Chefe da Mercedes explica resistência sobre Andretti na F1: “Não é só pagar a taxa”

Andretti externou intenção de participar da Fórmula 1 nos próximos anos, mas equipes do grid atual se preocupam com distribuição de dinheiro e resistem sobre entrada do time americano

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A equipe americana Andretti demonstrou interesse de fazer parte do grid da Fórmula 1 e iniciou os procedimentos para a candidatura junto à FIA, mas a situação pode não ser tão simples assim. Na coletiva de imprensa que reuniu alguns chefes de equipe na pré-temporada da categoria em Barcelona, ficou evidente que as equipes seguem preocupadas com sua ‘fatia do bolo’, ou seja, o dinheiro que teria que ser redistribuído no caso de entrada de uma nova escuderia.

Laurent Rossi, chefe da Alpine, foi o que se mostrou mais aberto a uma possível entrada de uma 11ª equipe no grid da Fórmula 1. O dirigente ressaltou a força dos times presentes na F1 atualmente, mas reconheceu a força do nome Andretti no cenário do automobilismo.

“Já temos dez equipes — e acho que dez equipes muito boas”, disse. “Se Michael [Andretti] quiser mesmo se juntar a nós — e acho que tem os ingredientes necessários — e todos os critérios forem atendidos, então acho que tudo bem”, completou.

LAURENT ROSSI; FERNANDO ALONSO; ALPINE; RENOVAÇÃO;
Laurent Rossi é o chefe da Alpine, que tem Fernando Alonso e Esteban Ocon como dupla titular em 2022 (Foto: Alpine F1 Team)

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Christian Horner, por outro lado, lembrou imediatamente que a entrada de uma nova equipe na categoria vai fazer com que as outras dez escuderias presentes tenham que abrir mão de parte de seu faturamento — algo impensável na F1. Assim, o britânico lembrou do Pacto da Concórdia — acordo assinado ainda na década de 1980, mas que vem sendo renovado e prevê a impossibilidade da entrada de uma nova equipe até 2025.

“É ótimo que haja o interesse de equipes entrarem na F1”, afirmou. “A Andretti é certamente um nome poderoso na maioria dos campeonatos, mas existe um critério claro que precisa ser alcançado e aprovado de acordo com o Pacto da Concórdia, então tenho certeza de que estão concentrados nessa questão. O acordo foi criado para proteger as dez equipes atuais e não diluir [o volume financeiro direcionado a cada uma]. Obviamente, isso precisa ser avaliado”, ressaltou.

Chefes de Red Bull e Mercedes, Christian Horner e Toto Wolff pensam parecido sobre entrada da Andretti na F1 (Foto: Red Bull Content Pool / Getty Images)

Arquirrival de Horner na disputa pelo título de 2021 — que acabou nas mãos de Max Verstappen, da Red Bull—, Toto Wolff, chefe da Mercedes, seguiu com pensamento parecido ao britânico. O austríaco, apesar de tecer elogios ao nome da família Andretti, também deixou clara a preocupação com uma possível diminuição nos lucros com a participação de uma 11ª equipe.

“Andretti é um nome, isso com certeza, e o mercado dos Estados Unidos é importante, mas todas as equipes que desejam entrar precisam agregar valor”, salientou. “Não é apenas pagar a taxa de inscrição, mas provar que podem ajudar as outras equipes, a FIA e a F1 a crescer. A F1 é o auge — é como a Liga dos Campeões ou a NFL — e redistribuir franquias não deve ser a meta da F1 ou da FIA, mas é preciso de uma marca com gente inteligente e criativa. Não apenas capacidade de financiamento”, afirmou.

ANDREAS SEIDL; MCLAREN; GP DE SÃO PAULO; F1; FÓRMULA 1;
Andreas Seidl valorizou a possibilidade de pilotos jovens terem mais uma opção de equipe no grid da F1 (Foto: McLaren)

Por fim, o chefe da McLaren, Andreas Seidl, opinou em uma linha um pouco diferente de Wolff e Horner. O dirigente da equipe britânica ressaltou o fato de pilotos jovens terem mais uma opção para correr no grid e disse que estaria aberto à possibilidade de ganhar um novo concorrente.

“A Andretti é uma equipe forte e pode ajudar a fazer o esporte crescer mais nos Estados Unidos. E cria novas possibilidades para pilotos jovens além das equipes que já temos”, destacou. “Creio que se tivermos 12 equipes ou 13, que é o máximo possível de acordo com as regras, vai criar desafios novos para todos aqui. Estou aberto a isso, adoraria competir assim”, encerrou.

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