Chefe da Ferrari diz que já se questionou se era apto ao cargo e garante: “Não estou sozinho”

Mattia Binotto entende que poderia ter feito “um trabalho melhor” em algumas áreas e salientou que a reorganização técnica deveria ter acontecido antes. No entanto, o ítalo-suíço acredita que tem o respaldo da cúpula da Ferrari: “Tenho o apoio dos meus diretores”

A cada fim de semana de GP da Itália de Fórmula 1, a Ferrari é o grande centro das atenções do público e da imprensa. O cenário é ainda mais amplificado em tempos de crise, com os carros vermelhos de Charles Leclerc e Sebastian Vettel bem distantes de uma performance aceitável. E Mattia Binotto, que ocupa o posto de chefe de equipe desde janeiro de 2019, é naturalmente questionado. O próprio engenheiro ítalo-suíço garante que chegou a ter dúvidas se era a pessoa mais indicada para exercer função que exerce tamanha pressão, mas, por outro lado, entende que tem todo o respaldo da cúpula da escuderia de Maranello.

“Sinceramente, jamais me senti em perigo porque sei que tenho o apoio dos meus diretores, mas me questionei e refleti sobre se seria apto para o papel de chefe de equipe”, revelou Binotto em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

Atualmente com 50 anos, Binotto faz parte do corpo técnico desde 1995 e, sempre na divisão de motores, saboreou uma época gloriosa no início do século com a dinastia estabelecida por Michael Schumacher. Em 2016, assumiu a função de diretor-técnico no lugar de James Allison, que hoje está na Mercedes. E no começo do ano passado, Mattia foi promovido ao posto de chefe de equipe no lugar de Maurizio Arrivabene.

Mattia Binotto admitiu que já se questionou se era apto ao posto de chefe de equipe da Ferrari (Foto: Reprodução)

Binotto ressalta que enxerga pontos em que poderia ter tomado atitude diferente desde que assumiu o comando da equipe.

“Poderia ter feito um trabalho melhor em algumas áreas. Por exemplo, a reorganização técnica poderia ter acontecido muito antes, mas acho que meus 25 anos de Fórmula 1 e o conhecimento desta empresa são elementos chave para fazer um bom trabalho nesta profissão”, explicou.

A reorganização técnica promovida por Binotto foi anunciada em 22 de julho e resultou na criação da área de Desenvolvimento de Performance. O posto de chefe desta divisão foi entregue ao engenheiro Enrico Cardile. E Rory Byrne, engenheiro sul-africano que desempenhou função de destaque nos anos de ouro da Ferrari, assumiu papel-chave com a nova estrutura.

Quando questionado se é contestado internamente pela cúpula da Ferrari, o engenheiro formado em Lausanne negou com veemência.

“Isso é uma das piores coisas que escuto. Não estou sozinho, posso te garantir. Falo com Louis Camilleri várias vezes ao dia e com o presidente John Elkann com regularidade. Recebo seus conselhos, certamente seu estilo de liderança é diferente do que estávamos acostumados no passado, mas não estou sozinho, não estou”, garantiu.

Fato é que a crise da Ferrari, no fim de semana da sua corrida 999 e em casa, tem tudo para continuar. No treino livre 1 do GP da Itália, nesta sexta-feira (4), Charles Leclerc terminou em 11º, mas Sebastian Vettel foi apenas o 19º e completou a sessão na tabela de tempos entre as Williams de Roy Nissany — que pilotou no TL1 no lugar de George Russell — e Nicholas Latifi. As duas SF1000 não usaram pneus macios nesta manhã.

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