Chefe da Sauber lembra parceria com BMW como divisor de águas na história da equipe. Mas vê retorno como improvável

Advogada de formação trazida por Peter Sauber no fim dos anos 90, a hoje chefe de equipe Monisha Kaltenborn lembra com nostalgia os tempos em que a marca bávara esteve na F1, levando o time de Hinwil ao topo do pódio. Contudo, ao menos por enquanto, a dirigente indo-austríaca enxerga uma nova parceria como algo improvável

Na parte final da década de 2000, Peter Sauber ‘arrendou’ sua equipe para a BMW, que estava disposta a ingressar na F1 como time depois de bons anos de uma parceria vitoriosa com a Williams como fornecedora de motores. Nascia então a união BMW-Sauber, que rendeu grandes resultados, sobretudo o vice-campeonato do Mundial dos Construtores em 2007 e a vitória conquistada por Robert Kubica no GP do Canadá em 2008. Os tempos hoje são outros e não permitem sonhar com feitos como o alcançado pelo polonês. Enquanto isso, Monisha Kaltenborn recorda os bons tempos da parceria com nostalgia.

A BMW encerrou sua participação como time da F1 no fim de 2009, com a Sauber reassumindo todo o controle em Hinwil. Desde então, a melhor temporada da escuderia foi em 2012, quando Sergio Pérez quase chegou a vencer o GP da Malásia, porém conquistou três pódios, somados ao terceiro lugar obtido por Kamui Kobayashi no GP do Japão daquele ano.

Disposta a ver novamente bons momentos da sua equipe, a advogada indo-austríaca reconhece que a melhor opção para se conseguir os melhores resultados na F1 de hoje está totalmente ligada a uma parceria com uma montadora, nos moldes do que a McLaren tenta empreender com a Honda ou a ligação da Red Bull com a Renault, que rendeu nada menos que oito títulos mundiais da F1 entre 2010 e 2013.

A vitória de Robert Kubica no GP do Canadá de 2008 foi o auge da parceria entre BMW e Sauber na F1 (Foto: Getty Images)

“Sempre estivemos na zona intermediária do grid, e devíamos ser uma boa plataforma para que a BMW se tornasse nossa sócia principal. Veja o salto que nós demos e o que significou para nossas finanças e desenvolvimento”, destacou a dirigente.

Monisha falou que a BMW deixou uma herança positiva e sólida para a Sauber, não apenas em termos de estrutura em Hinwil, mas também a respeito do seu corpo técnico. “A equipe se manteve onde estava nos tempos da BMW, as pessoas seguiram conosco. Obviamente tínhamos mais profissionais, mas as instalações cresceram, e hoje as mantivemos.”

“Se tivéssemos um orçamento adequado, poderíamos dar um passo em frente, mas se você quiser estar no topo, então é necessário ‘um algo a mais’. Não havia muita gente da F1 na equipe antes de eles partirem, você poderia conta-los na mão. Hoje, nosso diretor de operações é um antigo membro da BMW, e ele seguiu conosco”, comentou.

A dirigente, que chegou a Hinwil para ser advogada do time no fim dos anos 90, disse que ainda mantém conversas com a BMW, mas descartou, ao menos neste momento, a possibilidade de uma reedição da parceria. Contudo, Monisha garantiu que não há motivos para não pensar em um novo casamento em longo prazo.

“Eles nos conhecem muito bem pessoalmente, e ainda seguimos em contato. Sabemos o que eles querem e que não há como convencê-los sobre fazer algo porque eles não têm disponibilidade, de modo que vamos esperar e ver. Se algumas coisas seguirem as mesmas, a BMW poderia em mudar um pouco o esporte, e então estariam abertos a um retorno”, finalizou.

Atualmente, a BMW ocupa lugar de destaque no DTM e faz parte das montadoras de topo que disputam provas importantes do GT no endurance mundial. E desde o término da parceria com a BMW, a Sauber estreitou seus laços com a Ferrari na condição de equipe cliente.

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