Barrichello atribui decadência da Williams a “decisões erradas” por trazer pilotos pagantes

Rubens Barrichello foi piloto da Williams entre 2010 e 2011, mas perdeu a oportunidade de continuar na F1 porque a equipe de Grove optou pelos pagantes Pastor Maldonado e Bruno Senna

A forma recente da Williams em nada condiz com sua história vitoriosa, com nove títulos do Mundial de Construtores e 114 vitórias na F1. Nos últimos anos, a lendária escuderia cofundada por Frank Williams se arrastou no fundo do grid e somou míseros 8 pontos entre 2018 e 2019. Na visão de Rubens Barrichello, a principal razão da decadência da equipe de Grove é sua opção em trazer pilotos pagantes para reforçar o orçamento.
 
Barrichello passou os dois últimos anos da sua carreira na F1 como piloto da Williams. Em 2010, teve ao seu lado o estreante alemão Nico Hülkenberg. Mesmo na esteira de uma temporada promissora, com direito a uma improvável pole-position no GP do Brasil, o alemão foi dispensado ao fim da temporada para dar lugar ao venezuelano Pastor Maldonado, que trazia os petrodólares da estatal venezuelana PDVSA.
A última prova de Barrichello na F1 foi no GP do Brasil de 2011, com a Williams (Foto: Getty Images)
Em 2011, após uma temporada muito ruim da equipe, a Williams optou por não seguir com Barrichello. O brasileiro, recordista de largadas na F1 (com 323 GPs disputados ao longo de 19 temporadas), ainda alimentava esperanças de continuar na categoria, mas a escuderia britânica preferiu trazer o compatriota Bruno Senna, que trouxe fortes patrocinadores brasileiros, como Gillette e Embratel. 
 
O sobrinho de Ayrton Senna ficou na Williams somente uma temporada antes de ser substituído por Valtteri Bottas, enquanto Pastor Maldonado deixou o time no fim de 2013 para se transferir para a Lotus.
 
Em entrevista ao podcast ‘Rusty’s Garage’, Barrichello criticou a Williams por suas decisões recentes. 
 
“Infelizmente, frequentemente tudo vem girando ao redor do dinheiro nos últimos dez anos. Ao invés de pagar um piloto, acharam que era uma boa ideia receber dinheiro dos pilotos e sobreviver. Mas, se você ver onde a equipe está agora, sabe que eles tomaram decisões erradas naquela época”, declarou o hoje piloto da Stock Car.
 
Barrichello lembrou a última vitória conquistada pela Williams na F1. Foi no GP da Espanha de 2012, quando Pastor Maldonado surpreendeu o mundo do esporte a motor e triunfou no mérito depois de travar grande disputa com Fernando Alonso, então na Ferrari. Rubens lamentou por não ter a oportunidade de guiar o FW34, carro que ajudou a desenvolver e que foi determinante para a performance assombrosa do venezuelano.
 
“Foi difícil não estar naquele carro, especialmente quando eles venceram em Barcelona”, lembrou.
 
Desde a saída de Barrichello, a Williams só teve uma dupla verdadeiramente competitiva e com pilotos não-pagantes entre 2014 e 2016, quando Felipe Massa e Bottas dividiram os boxes da escuderia. Com a saída do finlandês para a Mercedes em 2017, a equipe chefiada por Claire Williams teve de recorrer novamente a pagantes e trouxe nomes como Lance Stroll, Sergey Sirotkin e Robert Kubica. 
 
Em 2020, o canadense Nicholas Latifi, vice-campeão da F2 no ano passado e patrocinado pelas empresas do pai, o bilionário Michael Latifi, foi contratado para formar dupla com o prodígio britânico George Russell.

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