Catar se diz aberto às críticas e assegura liberdade de expressão dos pilotos da F1
Presidente da Federação de Motor e Motociclismo do Catar afirmou que o país tem trabalhado para melhorar questões trabalhistas e assegurou que os pilotos podem falar o que quiserem. Ida da Fórmula 1 ao país tem sido criticada por ser considerada ‘sportwashing’
O Catar assegurou a liberdade de expressão dos pilotos durante a passagem da Fórmula 1 do país. De acordo com o presidente da Federação de Motor e Motociclismo do país, Adbulrahman Al Mannai “são livres para dizer o que quiserem” durante a estadia em Losail.
Tradicional casa da abertura das temporadas da MotoGP, o Catar entrou no calendário da F1 de última hora, substituindo o GP da Austrália. No entanto, o país assegurou um contrato de dez anos a partir de 2023, prometendo um novo traçado para a categoria, uma vez que Losail é considerado um ‘motódromo’.
Relacionadas
▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
ANÁLISE
+Como Red Bull enganou e deixou Mercedes de mãos atadas no GP dos EUA de Fórmula 1
A relação com o Catar, porém, tornou a Fórmula 1 alvo de críticas, já que a Anistia Internacional vê a corrida como uma tática de ‘sportwashing’, quando países tentam usar o esporte para tentar vender ao mundo uma imagem mais positiva. É a mesma acusação que é feita à Arábia Saudita.
Após a confirmação da corrida, a Anistia Internacional emitiu uma declaração apontando o Catar como um país com histórico “extremamente preocupante” no que diz respeito aos diretos humanos. A organização pediu que a F1 “exija que todos os contratos relativos à corrida contem com rigorosas normas laborais em toda a cadeia de abastecimento”.
O Catar é frequentemente acusado de maus tratos e abusos de direitos trabalhistas, inclusive nas obras relacionadas à realização da Copa do Mundo de 2022. Em fevereiro passado, o jornal inglês The Guardian noticiou que, desde que o país venceu a concorrência para realizar o campeonato da FIFA, em 2010, mais de 6,5 mil trabalhadores migrante morreram no país.
De acordo com a reportagem, o Catar usa trabalhadores do sul da Ásia e de partes da África. Ainda segundo a publicação, os trabalhadores que morreram estavam envolvidos em trabalhos perigosos e com mais remuneração, realizadas muitas vezes em condições extremas de calor.
As autoridades responsáveis pela Copa do Mundo, no entanto, apontam números bastante diferentes e estimam que três pessoas tenham morrido em decorrência do trabalho realizado nos estádios, enquanto outras 35 perderam a vida em atividades não relacionadas.
A Anistia Internacional pediu que “pilotos e equipes estejam prontos para falar sobre os direitos humanos no Catar antes da corrida, fazendo a parte deles para quebrar o feitiço do ‘sportwashing’ e da gestão de imagem”.
Falando à agência de notícias AFP, Al Mannai assegurou que os pilotos são livres para dizerem o que quiserem.
“Ficamos felizes em apoiar os pilotos a falarem o que quiserem nas plataformas deles”, disse Al Mannai. “Não vemos isso como um problema no Catar, pois eles são livres para dizer o que quiserem”, assegurou.
“O Catar está aberto às críticas. O Catar tem trabalhado nós últimos anos para melhorar as coisas no que diz respeito às questões trabalhistas”, garantiu.
LEIA TAMBÉM
+OPINIÃO GP: Verstappen golpeia forte Hamilton e dá passo importante rumo ao título
+ANÁLISE: A Mercedes prova do seu próprio veneno contra a Red Bull
+Resultado e a classificação da Fórmula 1 depois do GP dos Estados Unidos