Bridgestone apresenta proposta e prepara briga com Pirelli por pneus da F1 2025

A Bridgestone fez proposta para se tornar a fornecedora de pneus da Fórmula 1 em 2025, substituindo a Pirelli, e é considerada como uma opção séria pela FIA

A Bridgestone submeteu proposta para se tornar a fornecedora de pneus da Fórmula 1 a partir de 2025, em substituição à Pirelli — que tem fornecido os compostos desde 2011. Segundo fontes da BBC Sport, o documento de licitação apresentado pela empresa japonesa é “altamente impressionante”, o que a fez ser considerada seriamente como uma opção para assumir o papel de fornecedora.

De acordo com informações internas, a Bridgestone prometeu que seria capaz de produzir pneus com os quais os carros poderiam colocar pressão por mais tempo. Apenas três pilotos em atividade, Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Nico Hülkenberg, possuem experiência em pilotar com os pneus Bridgestone, já que a empresa japonesa saiu da categoria em 2010, após 13 anos cedendo pneus para os carros da F1.

“A Bridgestone possui uma tradição de 60 anos no automobilismo e é parceira de muitos eventos automobilísticos. Continuaremos a avançar e a aprimorar nossas tecnologias por meio de competições de alto nível ao redor do mundo, que exigem desempenho de pneus de alto nível. A Fórmula 1 é considerada uma das várias opções”, declarou um porta-voz da empresa à BBC Sport.

Uma fonte próxima à Bridgestone revelou que o interesse da empresa em entrar na Fórmula 1 novamente pode estar relacionado ao crescimento da categoria nos Estados Unidos, onde a marca pretende aumentar sua visibilidade. Atualmente, a Bridgestone já é fornecedora de pneus da Indy através da marca Firestone.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

A Pirelli já testa os pneus de 2024 da F1 (Foto: F1)

▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

No entanto, apesar do interesse demonstrado, muitos ainda estão céticos em relação ao início de uma parceria entre a Fórmula 1 e a Bridgestone. Isso se deve, em parte, às exigências extremas que os pneus enfrentam atualmente na categoria, muito diferentes das enfrentadas durante a primeira passagem da empresa. Os carros atuais são 200 kg mais pesados e geram um downforce significativamente maior, resultando em forças muito mais intensas nos pneus durante as curvas.

Outro desafio é o prazo relativamente curto para a transição. O contrato da Pirelli, atual fornecedora, termina no final de 2024, o que dá ao novo fabricante apenas 18 meses para desenvolver os pneus necessários e estabelecer a capacidade logística para fornecer uma temporada completa, que geralmente possui 22 corridas ou mais.

Enquanto isso, a Pirelli expressou o desejo de continuar fornecendo pneus para a Fórmula 1. Mario Isola, diretor esportivo da marca, disse: “Acabamos de receber a confirmação da FIA de que somos aprovados como licitantes e podemos iniciar as negociações com a Fórmula 1. Não é segredo que queremos continuar. Queremos continuar fornecendo pneus que estejam de acordo com as expectativas de todos os envolvidos”, disse.

No entanto, alguns pilotos têm manifestado frustrações com os pneus da empresa italiana. Há anos, eles pedem que a Pirelli produza um composto menos sensível ao superaquecimento quando estão acelerando ao máximo ou tentando ultrapassar os adversários. Carlos Sainz foi um dos que reclamou que os pneus prejudicam as manobras.

Pneus Pirelli recebem críticas de pilotos há algum tempo (Foto: Philip Fong/AFP)

“Assim que você está atrás de um carro e perde um pouco de tração, um pouco de aderência de frenagem, você começa a escorregar. Esse deslize extra significa que, na próxima curva, você tem menos aderência — e assim por diante. Então, só é possível seguir alguém por uma ou duas voltas, e então você tem de recuar”, afirmou o piloto espanhol.

Outra preocupação dos pilotos é a faixa estreita de temperatura de trabalho dos Pirelli e a dificuldade de alcançar essa faixa. Isso pode levar a uma perda de desempenho sem motivo aparente, apenas por não conseguirem compreender completamente os requisitos de operação de um pneu difícil de prever. O compatriota de Sainz, Alonso, também expôs sua opinião sobre os compostos usados em 2023.

“Os pneus ainda superaquecem bastante quando você está seguindo outros carros”, avaliou. “Você precisa decidir com sabedoria quando quer estar muito perto do carro da frente. Então, esse é o problema”, analisou.

Isola tratou as queixas como normais e as relacionou com o fato de a categoria contar apenas com a empresa italiana como fornecedora de pneus. “Às vezes, é difícil concordar com todos. Os pilotos querem um tipo de pneu e a Fórmula 1 quer outro. Mas, no passado, era a mesma coisa, e tivemos muitas discussões com os envolvidos para encontrar o melhor compromisso para o esporte. Acredito que temos os mesmos interesses da FIA e da Fórmula 1 e que, especialmente com os pneus de 18 polegadas, entregamos um bom produto. OK, às vezes há reclamações, mas isso é normal quando você é o único fornecedor”, afirmou.

A Federação Internacional de Automobilismo recebeu propostas tanto da Pirelli quanto da Bridgestone. A organização está conduzindo uma avaliação técnica que provavelmente será concluída nas próximas semanas, antes que as empresas iniciem as negociações comerciais com a Fórmula 1, o que pode levar alguns meses.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do fim de semana da Fórmula 1 no Canadá AO VIVO e EM TEMPO REAL. No sábado e no domingo, há também a segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.