que é errado considerar as coisas nesses termos. O que soube de Milton Keynes [fábrica da Red Bull] é que não é uma batalha entre Salzburg e Milton Keynes pelo controle da equipe de corrida. Lembremos que essa é uma organização fundada por Dietrich Mateschitz, o bilionário que também era dono da empresa de bebidas”, pontuou.

“Ele morreu há alguns meses e, desde então, Oliver Mintzlaff, ex-executivo do Red Bull Leipzig, gerencia as operações esportivas. Porém, o que foi explicado a mim é que seria algo muito arcaico que uma investigação como essa fosse conduzida por uma disputa de poderes oriunda de outro lugar”, explicou.

A decisão sobre a investigação, porém, não deve sair rapidamente (Foto: Dan Mullan/Getty Images)

Segundo o jornalista, fatores externos não têm sido considerados na investigação sobre as alegações contra Horner. Slater classificou os rumores como “uma forma antiga de enxergar as políticas da Fórmula 1“.

“Você vai ler histórias sobre Bernie Ecclestone tentando intervir [para ajudar] seu amigo Horner junto aos donos tailandeses, sócios majoritários da Red Bull. E essa é uma visão antiga sobre as políticas da F1. Há muita conversa de que Horner não está tão próximo do projetista Adrian Newey como costumava ser. Há alguma distância ali que tornaria Horner mais dispensável?”, questionou.

“Isso pode influenciar em alguma ramificação caso Horner saia, mas não possui efeito direto no desenrolar das investigações. Então, vamos ver como as coisas acontecem hoje e se conseguimos mais detalhes sobre o que vai acontecer depois”, disse.

Horner é chefe da Red Bull desde 2005, quando a equipe entrou na Fórmula 1 (Foto: AFP)

Por fim, Slater disse que acredita em uma longa investigação sobre o chefe da equipe. Além do lançamento do carro, previsto para a próxima semana, o jornalista lembrou do período de testes do Bahrein, entre 21 e 23 de fevereiro. Segundo ele, é possível que o processo só seja resolvido depois que os carros tocarem a pista de Sakhir pela primeira vez em 2024.

“Mas acredito que isso vai ultrapassar o lançamento do carro da Red Bull, na próxima quinta-feira. E, quem sabe, talvez não seja concluído nem a tempo do início da pré-temporada”, finalizou.

De fato, uma informação adiantada pela BBC mais tarde deu conta de que a reunião foi realizada em Londres e que Horner foi “interrogado por cerca de 8 horas”. No entanto, o encontro acabou sem uma resolução, e o destino do chefe da Red Bull ainda será decidido. De acordo com o veículo, a análise do veredito pode se arrastar até o início do campeonato, dia 2 de março, no GP do Bahrein.

Fórmula 1 retorna às pistas de 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos da pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir.

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